A Estação Água Branca é certamente uma das paradas mais icônicas da Linha 7-Rubi. Aberta em 1867 na ocasião da entrada em operação da primeira ferrovia em solo paulista, a “The São Paulo Railway Co. (SPR)”, e reformada posteriormente em 1976, a estação apresentou um fluxo mensal de 103 mil passageiros (novembro/2020).
Para os próximos anos estão previstas grandes mudanças no que se refere à mobilidade nessa região. No que tange à parte rodoviária é importante destacar o fim da famosa passagem de nível da avenida Santa Marina, ação que será promovida pela prefeitura de São Paulo através da OUC (Operação Urbana Consorciada) Água Branca. No âmbito metroferroviário temos a chegada da Linha 6-Laranja, que teve suas obras retomadas no ano passado. Cabe mencionar também a aguardada inclusão da Linha 8-Diamante nessa importante parada, assegurando mais opções de destinos aos passageiros.
Todos esses fatores estão conjugados com um dilema: A atual estação Água Branca não apresenta uma estrutura ampla e acessível para atender esse que será um importante ponto de integração no sistema sobre trilhos paulista. Veja a seguir uma lista das principais ações que deverão ocorrer:
Obras
O fim da passagem de nível
A passagem em nível da avenida Santa Marina é um ponto de grande sensibilidade para a operação dos trens metropolitanos. Podemos elencar problemas como a diminuição da velocidade dos trens, acarretando em um maior tempo de viagem, e a segurança de motoristas e pedestres. Uma das ações a serem realizadas será a extinção da PN e a implantação de uma passagem inferior (PI). Está obra trará como benefícios diretos a melhoria no tráfego de veículos e pedestres, e os ganhos com a otimização da operação, inclusive do Trem Intercidades (TIC) que poderá desenvolver maior velocidade neste trecho.
Alterações na estação e estação Provisória
Entretanto, para concretizar a eliminação da passagem de nível em Água Branca, será necessário realizar intervenções nas vias da Linha 7-Rubi. O projeto básico elaborado também indica que deverão ocorrer alterações graduais na estação. Façamos aqui um passo a passo das intervenções propostas:
Etapa 1
- As plataformas da estação Água Branca serão prolongadas em 28 m no sentido Oeste
- As plataformas da estação Água Branca serão suprimidas em 28 m no sentido Leste
- Será construída a primeira parte do túnel fora da área da estação (Parte Sul)
Etapa 2
- A primeira parte do túnel será fechada, uma nova área, mais próxima à estação, será escavada.
- Será iniciada a escavação do túnel no trecho norte, ainda sem atingir a área da PN
- Será construída uma plataforma de embarque provisória para a Linha 7 – Rubi
Etapa 3
- A segunda parte do túnel (Parte Sul) será fechada e sua laje servirá de base para as vias que serão deslocadas.
- Concluída a etapa prévia, as vias da Linha 7-Rubi e MRS serão deslocadas ao sul
- Instalação de passarela provisória entre a estação antiga e a estação provisória
- Desativação temporária da estação Agua Branca e da antiga PN, inicio das escavações no local
Etapa 4
- Execução do túnel e laje no trecho da antiga PN.
- Retornar as vias da Linha 7-Rubi e MRS para a posição original após finalização do túnel.
- Reativar a estação Agua Branca e desativar a estação Provisória juntamente com a passarela.
- Inicio do deslocamento das vias da Linha 8 para sua posição definitiva.
Ajustes das vias da Linha 8
Uma das mudanças mais bruscas que serão realizadas é o remanejamento das vias da Linha 8 – Diamante, que sairão do seu leito original e ficarão mais próxima da estação Agua Branca. Essa mudança se torna necessária para que se possa viabilizar no futuro a integração física com as Linhas 6-Laranja e 7-Rubi.
No futuro deverá ser feito um remanejamento de vias na região da Lapa no intuito de unificar as Linhas 7 e 8 em uma única parada. Cabe ressaltar que essas mudanças, tanto em Lapa quanto em Água Branca, não estão contempladas nos investimentos obrigatórios da futura concessionaria das Linhas 8 e 9. O leito antigo será convertido para o uso rodoviário.
Confira na sequência de imagens as mudanças propostas:
Uma nova estação
Após todas essas mudanças realizadas, a CPTM poderá colocar em pratica a implantação de uma nova estação Água Branca. A ideia é que ela tenha o mesmo padrão de qualidade e acessibilidade de suas paradas mais modernas como Francisco Morato e Eng. Goulart.
Essa estação terá saguão subterrâneo, por onde os passageiros poderão realizar a integração entre as Linhas 6-Laranja, 7-Rubi e 8-Diamante. No futuro, pelo fato de todas as linhas nessa estação estarem sob operação da iniciativa privada, as transferências deverão estar dotadas de uma série de bloqueios para a contagem dos passageiros.
O projeto segue uma concepção moderna aproveitando iluminação e ventilação natural. Sistemas de captação de água para reuso e aquecimento solar podem ser contemplados. A preocupação com os outros modos de mobilidade estão também em destaque com a criação de um amplo bicicletário.
A CPTM planejava, segundo projetos funcionais, fazer com que a nova estação Água Branca fosse ponto inicial de dois Trens Intercidades (TIC), um com destino à Campinas, que teve seu ponto de partida alterado para a Estação Palmeiras-Barra Funda, e outro com destino à Sorocaba, sem quaisquer perspectivas concretas de sua implantação, a não ser uma cláusula que indica que a concessionaria das Linhas 8 e 9 poderá ser responsável por tal atendimento.
Além desse fato, havia uma perspectiva de que a Linha 9 – Esmeralda fosse “invertida” deixando de atender a região de Osasco para atender a Zona Oeste de São Paulo. No entanto, com a mudança administrativa que ocorrerá nas Linhas 8 e 9, nada indica que esse tipo de ação poderá ser adotada. Tendo em vista que a mudança necessitará de investimentos extras ficaria a critério da concessionaria, sob anuência prévia do Estado, realizar essa mudança operacional.
Resultados
No final das contas, o que de fato muda com todas essas melhorias? Citamos três pontos fundamentais:
Melhorias operacionais
Viagens mais curtas impactam diretamente na qualidade de vida de todos os passageiros. Eficiência e pontualidade no transporte são metas que a CPTM sempre buscou construir desde que assumiu as linhas de suas antecessoras, a Ferrovia Paulista SA (Fepasa) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Com as mudanças o passageiro pode esperar que o seu transporte seja cada vez mais um símbolo de confiança. Além disso, as obras poderão viabilizar o TIC, já que ele poderá desenvolver maior velocidade dentro do coração da cidade de São Paulo.
Melhorias urbanas
A região sofre de males semelhantes aqueles que são encontrados em Francisco Morato. A divisão dos bairros pela faixa de domínio ferroviária não é necessariamente um problema, a menos que entre esses dois pontos as transposições sejam precárias e sem acessibilidade. Com as intervenções esses problemas serão praticamente sanados. Além das intervenções no sistema viário a nova estação promoverá uma grande requalificação urbana e valorização da região. Tudo isso resultará em um maior dinamismo econômico para essa região com grande potencial.
Melhorias na mobilidade
O aspecto da mobilidade é o mais evidente. A possibilidade que o passageiro terá para se deslocar entre diversos pontos da cidade será a maior das vantagens. Uma pessoa que usa a Linha 8-Diamante e precisa chegar até a Linha 4-Amarela agora terá uma alternativa pela estação Agua Branca que, por intermédio da Linha 6-Laranja, poderá evitar a lotação das estações na região central da cidade. O mesmo se aplica para o passageiro que está na região central e quer se deslocar até as extremidades da metrópole. A integrações fazem com que a dinâmica no sistema mude e consequentemente o passageiro não fique amarrado às mesmas maneiras de se deslocar pela cidade.
As melhorias também são estendidas para o que chamamos de micromobilidade. O andar de bicicleta ou o andar à pé será uma tarefa cada vez mais fácil. Para aqueles que possuem mobilidade reduzida, e que encaram frequentemente o desafio que é usar a estação Água Branca atualmente, as mudanças trarão uma mudança positiva na inclusão desses passageiros ao ciclo da mobilidade urbana.
Gostaria de saber se a Vera mudança nos trem de Guarulhos com destino au Tatuapé pões no começo era tranquilo fazer a baldeação na estação eng..gular logo agora está se tornando um inferno esperamos até 3 composição para embarcar espremido na porta posso o fluxo de passageiros em Guarulhos está aumentado a cada dia,da uma luz aí por favor guiado teremos um até o Tatuapé sem baldeação.
Tinha que fazer melhorias na estação Vila Clarice. Aquilo é uma vergonha. Não existe rampa de acesso a estação e o trem sentido Brás, fica a uma distância e altura enorme o que impossibilita qualquer pessoa com necessidades especiais de embarque e desembarque.
A maior prioridade com relação á implantação da Linha 6-Laranja deveria ser o da Estação integradora com a CPTM em Água Branca, pela localização estratégica que possui, pois englobara verias linhas existentes.
O bom senso e a logística de se evitar baldeações indicam que a construção da Linha 6-Laranja do Metrô trecho de Brasilândia até São Joaquim na Linha 1-Azul integrando com a CPTM em Água Branca para compartilhar e aproveitar a integração das seis linhas e composições quando forem necessários e os espaços em comum existentes na região para pátio, lavagens e oficinas para manutenção Linha 1-Azul, assim como ocorre após a Estação Tamanduateí, mas principalmente se houver uma expansão do mesmo, além da interpenetração dos trens sem transbordo, assim como acontece nas linhas 1, 2 e 4 no Metrô do Rio de Janeiro e nos mais modernos e integrados metrôs mundiais na Estação São Joaquim Linha 1-Azul.
Tais providências são para se evitar os tumultos crescentes que estão ocorrendo com as Linha 2-Verde que está atualmente servindo de terminal sem interpenetração e as Linhas 5-Lilás na Chácara Klabin, e 15-Prata em Vila Prudente, em que se planejam as correções de ambas para fazerem terminação em comum na Estação Ipiranga da Linha 10-Turquesa.
Para que isto seja feito, é fundamental que seja padronizado no mesmo modal das Linhas 1, 2 e 3, possua bitola de 1,6m e terceiro trilho eletrificado em 750Vcc, caso se adotassem estas equalizações, este pátio poderia ser dispensado.
Já não haviam confirmado que será via catenária e com bitola de 1,435mm?
Eu não entendi quem vai construir essa nova estação e reformar a antiga. Se vai ser o poder público através da CPTM e do Metrô ou as novas concessionárias. Não sei também se há um prazo para início das obras.
Eu só acredito……vendo!!
Vcs sabem se irá melhorar o acesso a estação de quem vem da avenida Guaicurus? Ou ainda seguirá tendo que passar pelo o pontilhão do final da rua Menfis?
isso aí nao sai do papel. e tem outra, o espaço entre a linha 7 e linha 8, tem muita coisa, nao é um terreno vazio. tem empresas, tem patio de trens, tem habitaçoes, tem ruas … vai tirar tudo isso , juntar as duas linhas e fazer uma avenida até a barra funda? kkkk, espere sentado.
As privatizações poderiam prever uma grande reforma na Estação Palmeiras – Barra Funda.
Daria pra chegar grande parte das linhas da CPTM lá: 7, 8 e 9 vindo do oeste e 10, 11 e 13 vindo do leste.
Com a implantação dos TIC, Teríamos em SP uma “Hauptbahnhof”, como fizeram em Berlim em 2006, uma estação principal integradora. A alteração do sentido da Linha 9 e a junção dos leitos das vias férreas, com novas integrações, considerando as Linhas 6-Laranja e 20-Rosa do metrô deixariam a mobilidade da cidade muito melhor.