Longe das prioridades da gestão Doria, a Linha 20-Rosa foi incluída no orçamento de 2021 do governo do estado com um simbólico valor de R$ 10, mesma quantia destinada ao famigerado corredor de ônibus “BRT” que substituiu a Linha 18-Bronze do Metrô. A medida, no entanto, é uma prática comum quando não há recursos previstos para um projeto de imediato. Ao incluí-los, o governo pode no futuro remanejar verbas para que eles possam avançar.
É justamente isso que alguns deputados estaduais estão propondo em emendas ao Orçamento 2021 do governo do estado. A deputada Carla Morando (PSDB), por exemplo, pretende destinar R$ 5,4 milhões para custear os projetos e estudos da Linha 20, um ramal subterrâneo de grande extensão e que será no futuro concedido à iniciativa privada.
A novidade é que Carla, esposa do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, sugere que o valor seja retirado das obras da Linha 17-Ouro do monotrilho, e que estão bastante atrasadas. Na peça enviada pela Secretaria da Fazenda o ramal de metrô tem previstos cerca de R$ 920 milhões para o ano que vem.
Já o deputado Luiz Teixeira (PT) propôs repassar nada menos que R$ 500 milhões previstos para a elaboração de projetos e estudos para expansão da rede metroviária apenas para a Linha 20. Segundo ele, a medida se justifica pelo fato de “a atual promessa do Governo do Estado é que o ABC será beneficiado com a Linha 20- Rosa do Metrô, a qual, contudo, conta com previsão orçamentária ínfima, o que demonstra o descompromisso com a população do ABC Paulista”.
Teoria vs. realidade
A inclusão de emendas para destinar algum dinheiro para a Linha 20 não é novidade. Em 2019, a mesma Carla Morando propôs remanejar R$ 20 milhões do orçamento deste ano para custear os projetos iniciais da Linha 20-Rosa. O Metrô, inclusive, já lançou algumas dessas licitações, mas a burocracia do governo ainda não permitiu que os trabalhos começassem. Até setembro, a companhia havia desembolsado apenas R$ 14 mil dos R$ 1,76 milhão que tinha à disposição, segundo dados oficiais.
Como se vê, não basta apenas ter dinheiro, é preciso que a lenta e confusa máquina estatal se mexa para que um projeto possa avançar. Além disso, há os incontáveis imprevistos que surgem constantemente e que ampliam os atrasos.
Se já é complexo evoluir um projeto de linha metroviária e que conta com estudos técnicos de longa data, baseados em dados sérios como a Pesquisa Origem e Destuno do Metrô, o que dirá de uma proposta que caiu de paraquedas nos planos de transporte do governo do estado? Sim, estamos falando do corredor de ônibus “BRT Metropolitano ABC-Paulista”, tirado da cartola pela gestão Doria como uma solução rápida e barata para substituir a longamente aguardada Linha 18-Bronze.
Já se passaram 16 meses desde que o governo anunciou a troca do monotrilho pelo modal rodoviário, quase o mesmo prazo dado pelo secretário Alexandre Baldy para sua implantação (18 meses), e até hoje quase nada sabemos sobre esse projeto.
As desculpas para que o corredor continue no anonimato foram várias e incluíram até a pandemia do coronavírus. No entanto, torna-se cada vez mais claro que a ideia nunca teve qualquer base técnica, servindo apenas como um pretexto para amainar críticas ao retrocesso em mobilidade imposto ao ABC Paulista.
Ainda assim, o projeto recebeu uma emenda do deputado Teonilio Barba (PT), que pede um remanejamento de R$ 200 milhões para o projeto. Só falta saber se realmente existe qualquer estudo crível nas mãos do governo que possa justificar um gasto assim.
Por essas e outras estamos atrasados quase 100 anos em relaçao a europa e asia quando se fala em deslocaçao sobre trilhos
Ricardo, Você saberia nos informar onde exatmente , rua e quadra, passará o metro Cerro-corá ? A comunidade agradece.
Olá, Tomás, tudo bem? Creio que não existe um projeto exato de onde a estação Cerro Corá, afinal esse trecho só tem aparecido em estudos futuros. Mas olhando alguns mapas divulgados pelo Metrô, tudo leva a crer que a estação ficará próxima ao encontro das ruas Cerro Corá, Heitor Penteado e Aurélia já que a Linha 2 seguirá até a Lapa depois disso.
Essa linha poderia se chamar “Me engana que eu gosto”, óbvio que foi apenas uma jogada do marketeiro pra tentar abafar o absurdo feito em relação a Linha Bronze.
Pelo jeito não vamos ver o metrô no ABC só a outra geração. São promessas promessas e promessas.ate quando essa vergonha.