Em linha com as mudanças promovidas pelo gestão Doria, o Metrô de São Paulo passou a oferecer seu expertise em implantação e operação de linhas metroferroviárias para outros governos. E um dos primeiros movimentos nessa direção já deu fruto, a escolha do estudo produzido pela companhia para delinar o precesso de concessão à iniciativa privada do Metrô do Distrito Federal.
Segundo a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, a proposta feita pelo Metrô em conjunto com a empresa Urbi, que opera linhas de ônibus na capital federal, foi declarada vencedora da seleção, que contou com outros participantes, entre eles a CCR, maior concessionária sobre trilhos do país. A proposta feita pelo Metrô alcançou 68,53 pontos, seguida da proposta da CCR, com 60,25 pontos, e da RNGD, com 57,13 pontos.
A partir de agora, a Semob, em conjunto com o consórcio vencedor, fará ajustes no estudo para então apresentá-lo em audiência pública e analisado pelo Tribunal de Contas do DF para então ser publicado o edital de licitação.
Entre as propostas feitas pelo Metrô de São Paulo, estão a reforma de todos os trens para instalação de ar-condicionado, aquisição de mais 10 composições, reforma e adequação das estações, integração com o sistema de ônibus e redução do intervalo dos trens de 215 para 130 segundos.
O objetivo da concessão é ampliar o movimento de passageiros diários dos atuais 178 mil para 300 mil pessoas. Além disso, o governo do DF espera economizar cerca de R$ 100 milhões em repasses para cobrir o déficit do sistema.
Novos negócios
A escolha do Metrô de São Paulo pelo Distrito Federal não surpreende. Fundada há mais de 50 anos, a companhia é pioneira na operação de linhas metroviárias do Brasil e já contribuiu para a implantação de outros sistemas não só em estados como o Rio de Janeiro, Ceará e a capital federal como em outros países. No entanto, essa consultoria sempre ocorreu sem retorno financeiro, algo incomum mundo afora.
A ideia do governo do estado é que o Metrô passe a gerar receita não apenas com essas consultorias, mas mesmo assumir a operação de outros sistemas. Para isso, a companhia mudou seu estatuto social e criou uma área especifícia, a Metrô Consulting, para cuidar desses novos negócios.
No caso do estudo vencedor, o consórcio terá direito a um ressarcimento de 2,5% sobre o valor estimado de investimento da futura concessão.