Grande consumidor de energia elétrica, o Metrô de São Paulo planeja lançar um projeto bastante oportuno para reduzir sua dependência de fontes externas e de quebra ainda proporcionar receitas extras para a empresa. Trata-se da implantação de um sistema de geração de energia limpa e renovável em suas propriedades, que teve uma Manifestação de Interesse Privado lançada no começo do ano e que motivou o interesse de 14 empresas que farãos os estudos de viabilidade nos próximos meses.
O objetivo da companhia é a viabilizar a geração de pelo menos 120 MW (Megawatts) por mês, dos quais metade será consumida e a outra, vendida no mercado de energia. O edital de chamamento público determina que o estudo deverá apontar uma tecnologia capaz de entregar energia a um custo mais baixo do que os valores obtidos pela empresa hoje e que sejam consideradas apenas fontes limpas e renováveis como eólica, solar ou hídrica.
Em documento publicado nesta quinta-feira, 23, o Metrô revelou ter recebido manifestações de 14 empresas e consórcios. Se a companhia utilizar um deses estudos num futuro edital, o vencedor da concorrência arcará com o pagamento de até R$ 3.963.342,86, conforme consta no edital.
As empresas terão 120 dias para entregar seus estudos ao Metrô quando a companhia analisará os documentos em até 40 dias. O vencedor será apontado por fatores como estar em consonância com normas e regras da ANEEL, melhor resultado econômico/financeiro, melhores técnicas de elaboração e impacto socioeconômico e socioambiental. É possível também que os estudos sejam adotados em partes.
Grande área disponível
A proposta do Metrô parece ser bastante promissora. A companhia possui vasta área disponível em estações, poços de ventilação e sobretudo pátios de manutenção que poderão receber esses geradores de energia elétrica. Não está claro, porém, se a empresa poderá fazer uso de propriedades concedidas à iniciativa privada nas linhas 4-Amarela e 5-Lilás, e que contribuíram significativamente para a ampliação dos pontos de geração de energia elétrica.
A medida é mais uma iniciativa da companhia em reduzir custos e ampliar sua receita não tarifária. No entanto, seria de bom grado que também a CPTM, que possui mais estações e pátios, além de ter quase todas as suas vias na superfície, faça parte desse esforço. Como mostramos ontem, o fato de o governo manter três empresas públicas gerindo sistemas de transporte separados acaba induzindo a situações como essa, em que uma iniciativa positiva de uma delas nem sempre é replicada nas demais.
o projeto é muito bom e interessante, o METRO está certo em inovar e correr atrás de receitas nao tarifarias. mas de nada adianta fazer tudo isso com concessões que oneram os cofres do estado e com uma camara de compensaçao que deixa METRO e CPTM com a raspa da panela, sem contar os inumeros contratos de prestaçao de serviço que as duas empresas contratam que nao fazem sentido, como pagar 20 milhoes para um empresa fiscalizar uma obra, ou gastar mais de 100 milhoes com empresas de segurança. o buraco é muito mais embaixo. mas é boa a iniciativa
O custo de terceirização de fiscalização de obras e segurança patrimonial é menor que o de realizar essas mesmas tarefas com mão-de-obra própria. Sem falar que alguns bancos de fomento que emprestam dinheiro ao estado ampliar o metrô exigem fiscalização independente para evitar o controle total do estado sobre a fiscalização.
No mundo inteiro é assim (inclusive no Brasil), só em algumas ditaduras o estado realiza tudo.
20 milhoes para fiscalizar um contrato, para colocar pessoas que nao entendem nada de ferrovia ou alunos do senai , com uma equipe que nao chega nem à 10 funcionarios em campo? a empresa contrata a obra mas nao pode fiscalizar ela mesma, realmente é muito ditatorial ….
147 milhoes para a gocil (do washington cinel, pesquisem esse nome ) para 30 meses de contrato para as linhas 7 e 10, o que dá 4,9 milhoes por mês ?
realmente o custo é menor … só no bolso do trabalhador terceirizado
And, para contratar um funcionário próprio são necessários 18 meses (no mínimo) além de muito dinheiro. CPTM e Metrô não podem paralisar suas atividades por 18 meses ou até arrecadarem o necessário para contratar milhares de funcionários. Sem recursos, a secretaria da Fazenda não libera a contratação de nenhum funcionário pois é proibido criar despesas sem apresentar recursos capazes de custear essas despesas.
Hoje o Metrô e a CPTM não possuem funcionários em número suficiente (e, às vezes, nem formação adequada pois alguns fiscais do Metrô são funcionários mais antigos e próximos da aposentadoria e não são capazes de fiscalizar projetos mais novos como o CBTC, por exemplo) para fiscalizar obras. Assim a realização de obras só pode ocorrer com apoio terceirizado (que somente desperta oposição de uma minoria dentro do Metrô-apenas funcionários ideologizados pelo sindicato controlado pelo PSTU ou a pequena parcela arrogante com muitos anos de empresa que acha estarmos em 1970 ainda).
Além disso, todas as contratações são fiscalizadas pelo estado (CPTM e Metrô além do Tribunal de Contas). Caso você saiba de alguma irregularidade é seu dever comunicar para as autoridades.
então não tem recurso para contratar um funcionário próprio, mas tem recurso para contratar uma empresa terceirizada? considerando que segurança é um serviço permanente, qual o impedimento de completar o quadro com funcionários próprios?
sobre a formação adequada, se um funcionário do metrô não tem capacidade, quem dirá uma profissional terceirizado, quem vem de fora de um área tão especifica quanto a área metroferroviaria? colocar isso no campo “ideológico politico-partidário” ou da “arrogância” é análise rasa do que ocorre.
a matemática não bate. só para as linhas 7 e 10 são 149 milhões para a gocil. fora mais outros 3 contratos de vigilancia mais o convenio com a PM ficar mexendo no celular. sobre os contratos de fiscalizaçao, nem vale a pena comentar. se a lei não permite que se gaste dinheiro com funcionario proprio, mas permite que voce gaste mais dinheiro contratando uma empresa terceirizada que na maioria das vezes faz um serviço menos qualificado, então a lei está equivocada.
And, o custo e o tempo de contratação de um funcionário terceirizado é muito menor que o de contratação de funcionários próprios (a matemática comprova isso). E, mesmo terceirizando, se pode escolher alguém com a formação correta para ocupar os cargos (inclusive trazendo técnicos do exterior).
O Metrô não possui funcionários suficientes para fiscalizar obras, que são temporárias. Não faz sentido paralisar todas as obras do metrô até a contratação de centenas de fiscais que ficarão ociosos após o fim das obras. Por isso a terceirização é mais do que necessária para obras. Só uma parcela arrogante ou ideologizada dentro do Metrô para não enxergar isso.
A segurança patrimonial não é o “core business” do Metrô ou da CPTM (que é transportar pessoas com segurança e eficiência), logo faz todo o sentido ser terceirizada. Com a terceirização dessas áreas secundárias, existe flexibilização para ampliação ou redução de mão-de-obra, fomenta-se a economia e a geração de empregos (algo que os concursos não fazem com a mesma eficiência). Mudar a lei não muda o fato de não existir dinheiro para uma estatização radical (como a que você propõe).
Na CPTM a segurança terceirizada fez com que caísse muito o índice de vandalismo das instalações da ferrovia. O convênio com a PM era (e ainda é) meramente midiático e tem prazo de validade, diferente de uma política de segurança de longo prazo (que falta na CPTM por má gestão).
Não existe empresa 100% estatal nas democracias, só em ditaduras e olhe lá. Assim, é natural existir uma mão-de-obra mista (própria e terceirizada).
eu trabalhei entre 2005 e 2007 numa empresa prestadora de serviços hidraulicos, cujo maior parte dos serviços era para a sabesp. teve um contrato de 10 mil reais cujo trabalho “especializado” era somar distancias existentes num croqui. para se ter uma ideia da complexidade do trabalho, o estagiario que nao ganhava mais que 600 reais por mes, fez o serviço em menos de 1 mes. sem contar outros “excepcionais serviços” , como desenhar no autocad croqui feitos da rede de esgoto de SBC (que estava sendo passada para sabesp naquele periodo). sempre tinha serviço novo , seja para a gente ou para outras empresas do mesmo ramo. ou seja, nao era algo esporadico.
conheço garoto recem formado do SENAI que foi trabalhar na fiscalizaçao dessas obras da CPTM. nao dá 10 funcionarios trabalhando in loco, tem alta rotatividade e é simplesmente um serviço para fazer de conta. o proprio garoto fiscal falava isso.
METRO e CPTM tem obras o tempo todo e no ritmo que temos, dificilmente vao cessar tao cedo. contratar gente para fiscalizar as obras não seria jogar dinheiro fora. e mesmo se fosse temporarias, é possvel a abertura de contrataçao de funcionarios temporarios tambem por concurso. sairia mais barato que 20 milhoes, 10 milhoes, para cada obra q for fiscalizada.
sobre a segurança terceirizada, a gente vê realmente a qualidade do serviço, cheio de ambulantes, vandalismo, roubos de objetos, usuarios de drogas ao longo do trecho , trem pichados ….
mas enfim, paises com os melhores indices de qualidade de vida e de administraçao publica oferecem a populaçao um serviço publico e de qualidade. talvez eles sejam uma ditadura , vai saber …
Eu particularmente não gosto muito da idéia de conceder as linhas da CPTM e Metrô, falei brevemente sobre a idéia de produzir energia elétrica num comentário de uma matéria publicada recentemente. Acho que deveria ser montado e operado pelas própria empresas, sobre os seguranças acho que deveriam ser todos funcionários contratados diretamente pela CPTM e Metrô, eles fazem um trabalho muito bom, não tem porque terceirizar.