O projeto do corredor de ônibus “BRT” lançado pela gestão Doria no ano passado para substituir a Linha 18-Bronze do Metrô foi “congelado” para reavaliação diante da situação fiscal do estado após a crise causada pela pandemia do coronavírus. A informação foi revelada pelo jornal Diário do Grande ABC nesta segunda-feira, 24, e confirmada pelo site, que também apurou que apenas os projetos que envolvam a iniciativa privada, como concessões e Parcerias Público-Privadas, seguem ativos por enquanto.
Desde abril, o governo escalou o secretário Mauro Ricardo para analisar os investimentos do estado e estudar o que será possível manter ou suspender até que a arrecadação volte a subir e seja possível viabilizar esses projetos. A pasta de Gestão também tem revisto contratos em execução a fim de obter economias para reduzir o déficit fiscal, o que acabou afetando a obra de extensão das vias da Linha 15-Prata.
O BRT do ABC é responsabilidade da EMTU, empresa que Doria pretende fechar como parte do esforço para reduzir custos. As poucas informações disponibilizadas pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos dão conta que o corredor de ônibus custaria entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões e ocuparia o mesmo trajeto da Linha 18, entre o centro de São Bernardo do Campo e a estação Tamanduateí, mas com uma extensão também até outra estação, Sacomã, da Linha 2-Verde.
Em documento sobre metas para 2020, no entanto, a EMTU revelou que os estudos do corredor contavam com a renovação da concessão de outro corredor, o ABD, operado pela empresa Metra. Com isso, afirmou a empresa, seria possível oferecer a construção e operação do BRT para a mesma concessionária.
Ou seja, o projeto aparentava utilizar poucos recursos do estado, em tese. Restaria saber qual valor seria necessário para as desapropriações no trecho e que, no caso do monotrilho, foram apontadas como um dos problemas do projeto.
Projetos ameaçados?
Ainda de acordo com o que apurou o site, apenas os programas “carimbados” ou contratados serão mantidos por ora, como é o caso das licitações de projetos da Linha 19 e 20. No entanto, diante da gravidade da atual crise parece pouco provável que mesmo algumas obras hoje em curso poderão ser mantidas se a situação do caixa não voltar a melhorar.
O governo Doria, por exemplo, aguarda autorização do Cofiex para contrair um financiamento externo de US$ 550 milhões (mais de R$ 3 bilhões) para as obras de extensão da Linha 2-Verde até Penha, porém, o processo continua em análise pelo governo federal. Não se sabe como será possível oferecer garantias com a situação atual.
A própria Linha 6-Laranja, que deve ser retomada em outubro pela construtora Acciona, depende da contrapartida do governo, que tem um empréstimo de R$ 1,7 bilhão aprovado junto ao BNDES, mas que é suficiente apenas para um período curto da obra.
Já a concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, cuja publicação do edital tinha sido prometida pelo secretário licenciado Alexandre Baldy para a primeira quinzena de agosto, deve ser mantida já que pode trazer recursos para o governo por conta da outorga inicial. O projeto, no entanto, está sendo revisto para refletir os efeitos da pandemia na economia.
Cancelou o monotrilho da Linha 18 – Bronze para colocar esse BRT no lugar e agora ele é congelado, que tristeza para quem é do ABC.
E pensar que o monotrilho já poderia estar em construção, e agora está tudo na estaca zero, pois a Linha 20 – Rosa demorará décadas até chegar o primeiro metro de trilho no ABC.
Aquele ditado “há males que vem para o bem” talvez possa ser aplicado aqui. Tomara que fique congelado até 2022 e que o próximo governador retome a nossa Linha 18.
Essa notícia sobre a porcaria do BRT acaba sendo muito boa, tomara que jamais saia do papel mesmo.Quem sabe com uma eventual mudança de governador o projeto original seja retomado.
Olá Sr. Ricardo, amigos
Bem , pela protelação que vinha ocorrendo dava pra ver que esses projetos incluindo a extensão da linha 4 até o Taboão eram mais usados politicamente em épocas eleitorais do que realmente seriam executados. E uma pena que isso ocorra pois o atraso vai ser imenso e vai cair no popularmente “futuramente essas obras sairão”, assim como acontece com a linha laranja do metrô que de repente ficou tudo em silêncio.
Abraços e todos na Fé.
Gilberto
enquanto o governo alega não ter dinheiro, o mesmo repassa mais de 6 bilhões para o TJ-SP, alem de manter mais de 17 bilhões em renuncia fiscal do ICMS e já prever mais de 15 bilhões de renuncia para o ano que vem, o que representa mais de 10% do ICMS previsto a ser arrecadado. fica a conclusão para os senhores.
Isso por que se denomina “Gestor”. Imagina se não fosse.
Quando se conhece o “Modus Operandi” do PSDB que está em prática em São Paulo a mais de 25 anos não deveria se surpreender com estas bravatas.
Os gestores vem colecionando fracassos com sucessivos erros de planejamento, divulgando e iniciando novas linhas de forma concomitante sem concluir as que estão iniciadas, invertendo prioridades, fazendo politicagem com os projetos, desperdiçando o dinheiro público.
Entendo que se deva focar na remodelação, reforma, ampliação e construção de novas estações das linhas da CPTM principalmente no trecho entre Ipiranga e Lapa, inclusive para receber um futuro Trem Intercidades antes de se ficar anunciando múltiplas novas linhas coloridas do Metrô como esta 20-Rosa que são projetos custosos e demorados, e que não podem ser planejados de forma aleatória.