Após a divulgação dos dados estatísticos das linhas 4-Amarela e 5-Lilás nos últimos dias, é possível ter agora um quadro mais claro do impacto da crise do coronavírus e as medidas de isolamento social no Metrô de São Paulo. Segundo o relatório mais recente, o movimento de passageiros nas seis linhas de metrô da capital paulista em abril apresentou uma queda histórica de quase 80% em relação a fevereiro, último mês que precedeu a chegada da pandemia do COVID-19.
De um volume diário de pouco mais de 5 milhões de viagens, o Metrô despencou para apenas 1 milhão, na soma dos seis ramais e sem descontar viagens de um mesmo usuário por mais de uma linha. É como se de uma hora para outra, o Metrô de São Paulo passasse a transportar pouco mais do que a demanda do seu congênere do Rio de Janeiro – que em situação normal tem demanda em torno de 900 mil passageiros.
Em março, mês que foi parcialmente impactado pela redução nos deslocamentos na região metropolitana, o volume somado havia sido de 3,3 milhões, apenas para efeito de comparação. Como mostramos na semana passada, a Linha 3-Vermelha foi a menos impactada entre as que são operadas pelo Metrô de São Paulo. Agora, que os dados das duas concessionárias foram disponibilizados, a Linha 5-Lilás apresenta-se como a que menos perdeu demanda nesse período, com queda de 74,4%.
Um sinal claro disso é que o ramal operado pela ViaMobilidade teve média de usuários em dias úteis de 150 mil pessoas, quase o mesmo que a Linha 4-Amarela (158 mil) e a Linha 2-Verde (155 mil) e que transportam um volume maior de passageiros normalmente. Por falar na Linha 2, ela segue como a mais impactada pela quarentena, com 81% de redução no volume de passageiros.
Conta nesse cálculo o fato de a Linha 15-Prata, do monotrilho, ter deixado de operar nos meses de março, abril e maio, por conta de problemas com o sistema run-flat. Sem o ramal, parte das entradas em Vila Prudente deixou de ocorrer nesse intervalo. Nessa nova realidade, a Linha 3 voltou a ser a mais movimentada do Metrô, seguida pela Linha 1 e Linha 4.
É possível que os dados de maio mostrem uma leve recuperação por conta dos índices de isolamento social ligeiramente menores e também pela tentativa mal sucedida da prefeitura de estabelecer um rodízio de veículos mais abrangente na capital paulista, e que ampliou o número de usuários no transporte público. Já em junho, a retomada do movimento deve ser mais clara, por conta do relaxamento de algumas restrições de funcionamento implementadas pelo poder público e pelo retorno ao serviço da Linha 15-Prata.