Os ares de abandono de várias estações da Linha 17-Ouro deverão ser amenizados até o final do ano. A razão é que o Metrô e o consórcio TIDP, responsável por sete das oito estações do ramal de monotrilho, chegaram a um acordo para que sejam executadas algumas obras pendentes na obra. Para isso, as duas empresas assinaram aditivos no 15 de junho que envolvem de serviços menos visíveis a conclusão da cobertura das estações e passarelas.
Segundo nota enviada pelo Metrô ao site, “os aditivos permitirão que o Consórcio TIDP conclua a obra bruta nas sete estações da Linha 17-Ouro (exceto Morumbi), com a colocação da cobertura e passarelas de acesso, além de outros trabalhos estruturais, como rede de esgoto. A nova contratação, cujo acordo está na justiça, seria para a conclusão da via e trabalhos de acabamento e paisagismo nessas sete estações“.
A novidade desse acordo, segundo apurou o site, é que o TIDP, formado pelas empresas TIISA e DP Barros, desejava terminar os trabalhos enquanto o Metrô teria preferido encerrar o contrato como está e deixar essas tarefa a cargo de outra empresa. Como se sabe, as obras complementares da Linha 17-Ouro estão travadas na Justiça por conta de uma disputa entre a Constran, apontada vencedora na licitação, e a Coesa Engenharia, que argumenta que sua concorrente não possui patrimônio líquido comprovado para assumi-la.
Processo na Justiça
A assinatura dos novos aditivos ocorrem também por conta de decisão da Justiça, que acolheu argumentos do TIDP em relação a reajustes nos valores pagos pelo serviço. O consórcio alegou que o projeto executivo da obra apresentou mudanças consideráveis em relação ao projeto básico, justificando acréscimo no contrato. A ação ainda corre no TJ de São Paulo, mas as duas empresas acabaram chegando a um acordo para concluir esses serviços, mas sem renunciar aos processos administrativos e jurídicos que estão envolvidas.
O consórcio TIDP foi vencedor da licitação que previa a construção das estações Congonhas, Jardim Aeroporto, Brooklin Paulista e Vereador José Diniz. Após o abandono de outras duas licitações pelas construtoras Andrade Gutierrez e CR Almeida, o TIDP assumiu também as obras do pátio Água Espraiada e de três outras estações – Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan.
Os trabalhos até evoluíram bem durante um bom período, mas já há um bom tempo os canteiros estão vazios e as estações, incompletas. Há desde paradas com aspecto mais perto do final, como Vereador José Diniz, a outras que nem cobertura receberam como Jardim Aeroporto e Brooklin Paulista. Com o acerto entre as duas empresas ao menos esse panoram deve mudar um pouco enquanto se espera pelo desfecho das duas licitações que prometem concluir a obra, que já entrou no nono ano de construção.
O fim das incertezas do projeto como um todo dependem da solução de impasses como o da fabricação dos trens e sistemas, para na Justiça por conta de liminar obtida pelo consórcio Signalling. Já a licitação de obras complementares pode ter uma solução em breve já que o relator do processo na 2ª instância, o desembargador Souza Nery, enfim, concluiu seu voto há duas semanas e o enviou ao colegiado para análise.
A Linha 17-Ouro foi lançada no começo da década pelo Metrô como parte do legado da Copa do Mundo de 2014 e deveria ter quase 18 km que ligariam o Jabaquara à estação São Paulo-Morumbi, passando por bairros como Campo Belo, Jardim Aeroporto, Panamby, Paraisópolis e também chegando ao Aeroporto de Congonhas. Apenas a primeira fase, com 7,7 km e oito estações, saiu do papel, mas passa por seguidos percalços desde então.
Concedida à ViaMobilidade, a linha deve movimentar mais de 170 mil passageiros por dia com intervalo de 3 minutos entre os trens.