Período mais afetado pela pandemia do coronavírus e as medidas de isolamento social, o 2º trimestre de 2020 deve apresentar a maior queda no número de passageiros que utilizaram o transporte público no país. Muitos dados ainda não foram divulgados, mas basta ver o resultado das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, que já contam com o movimento de junho, para constatar o tamanho no rombo financeiro que se avoluma mês a mês.
Operadas pelas concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade, as duas linhas de metrô apresentaram uma queda de quase 75% no movimento de passageiros entre abril e junho. Se no mesmo período de 2019 as linhas 4-Amarela e 5-Lilás transportaram mais de 100 milhões de passageiros neste ano, elas somam apenas 26 milhões. Ou seja, são mais de 74 milhões de viagens a menos.
Numa conta simples, trata-se de perda de receita bruta de mais de R$ 320 milhões, baseando-se apenas na tarifa nominal de R$ 4,40. As concessionárias, no entanto, recebem um valor menor do governo, de pouco menos de R$ 3,00, dependendo do contrato.
Dos dois ramais, a Linha 4-Amarela é o que mais tem sentido os efeitos da redução dos deslocamentos no transporte público. No ano passado, a média diária de usuários na linha era de 800 mil pessoas, mas apenas em junho a ViaQuatro teve um volume acima de 200 mil passageiros – 208 mil para sermos mais precisos. É uma evolução em relação a abril, quando somente 158 mil pessoas passavam pelas suas estações em dias úteis, um sinal de que a recuperação será lenta.
A Linha 5-Lilás, por sua vez, tem sido um pouco menos afetada. A queda no movimento nesse período foi de menos de 70% e o ramal, que liga o Capão Redondo a Chácara Klabin, tem transportado quase o mesmo que a Linha 4 – em junho foram em média 200 mil usuários/dia.
Linhas do Metrô e CPTM
As operadoras do governo ainda não publicaram os dados de junho, que devem apresentar um leve crescimento, incluindo a volta da Linha 15-Prata à operação. Mas se compararmos o mês de maio com fevereiro, o último que não foi afetado pelo Covid-19, é possível notar que a Linha 12-Safira, da CPTM, foi a que menos perdeu demanda nesse intervalo. O ramal que liga o Brás a Calmon Viana viu seu movimento cair 60%, para pouco mais de 2,1 milhões de passageiros.
Em seguida temos a Linha 11-Coral, vizinha da Safira, e que sempre é citada pelo governo como a que manteve a operação mais próxima do normal. De fato, o ramal da Zona Leste só transportou menos passageiros que as linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô em maio.
Já a Linha 2-Verde, afetada pelo fechamneto do monotrilho, teve queda de 78%, índice semelhante ao da Linha 4-Amarela.
Ricardo
A queda do faturamento das concessionárias é bem atenuada pela garantia mínima de usuários prevista em contrato
Neste caso, o Estado paga a diferença e a Concessionária não perde tanto
ou não perde quase nada.
E talvez com o crescimento do home office, a tendência seja essa mesmo, o transporte público ficar numa lotação bem menor do que tinha antes.
Exatamente como o Luiz falou, as concessionárias tem garantia de mínima de usuários em contrato com o governo, então mesmo com a queda de usuários o governo banca a diferença.