Já se passavam mais de dez anos desde que a CPTM ergueu uma estrutura de plataformas provisórias para que os passageiros da Linha 7-Rubi que embarcam em Francisco Morato pudessem acessar o ramal enquanto a companhia realizava a construção de uma nova estação, mas finalmente essa novela foi encerrada nesta terça-feira, 1º de setembro. Após uma inauguração virtual na segunda-feira apenas com a presença do presidente da CPTM, Pedro Moro, e do secretário em exercício da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli, o espaço foi aberto ao público hoje às 4h40 da madrugada.
Falando por vídeoconferência do Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria enalteceu o fato de a obra ter sido entregue antes do prazo, segundo ele. “Quatro meses de antecedência é um fato raríssimo no Brasil. Então, todos os envolvidos estão de parabéns, trabalharam com muita determinação e orientação para entregar quatro meses antes do prazo determinado”, disse.
A afirmação, no entanto, precisa ser colocada no contexto correto e dizer que a nova estação Francisco Morato ficou pronta antes do previsto é esquecer que o governo do estado teve inúmeros problemas com a obra, que deveria ter sido entregue há anos. E nem estamos aqui citando o primeiro contrato assinado e que acabou sendo cancelado por abandono da empresa vencedora e sim da licitação que apontou o consórcio Telar-Spavias como escolhido para construir a estação.
A atual licitação teve o edital publicado em abril de 2016, mas acabou só tendo o contrato assinado em novembro de 2017. O início das obras, entretanto, ocorreu apenas em fevereiro de 2018, com prazo de entega de 36 meses. Ou seja, fevereiro de 2021, portanto, a obra em si levou até menos tempo para ser construída do que afirmou o governador. Porém, muito tempo depois do que originalmente planejado – vale dizer que a atual gestão praticamente só assumiu na reta final dos trabalhos.
Se o prazo esteve dentro do esperado, os custos da obra não. Contratada por R$ 114,9 milhões, a nova estação Francisco Morato custará aos cofres públicos R$ 142,4 milhões, ou 23,94% a mais após a assinatura do segundo aditivo em junho de 2020. Em fevereiro de 2018, o então governador Geraldo Alckmin celebrava “uma economia aos cofres públicos de cerca de R$ 57 milhões sobre o valor orçado”, mas na prática ela foi de cerca de R$ 30 milhões, segundo dados oficiais, o que não deixa de ser algo raro na administração pública.
Trem Intermetropolitano
A inauguração da nova infraestrutura da CPTM é a correção de uma injustiça de longa data com a população de Francisco Morato. A cidade tem a terceira maior demanda de passageiros da Linha 7-Rubi, atrás apenas de Luz e Barra Funda, que fazem várias conexões com outras linhas de metrô e trem. Em julho, mesmo sob os efeitos da pandemia, passaram pelo local nada menos que 558 mil usuários, segundo dados da companhia.
Além de contar com um espaço mais amplo e adequado, os passageiros poderão usufruir de uma estação acessível, com elevadores e escadas rolantes, além de um raro boulevard e praça internos.
Francisco Morato também é a primeira estação a estar preparada para receber o futuro Trem Intermetropolitano, um serviço regional parador que circulará entre a cidade e Campinas, com paradas em municípios como Jundiaí, Louveira, Valinhos e Vinhedo. Se tudo correr como planejado, o governo do estado concederá à iniciativa privada não só esse serviço, mas o Trem Intercidades e a própria Linha 7. Espera-se que com isso as boas novidades continuem a chegar à Francisco Morato e região no futuro.
Otima noticia, mesmo porque começa a viabilizar o tem regional ate Campinas ! alguem saber dizer a area total da estaçao antes e depois da reforma ??? qual o percentual de aumento de area ?