Nem apenas trenzinho de parque de diversão muito menos uma tecnologia desconhecida. Mundo afora, os monotrilhos são usados há décadas em variadas situações, sobretudo no Japão e na China. A realidade, portanto, difere bastante das críticas seriais e generalizadas que o modal recebe há anos e que se intensificaram após o fechamento da Linha 15-Prata do Metrô no início do março.
Para mostrar um panorama da tecnologia, o site fez um levantamento com os mais importantes sistemas de monotrilho do mundo usados em serviços urbanos – ou seja, ignorando as linhas existentes em parques de diversão como na Disney (e que, a despeito do caráter de lazer, também transportam um volume considerável de passageiros). Confira:
Changsha Maglev Express, China
É a segunda linha construída com a tecnologia maglev, de levitação magnética, na China. Liga o aeroporto ao centro da cidade de Changsha, com quase 19 km de extensão e três estações. Embora tenha uso comercial e transportado quase 15 mil passageiros por dia, é considerada uma linha de testes para desenvolvimento da tecnologia.
Linha 2 do Metrô de Chongqing, China
A primeira linha de monotrilho da cidade chinesa foi inaugurada em 2005 e conta hoje com 31 km de extensão e 25 estações. Não existem dados recentes sobre seu movimento diário, mas em 2016 o ramal bateu seu recorde transportando 350 mil pessoas e desde então mostra indícios de que ampliou sua demanda a ponto de a CRT, companhia que administra o sistema de Chongqing, afirmar no ano passado que está prestes a aumentar o número de vagões nos trens de seis para sete unidades.
Linha 3 do Metrô de Chongqing, China
É a maior linha de monotrilho do mundo, quase sempre esquecida por “especialistas” por motivos óbvios. Seus números são superlativos: possui 66 km de extensão, 45 estações e chegou a transportar mais de um 1 milhão de passageiros em único dia em 2016. Foi aberta em 2011 e ampliada até quatro anos atrás. É essa linha que serviu de referência para alguns artigos publicados pelo site nos últimos anos e a prova maior de que sim o monotrilho pode cumprir até mesmo o papel de linha ferroviária de grande capacidade. Com trechos elevados e subterrâneos, ela praticamente não se difere de um metrô convencional, exceto pela implantação menos invasiva e mais veloz.
Monotrilho de Palm Jumeirah, Dubai
O monotrilho conecta a ilha artifical de Palm Jumeirah, em forma de uma palmeira, com a cidade de Dubai e está em funcionamento desde 2009. Com 5,5 km de extensão e quatro estações, ele utiliza trens fabricados pela Hitachi que percorrem o eixo da ilha até o continente. A mais recente estação foi aberta em novembro do ano passado, mas a linha ainda não se conecta ao metrô da cidade. A capacidade diária seria de 40 mil passageiros, mas atualmente ele é subutilizado.
Monotrilho de Mumbai, Índia
A Linha 1 do monotrilho de Mumbai começou a funcionar em testes em 2014 e no ano passado passou a operar das 6 às 22 horas. Com cerca de 20 km de extensão e 17 estações, o sistema utiliza trens fornecidos pela Scomi, a fabricante malaia que deveria ter fabricado os monotrilhos da Linha 17-Ouro, mas faliu. Não é à toa que o ramal indiano tem sido um sinônimo de péssima implantação do modal, com apenas quatro dos dez trens operando e intervalos de cerca de 45 minutos. A previsão da MMRDA, que administra a linha, era de que passassem pelo monotrilho 200 mil pessoas por dia, mas o ambicioso programa que incluía outras sete linhas acabou não saindo do papel.
Monotrilho de Chiba, Japão
O sistema japonês é um dos mais antigos do mundo, tendo estreado em 1988. Com 15 km e duas linhas, o monotrilho suspenso da cidade de Chiba transporta mais de 50 mil pessoas por dia e é considerado o maior do mundo com essa configuração.
Monotrilho de Tóquio, Japão
Aberto em 1964 por ocasião dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o monotrilho liga o aeroporto de Haneda ao centro da capital japonesa. Possui quase 18 km, ou seja, praticamente a mesma extensão planejada para a Linha 17-Ouro, e transporta diariamente cerca de 135 mil passageiros.
Monotrilho de Kitakyushu, Japão
A linha de 9 km e 13 estações começou a operar em 1985 e atualmente transporta cerca de 34 mil usuários por dia com seus trens de quatro vagões.
Monotrilho de Okinawa (Yui Rail), Japão
A ilha de Okinawa no Japão ganhou seu primeiro monotrilho em 2003. Batizado de Yui Rail, o sistema possui 13 km e 19 estações que vão do aeroporto de Naha até Tedako-Uranishi. Embora opere com apenas dois vagões, a linha transpora diariamente 50 mil passageiros em suas 19 composições.
Monotrilho de Osaka, Japão
Aberto em 1990, o monotrilho de Osaka transporta mais de 130 mil passageiros por dia em seus 28 km de extensão. Ele liga o aeroporto internacional da segunda maior cidade japonesa com a região central e sul e tem planos de expansão com mais quatro estações e 9 km.
Monotrilho de Shonan, Japão
Trata-se de outro monotrilho suspenso japonês, com trens de três vagões que percorrem um trajeto de 6,6 km e oito estações. Seu movimento diário, segundo a Associação de Monotrilhos do Japão, é de 29 mil passageiros por dia.
Monotrilho Tama, Tóquio, Japão
É considerado o maior monotrilho em movimento de passageiros no Japão, com mais de 142 mil usuários diários. Ele entrou em operação comercial plena em 2000 na parte ocidental de Tóquio com composições de quatro vagões e capacidade para 412 passageiros que percorrem as 19 estações da linha.
Monotrilho KL, Kuala Lumpur, Malásia
É o primeiro sistema fornecido pela Scomi em sua terra natal. Possui 11 estações em uma extensão de 8,6 km e está em serviço desde 2003 com movimento diário de mais de 63 mil passageiros. Assim como o monotrilho indiano, também sofreu com vários problemas em sua operação, de furos de pneus a interrupções na via.
Monotrilho de Moscou, Rússia
Única experiência com monotrilhos russa, a atual Linha 13 foi inaugurada em 2004 mas só começou a operar comercialmente em 2008. Construída por empresas russas, a linha e os trens têm uma capacidade pequena, mas são integrados com o metrô moscovita. A média de usuários seria de 16 mil passageiros por dia, segundo dados bastante desatualizados.
Linha 3 do Metrô de Daegu, Coréia do Sul
É uma das linhas de monotrilho mais recentes do mundo, aberta em abril de 2015 na cidade de Daegu, na Coréia do Sul. Com 30 estações, ela integra uma rede que inclui outras duas linhas de metrô convencionais e transporta diariamente cerca de 74 mil passageiros em seus 23 km, com intervalo de 5 minutos nos horários de rush. Os trens, de três carros, foram fornecidos pela japonesa Hitachi, que também é responsável pelos sistemas do ramal.
Monotrilho de Las Vegas, Estados Unidos
Inaugurado em 2004, o monotrilho de Las Vegas possui 6,3 km e sete estações que atendem os principais cassinos da famosa cidade dos EUA. São usados para isso trens Innovia 200 fabricados pela Bombardier com quatro vagões e operação remota, como seus irmãos Innovia 300 do Metrô paulista. A empresa operadora não revela dados recentes sobre a utilização, mas estima-se que a linha transporte cerca de 14 mil passageiros por dia.
Monotrilho de Seattle, Estados Unidos
Com apenas uma milha de extensão (1,6 km) e duas estações, o monotrilho de Seattle é um dos mais antigos do mundo, tendo sido aberto em 1962. Ele foi construído com pilares pré-moldados e fez parte da Feira Mundial daquele ano, em conjunto com a “Space Needle” (Agulha do Espaço), a icônica torre da cidade americana. Em 2018, ele transportava diariamente 4,8 mil passageiros.
Sim, existem várias linhas de monotrilhos bem sucedidas!
Mas eu gostaria de entender qual a vantagem real desse sistema em relação ao par de trilhos comuns.
VLTs suspensos não seriam mais vantajosos?
A maioria das linhas citadas transporta menos que muita linha de ônibus de São Paulo e menos que o metrô daqui em uma hora. E a gente com duas linhas desse mico