Nesta segunda-feira, 30, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo) passará a interditar parcialmente a pista local da Margina Pinheiros na altura do número 17.007. Para quem não sabe, trata-se da primeira intervenção para construção da estação João Dias, da Linha 9-Esmeralda, a primeira realizada pela iniciativa privada como uma doação à população. A interdição durará 18 meses, quase o tempo previsto para a obra como um todo e nesse caso envolve o acesso à estação, localizado dentro de um complexo corporativo da Brookfield, com duas torres de 140 metros.
Localizada entre as estações Santo Amaro e Granja Julieta, a nova estação será construída pela empresa Telar e implicará em intervenções na operação da Linha 9 que terá suas vias deslocadas em breve para permitir que sejam feitas sua plataforma e mezanino. Intervenções como essas não são incomuns na CPTM, basta lembrar das reformas de algumas paradas como Francisco Morato, que ganhará uma nova estação, ou mesmo Pinheiros da própria linha Esmeralda, que ganhou um novo prédio há cerca de uma década para ligá-la à Linha 4-Amarela. No entanto, João Dias será uma nova estação de fato, graças ao potencial comercial da região onde será implantada, antes tomada por galpões industriais, mas que deve se transformar num polo de empregos e de moradia nos próximos anos.
Trata-se de uma situação bastante interessante para São Paulo porque demonstra que áreas antes desabitadas estão surgindo em meio à metrópole e não em suas bordas. Embora hoje apenas João Dias esteja sendo construída, não faltam casos semelhantes no planejamento da CPTM e que podem sair do papel no futuro, requalificando espaços e melhorando a vida de milhares de pessoas. Veja a seguir algumas delas a seguir:
Estação Hélio Smidt – Linha 13-Jade
Com apenas três estações espalhadas em cerca de 12 km, a Linha 13-Jade ainda está na sua “infância”. O projeto da CPTM é bem mais amplo do que o visto até aqui, com novos trechos indo até depois do Aeroporto de Guarulhos e, na outra ponta, avançando pela Zona Leste até pelo menos o bairro da Mooca. Mas mesmo no trecho atual há estudos para mais uma estação, Hélio Smidt. Localizada na avenida que leva esse nome, a nova parada deverá ficar em algum ponto entre as rodovias Ayrton Senna e Dutra, onde hoje existem vários presídios e galpões, mas também áreas imensas que poderiam ser melhor ocupadas. A estação, no entanto, está longe de ser prioridade para a companhia e pode levar muitos anos para ser implementada.
Estação Tiquatira/Gabriela Mistral – Linha 12-Safira/13-Jade
Eis uma importantíssima estação que pode surgir até o final da década e se transformar em uma das mais movimentadas da região. Sim, a estação Tiquatira ou Gabriela Mistral (o nome ainda não está definido) fará a interligação entra a Linha 2-Verde, subterrânea, com as linhas 12 e 13 da CPTM na superfície. Hoje, o local onde ficará a parada é ocupada por habitações de baixa renda e é um dos mais críticos na fase que levará a linha de metrô até Guarulhos. Quando foi inaugurada, ela facilitará não só o acesso à Linha 13 como também dividir um imenso trecho sem estações da Linha 12 entre Tatuapé e Engenheiro Goulart.
Estação Cangaíba – Linha 12-Safira/13-Jade
Assim como Hélio Smidt, a estação Cangaíba aparece em planos antigos da CPTM e ficará localizada entre Tiquatira/Gabriela Mistral e Engenheiro Goulart. Parte desse trecho já conta com vias duplicadas, mas será necessário ampliar esse espaço para que a Linha 13 possa chegar à Tiquatira.
Estação Penha – Linha 11-Coral
Talvez possa-se supor que a futura estação Penha da Linha 11-Coral possa não ser considerada uma novidade, mas para os usuários que utilizam o ramal oriundos do extremo leste da Grande São Paulo, ela será de suma importância. Parte das obras da extensão da Linha 2-Verde, a nova parada quebrará um longo percurso entre as estações Corinthians-Itaquera e Tatuapé além de permitir no futuro que muitos passageiros sigam para a Zona Sul ou avenida Paulista sem precisar passar pelo centro velho.
Estação Pirelli – Linha 10-Turquesa
Talvez seja a próxima estação intermediária construída pela CPTM. Bancada pela prefeitura de Santo André no local onde já existiu uma plataforma precária, a estação Pirelli está em fase de projeto e agora busca-se algum tipo de investimento privado nos moldes da estação João Dias. Como a região onde ficará tem mudado de perfil, com empresas, hotelaria e prédios residenciais, talvez não seja algo difícil de se obter.
Estação Parque da Mooca/São Carlos – Linha 10-Turquesa/13-Jade
É, sem dúvida, um dos projetos mais ambiciosos e interessantes que já passaram pelas mãos da CPTM. Uma nova estação entre Ipiranga e Mooca que deveria receber as composições do Trem Intercidades com destino à Baixada Santista. A atual gestão estadual, no entanto, tem optado por adaptar a infraestrutura existente, ou seja, parece pouco provável que a Gare projetada pela companhia seja de fato materializada, mas isso não significa que o local não receberá uma estação da Linha 10-Turquesa num futuro breve. Isso porque Parque da Mooca/São Carlos é cotada para ser o ponto de conexão da Linha 13-Jade e talvez da misteriosa da Linha 16-Violeta, do Metrô, novo nome dado ao trecho leste da Linha 6-Laranja. Ela ficará vizinha ao viaduto São Carlos, numa região que pode se transformar em um novo polo multisserviço da capital.
Estação Bom Retiro – Linha 7-Rubi
A estação Bom Retiro surgiu como alternativa para desafogar a estação da Luz e a princípio receberia a Linha 7-Rubi. Sua localização seria onde hoje existe a Favela do Moinho, ao lado do viaduto Engenheiro Orlando Murgel. No entanto, na proposta de concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos sugeriu que o vencedor faça um acesso de veículos e pedestres para o local, indicando que a nova estação pode ter perdido o sentido no planejamento da CPTM.
Das principais ainda faltou citar Pari na Linha 11 e União Vila Nova na Linha 12.
Para quem é um pouquinho mais antigo, deve se lembrar da Estação Engenheiro Trindade que ficava localizada próxima da futura estação Tiquatira(ou Gabriela Mistral), a estação sofreu com vandalismo no ano de 1999, e fechou para reparos, mas sem explicação alguma a mesma nunca voltou funcionar e pior ainda a demoliram!. Uma grande pena pois a mesma hoje faz muita falta aos moradores da região.
Também havia a Estação Agente Cícero, antes da Estação Engenheiro Trindade, e a Estação Engenheiro Gualberto, ao lado da Estação Carrão do Metrô, de onde partia a linha.
Há algum tempo atrás falava-se sobre a Estação Barcelona em São Caetano do Sul na Linha 10, entre as estações Utinga e São Caetano. Alguma informação se esse projeto ainda existe?
a linha 12, principalmente no trecho entre tatuapé e eng. goulart, cabe mutas estaçoes ali, pois é uma regiao populosa , tanto do lado de SP assis ribeiro, quanto do outro da ayrton sena e guarulhos. mas eu entendo, que antes de se fazer qualquer estaçaõ, tem que fazer uma remodelagem do sistema metropolitano, pois os onibus precisam fazer parte integrada do sistema. as linhas hoje da regiao leste estao quase todas direcionadas ou para centro , ou para o metrô. poucas linhas abastecem a CPTM. claro que isso passa tambem por um processo de modernizaçao para aumento da demanda, mas eu entendo que se fala tanto em criaçao de novas linhas, mas pouco se fala na subutilizaçao das linhas já existentes
É de suma importância que o projeto de novas estações esteja dentro das concessões que forem feitas, afim de evitar “negociações” futuras com as concessionárias. No caso da linha 9, também existe nos planos da CPTM a construção da estação Pedreira que ficaria localizada junto a ponte Interlagos, entre as estações autódromo e Jurubatuba. Trecho este que possui quase 4 km de intermediação. O local há muitos anos era um lixão, porém hoje conta com um importante centro de transbordo, além de novos e grandes empreendimentos imobiliários que foram inaugurados na última década e os que estão em construção, fora a aproximação com o Santuário Maria. Desta forma, em uma concessão com prazo de 30 anos, esta estação precisa estar nos planos e descrita no contrato, caso contrário, o público é quem sofrerá.