CPTM assina contrato para reduzir tempo de espera da Linha 12-Safira entre Tatuapé e Calmon Viana

Projeto reduzirá headway entre trens de cerca de 6 minutos para 3 minutos e também possibilitará a ampliação das viagens da Linha 13-Jade
Série 9000 da Alstom (CPTM)

Uma das licitações mais significativas da CPTM, a modernização do sistema de sinalização da Linha 12-Safira entre as estações Tatuapé a Calmon Viana, finalmente foi assinado nesta quinta-feira, 20. A Empresa MPE Engenharia e Serviços executará o serviço de “engenharia para elaboração de projeto executivo, fornecimento e implantação de novos intertravamento nos circuitos de detecção de trens com utilização de tecnologia tipo AF (áudio frequência) e sinais automáticos” por um valor de R$ 14,5 milhões – o prazo de vigência é de 18 meses, ou seja, até fevereiro de 2022.

O processo de licitação, como tem ocorrido com frequência em editais do governo, passou por incertezas. Lançado pela CPTM em julho do ano passado, o edital só teve sua sessão pública no final de outubro quando a MPE foi apontada como vencedora e habilitada a executar os serviços. No entanto, em julho deste ano, a companhia de trens metropolitanos desqualificou a MPE por conta de impedimentos de contratá-la após o governo declará-la inidônea.

A CPTM pretendia negociar com a segunda colocada, a Consbem, mas antes disso a empresa sediada no Rio de Janeiro entrou com recurso administrativo suspendendo a licitação. No dia 25 de julho, a CPTM voltou atrás e deu razão à MPE em suas alegações, mantendo a decisão original. A licitação acabou homologada no dia 10 e ontem assinado pelas empresas.

Redução do intervalo para 3 minutos

O contrato de modernização do trecho em questão é crucial para resolver gargalos da Linha 12-Safira, que circula com intervalos altos, embora reduzidos recentemente pela CPTM. A meta é que os trens circulem a cada 3 minutos, ou quase metade do headway atual. Com isso, será possível transportar mais passageiros e com uma esperada lotação menor. Mais que isso: ao permitir que praticamente o dobro de composições possam ser utilizadas sobretudo no trecho mais próximo da capital, a CPTM poderá enfim ampliar o serviço Connect da Linha 13-Jade.

Como se sabe, a nova linha da companhia, que foi inaugurada em 2018, ainda mantém intervalos muito altos, de 20 minutos na maior parte do dia. Além disso, só parte das viagens segue até Brás enquanto as demais param em Engenheiro Goulart, sendo necessária a baldeação para a Linha 12-Safira.

Com oito novos trens recebidos da chinesa CRRC, a Linha 13 poderá finalmente oferecer um intervalo mais baixo, mas desde que outro contrato, com a Siemens, seja concluído. É justamente o que implanta a sinalização no ramal e que está atrasado. Questionada sobre o projeto, a CPTM apenas afirmou ao site que ele “está em execução”, sem explicar qual a expectativa atual sobre sua conclusão.

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11 comments
    1. Olá, Matheus. Na verdade, não. O projeto é modernizar o sistema ATC atual, inserindo “novos intertravamentos nos circuitos de detecção de trens com utilização de tecnologia tipo AF (áudio frequência) e sinais automáticos”, segundo texto da CPTM. A grosso modo, a empresa vai conseguir reduzir a distância segura de circulação entre as composições, por isso é possível operar com intervalos menores.

  1. Boa tarde, Ricardo.

    Lendo a sua matéria gerou um dúvida já que utilizo com bastante frequência a linha 12 safira e a linha 13 jade da CPTM. Com relação ao trecho entre as estações engenheiro Goulart e Tatuapé que possui a velocidade reduzida também irá entrar neste contrato?

  2. Com esse valor de contrato, só vão fazer um projeto e umas alterações pontuais em parte da sinalização existente e limitada, que será insuficiente para diminuir o intervalo da linha.

    Um sistema de sinalização novo e capaz de diminuir os intervalos da linha toda custaria mais de R$ 100 milhões para ser implantado.

  3. vamos ser realistas, implantar ATO ou CBTC na CPTM é desperdiçar dinheiro. é enfeitar o pavão. melhorar e modernizar o ATC é o melhor que a CPTM faz.

    com um sistema de transporte metropolitano sem integraçao total, com o direcionamento dos onibus da sp trans da zona leste para o centro ou para o metrô, com estaçoes distantes uma das outras em dezenas de km, adianta implantar um sistema carissimo para aumentar quem sabe 10% da demanda e olhe lá?

    nao adianta, CPTM nao é METRÔ. CPTM vai buscar o sujeito lá longe e trazer para o metrô, que depois vai dispersando ao longo de suas inumeras estações próximas uma das outras.

    1. As ferrovias que formam a CPTM são metrô desde 1979. E o ATC apenas já não atende mais as necessidades de operação e segurança da rede de trens.

      Esse valor não vai mudar nada, só servirá para pirotecnia eleitoral. Não adianta confiar em uma sinalização remendada, faltando funcionários para operar e manter a linha, com suas subestações antigas com peças fora de mercado, pátios obsoletos e frota em fim de vida útil achando que tudo vai funcionar maravilhosamente.

  4. O que aconteceu com a implantação do sistema ATO na linha 12 em contrato assinado em 2007 e paralisado em janeiro de 2016 em que pretendiam reduzir o intervalo para 4 minutos?

    É inacreditável levarem mais de uma década para fazerem esse serviço e ninguém fala nada.

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