De uma parada modesta, pouco acessível e quase vazia para uma estação movimentada, integradora, interligando três linhas de grande capacidade. Essa transformação tem tudo para acontecer na estação Ipiranga, da Linha 10-Turquesa da CPTM. Atualmente ela tem recebido uma média de menos de 7 mil passageiros por dia, segundo dados de março, mas esse cenário deverá mudar completamente caso os planos do Metrô saiam do papel. E quais são eles?
Nada menos do que levar até Ipiranga as linhas 15-Prata e 5-Lilás. Dos dois projetos, o do monotrilho é o mais adiantado e praticamente garantido (melhor não contar com nada antes de estar pronto em se tratando de obra pública). A Secretaria dos Transportes Metropolitanos sinalizou a retomada dos planos de levar a Linha Prata da estação Vila Prudente até a Linha 10 desde o ano passado.
O projeto surgiu anos atrás quando o Metrô constatou que a demanda de passageiros em Vila Prudente comprometeria o funcionamento da Linha 2-Verde. A solução foi estender o ramal por 1,5 km e levá-lo até a CPTM. Com isso, usuários que, por exemplo, tomariam a Linha 2 até Tamanduateí para chegar à Linha 10 seguirão por mais uma estação, ganhando tempo e ajudando a desafogar o caminho atual.
O objetivo do governo é licitar o trecho o mais breve possível e para isso os estudos de implantação estão sendo revisados. A nova estação do monotrilho ficará bem ao lado da parada da CPTM, como mostra a projeção na abertura do artigo e produzida pelo escritório de arquitetura GPO Sistran, que foi responsável pelo seu projeto executivo.
Não se sabe se esse projeto permanecerá válido, mas caso seja ele revela uma estação bem diferente do padrão da Linha 15 e num sentido positivo. Em vez de plataforma central, a nova estação terá plataformas laterais, cobertura integral e laterais envidraçadas, com brises, aparentemente. A imagem mostra também o projeto de reforma da estação da CPTM em linha com o que foi feito por outro escritório, o da Systra, que prevê uma nova plataforma central coberta, além de uma passarela de ligação com o lado leste. A localização da estação bate com outras informações disponíveis, ou seja, ao sul do viaduto Pacheco Chaves.
Se o projeto for viabilizado até o ano que vem é possível que a Linha 15-Prata chegue em Ipiranga entre 2023 e 2024, dependendo da situação econômica do estado.
Ligação com a Zona Sul
Mais distante, mas não menos importante será a extensão da Linha 5-Lilás de Chácara Klabin até Ipiranga. A mudança de planejamento do Metrô é antiga, mas somente há um mês um mapa da companhia apresentou o traçado oficialmente. Até então estimava-se que o ramal operado pela ViaMobilidade seguisse até a futura estação São Carlos, também na Linha 10, ou ficasse da mesma forma, dando lugar para a Linha 13-Jade ser esticada até Klabin.
No entanto, o Metrô concluiu que levar a Linha 5 até Ipiranga desde que a Linha 15 também estivesse lá seria uma forma de reduzir ainda mais a dependência de Vila Prudente, que de quebra está em obras para atingir Guarulhos. Com essa nova configuração, a ligação entre a Zona Leste e a Zona Sul passará a ser feita em Ipiranga com apenas uma baldeação em vez de duas atualmente.
Ou seja, haverá uma divisão saudável de fluxos, com a vantagem adicional de atrair também os passageiros da Linha 10 com destino à Linha 5. Esses “nós”, como são chamados, são o melhor exemplo de uma rede eficiente e que permite diversas possibilidades de viagem com apenas uma troca de trem. Infelizmente, a rede paulista ainda carece dessa densidade de pontos de conexão por enquanto, mas os próximos anos serão providenciais nesse sentido já que qualquer novo projeto criará vários novos cruzamentos.
Embora ainda seja cedo para estimar qualquer intenção de levar a Linha 5 até Ipiranga, é possível presumir que o traçado será majoritariamente ou totalmente subterrâneo. Como mostra o mapa do Metrô, serão duas estações intermediárias até Ipiranga, Ricardo Jafet, ao lado de um supermercado Extra na avenida com o mesmo nome, a estação Bom Pastor, na esquina dessa via com a rua dos Patriotas, e há poucos metros do Parque da Independência e do Museu do Ipiranga.
Já a estação Ipiranga da Linha 5-Lilás deverá ser subterrânea, aproveitando um dos terrenos ou galpões ao lado da velha parada da Linha 10 para ser escavada. Essa nova “super estação” tem potencial para transformar seu entorno, hoje quase todo ocupado por galpões e pequenas empresas. Sem dúvida, se os planos se concretizarem, a paisagem por ali será bem diferente e agitada do que hoje.
Solução sensata e lógica levar as linhas 15-Prata e 5-Lilás até a Linha 10-Turquesa Ipiranga da CPTM, pois eliminara no mínimo duas baldeações, perfeito o texto introdutório.
No meu entendimento a CPTM deveria se focar e priorizar nas melhorias pontuais nos trechos entre as Estações Tamanduateí e Lapa, pois engloba TODAS as linhas do sistema Metrô / CPTM sem uma única exceção, e uma das prioridades seria a construção das Estações Integradoras do Bom Retiro, de Água Branca da Linha 6-Laranja, Pari e esta do Ipiranga como terminal das 5-Lilás e 15-Prata da forma com está sendo apresentada, com a eliminação dos terminais no Brás e Luz e reunificação das linhas 7 –Rubi e 10-Turquesa.
Da mesma forma seria a extensão do trecho pós estação Aeroporto Guarulhos a linha seguiria até Bonsucesso, afinal este é o maior município do Brasil com mais de um milhão de habitantes e não tem Trem e nem Metrô, e esta linha 13-Jade está com uma demanda ociosa de 16 mil contra uma capacidade de mais de 120 mil.
Entendo que não se deva interromper as expansões das linhas incompletas, e sim postergar os inumeráveis projetos de linhas coloridas que hoje só estão no papel, como das linhas 14-Onix, 16-Violeta, 19-Celeste e 20-Rosa entre outras, exceto se estas tiverem a participação dos investidores do setor privado.
Outra coisa a ser feita, junto da prefeitura é o entorno da estação. O mesmo dá uma grande sensação de insegurança pra quem desembarca ou embarca ali, sobretudo à noite.
Concordo plenamente. Quem sai da estação e vai sentindo Shopping da Mooca, passa literalmente no meio de uma favela. Nada contra as pessoas nessa situação, mas isso Desmotiva qualquer um a usar a estação.
Uma pena que a integração dessa estação junto com a parada C.A. Ypiranga do Expresso Tiradentes não esteja nos planos… Lastimável!
Nesse mapa, essa estação ser chamada de “Água Rasa” é um absurdo. Ali é (Vila) Santa Clara. Bem o centro da Santa Clara, praticamente em frente ao local onde ficava o ponto-final do ônibus Santa Clara (da E.O. Vila Paulina). Se há alguém “terrivelmente evangélico” no Metrô que não quer colocar nomes de santos em estações, então que se coloque Vila Paulina, Vila Celeste, Vila Canero… exagerando uns dois quarteirões, até Vila Invernada.
Água Rasa fica a mais de 2 quilômetros dali. É como se a est. Sta. Cecília ficasse no Parque da Água Branca. Ou como se a Luz ficasse no Anhembi.
O mesmo ocorre com a estação Sapopemba, quem fica na Santa Madalena. Sapopemba fica 3,5 Km antes de lá (o bairro foi assim chamado por causa da árvore sapopemba que ficava ao lado da paineira, ainda de pé, quase em frente à igreja do bairro). Mesmo o Jardim Sapopemba ficava bem mais à frente de onde está a tal estação. Não entendo esses critérios burocráticos que alteram a área dos bairros… Alguns, históricos, já eram.
A estação Penha era para ser chamada “Aricanduva”. Mudaram de última hora. Agora, que haverá uma estação, de fato, no bairro, ela será chamada de “Penha de França”… A estação Belém fica na Quarta Parada (e os mais novos ainda devem “desconfiar” que aquele bairro se chama Quarta Parada por causa do cemitério, na Álvaro Ramos).
Ê cidade sem memória, esta.
Bairros não existem oficialmente, são apenas nomes genéricos criados por empresas imobiliárias e adotados apenas pelos Correios para facilitar o endereçamento postal.
Segundo os Correios, o local da estação Água Rasa fica entre as Vila Diva e Vila Celeste. Logo essa Vila Santa Clara sequer fica na área da estação. Como o Metrô realiza um estudo científico para nomear as suas estações, a denominação Água Rasa faz muito sentido quando a nascente do Córrego Água Rasa fica a menos de 500 m da futura estação. E foi em torno da nascente do córrego que o Distrito Água Rasa foi ocupado inicialmente.
Sapopemba é um nome mais do que adequado para uma estação localizada no distrito homônimo.
O Metrô adota um estudo toponímico para nomear suas estações, cujas principais diretrizes são:
– popularidade: denominação de forte apelo popular;
– escala metropolitana: nome de relevância regional;
– características de conteúdo: referência histórico-geográfica que permitisse uma fácil e rápida identificação do local;
– características de forma: nome simples, com sonoridade e fácil compreensão até para pessoas pouco letradas ou analfabetas. Nomes compridos ou com termos estrangeiros deveriam ser evitados.
Entre Vila qualquer coisa e Água Rasa, o nome Água Rasa atende às quatro diretrizes com folgas (principalmente as duas primeiras). Entre jardim/vila qualquer coisa e Sapopemba, o nome Sapopemba atende às quatro diretrizes com folgas (principalmente as duas primeiras). E assim sucessivamente, pois as estações são para atender a sociedade, não apenas os 20 moradores de vila qualquer coisa.
Concordo com o Edenilson. Recentemente ví um vídeo de um inglês que veio a SP e queria ir na Vila Madalena. Pegou a linha verde, desceu na estação de mesmo nome, e só então se deu conta que não estava na Vila Madalena, e sim no Sumarezinho, tendo que caminhar mais de 20 minutos para chegar onde queria.
O Metrô faz muita bagunça com esse nomes.
Sugestão de pauta: a estação Adolfo Pinheiro da L5-Lilás, está com as portas de plataforma (ambas plataformas) abertas desde quarta-feira (29/04). Sabem informar porque?