O Metrô de São Paulo apontou o consórcio GPO-GEOCOMPANY-GEOTEC, formado pelas empresas GPO Sistran Engenharia, Geocompany Tecnologia Engenharia e Meio Ambiente e GEOTEC Consultoria Ambiental, como vencedor da licitação de anteprojeto de engenharia e projeto funcional e estudo de impacto ambiental da Linha 20-Rosa. A empresa havia feito a menor proposta, de R$ 5.315.227,80 na sessão pública realizada em 20 de julho e aguardava a análise de seus documentos para ser habilitada pelo companhia.
A proposta do consórcio foi cerca de R$ 100 mil mais barata que a feita pelo segundo colocado, o consórcio Projetista Linha 2- – Nova Engevix/Ambiente Brasil. No total, dez grupos participaram do certame. Como a proposta ficou abaixo do valor base de exequibilidade (uma média aritmética entre o maior e o menor preço), o Metrô exigirá uma garantia adicional do GPO-GEOCOMPANY-GEOTEC. A companhia também realizou análise técnica, financeira e jurídica além de relatório em que o consórcio busca justificar o preço ofertado.
Com a seleção, o Metrô e a empresa passarão a realizar os preparativos para a assinatura do contrato e a constituição da sociedade de propósito específico que fará a gestão do projeto. No entanto, vale ressaltar que a habilitação também sinaliza que outros concorrentes poderão questionar o resultado e entrar com recurso administrativo perante a comissão de licitação. Infelizmente, tem sido algo comum nas concorrências recentes do Metrô.
Projeto de longo prazo
O projeto contemplará também pátios e estacionamentos de trens pelo longo percurso além de prever o faseamento da implantação. Segundo a minuta do contrato, a empresa selecionada deverá apresentar alternativas de traçado, método de construção e localização de estações e outros prédios auxiliares ao Metrô que então fará a escolha da opção mais apropriada para que os estudos sejam aprofundados a partir dali.
A empresa contratada terá até 32 meses para entregar projetos e estudos a partir da ordem de serviço. Numa hipótese otimista, que preveja a assinatura do contrato em setembro, a Linha 20-Rosa teria todos esses projetos prontos no segundo semestre de 2023. Em tese, só então será possível pensar na licitação do projeto básico, que dá subsídios para a concessão do ramal à iniciativa privada, como já afirmou o governo Doria. A não ser que ele atropele fases, o que não é algo apropriado num empreendimento tão grande e complexo.
Mudanças de traçado e novas estações
A diretriz do Metrô prevê que a Linha 20-Rosa terá cerca de 31 km de extensão, uma das mais longas de São Paulo, e 24 estações que farão conexão com outras 10 linhas de metrô e da CPTM, além do malfadado “BRT” do ABC, que substituiu o projeto da Linha 18-Bronze.
As novidades do traçado provisório são a inclusão da estação Santa Marina, da Linha 6-Laranja, e a mudança do trecho após a futura estação Alfonsina, que agora seguirá em direção à estação Santo André, da Linha 10-Turquesa. Essas alterações são bem-vindas já que potencializam as possibilidades de trajeto para os passageiros ao incluir um ramal próximo à Lapa e na outra ponta liga o Corredor ABD e o centro de Santo André, em vez seguir para a estação Prefeito Saladino, como havia sido sugerido anteriormente.
Por cruzar duas das mais movimentadas rodovias que chegam à capital, a Linha 20 deverá prever uma conexão para que usuários da Via Anchieta e Rodovia dos Imigrantes possam acessar o ramal, evitando deslocamentos sobre pneus dentro da região central da metrópole.
A importância dessa linha pode ser medida pelo fato de que ela atenderá cerca de 1 milhão de pessoas por dia, mas também passa por um eixo onde também existe 1 milhão de empregos, ou seja, terá um carregamento máximo de 32 mil passageiros por hora sentido, mais baixo e que significa que muitos usuários embarcarão e desembarcarão pelo caminho. Em outras palavras, a linha perimetral é o oposto do que é a Linha 3-Vermelha, radial e pendular, e que mais causa dificuldades operacionais porque os passageiros permanecem por muitas estações a bordo dos trens.
Depois de postergadas as Linhas 14-Onix, 18-Bronze, Arco Sul, Metrô de superfície para Linha 10-Turquesa, Trens intercidades para Santos, eis anunciado o início da Linha 20-Rosa em mais um uso político demagógico para as próximas eleições.
Com relação a esta Linha 20-Rosa, um detalhe chama a atenção, é que seus terminais Lapa e em Santo André chegam exatamente nas Linhas 7 e 10 da CPTM que possui uma 3ª linha ociosa entre Capuava e Brás, e sua conclusão é para após 2034, ficando claro que é melhor investir na CPTM , inclusive para receber os Trens Intercidades.
O Ricardo fez uma planilha “Cronologia do cancelamento da Linha 18-Bronze”, assim como já havia feito uma outra detalhada de todas as linhas de Metrô pendentes, inconclusas e postergadas, inclusive incluindo vídeo de campanha política em que aparece o Dória prometendo sua realização da linha, fazendo lembrar o que levava o deputado federal cacique Mário Juruna PDT-RJ, que por não confiar nas voláteis palavras dos homens sempre vinha acompanhado de um gravador de voz, não bastasse isto o atual prefeito de São Bernardo Orlando Morando PSDB enquanto era deputado juntamente com sua esposa também deputada que chegou a posar em inumeráveis “Out doors” pelas cidades do ABC em que apoiava o monotrilho resolveu debandar para o BRT da Metra em uma atitude irresponsável, e novamente é a população que vai arcar com essa indenização daquele consórcio extinto, por uma decisão de um gestor irresponsável, pois não existe garantia nenhuma caso não seja reeleito, o próximo dará prosseguimento nas obras.
“É tão fácil um homem enganar-se a si próprio mesmo sem perceber, como é difícil enganar os outros sem que eles o percebam. La Rochefoucauld
Muito bom ver a evolução das travas, ainda sim me espanta 32 meses para entrega do projeto.