Ao contrário das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, da CPTM, o projeto do Trem Intercidades (TIC), que também inclui a Linha 7-Rubi, deverá ser leiloado como uma Parceria Público-Privada, revelou o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, ao jornal Valor Econômico nesta semana.
Trata-se de uma diferença bastante significativa na modelagem do projeto por envolver investimento bilionário por parte do governo do estado. No caso das linhas 8 e 9, a gestão Doria oferece ao mercado apenas a concessão em troca de uma outorga fixa e compromisso de investir cerca de R$ 3,2 bilhões nos primeiros anos do contrato.
O TIC, por sua vez, pode precisar de cerca de R$ 5 bilhões de investimentos para sair do papel. Embora parte das vias já exista será preciso segregar imensos trechos de trilhos para liberar o tráfego de trens de carga. Além disso, a futura concessionária precisará construir estações em cidades como Campinas, Valinhos e Vinhedo além de reformar outras paradas para receber o serviço – e que inclui ainda o Trem Intermetropolitano, entre Francisco Morato e Campinas.
Segundo Baldy, a meta é lançar a licitação no terceito trimestre, caso a MRS, concessionária de carga que controla os trilhos entre Jundiaí e Santos, consiga a renovação antecipada junto ao governo federal. Como o site explicou, a empresa promete realizar diversos investimentos para separar os trilhos de passageiros e carga, incluindo um túnel de 2 km na região do Botujuru.
No entanto, esse processo de renovação está evoluindo lentamente. Ele tinha previsão de ser assinado em 2019, mas agora é cogitado para o terceiro trimestre deste ano. Por isso, o governo Doria quer deixar a licitação do Trem Intercidades engatilhada, apenas esperando pela definição da MRS.
A opção pelo formato de PPP, mesmo incluindo a Linha 7 como uma espécie de “bônus”, já que o vencedor terá acesso à receita financeira logo no início da gestão, torna o projeto mais complexo e burocrático. Das três linhas lançadas pelo estado nessa modelagem, duas tiveram problemas e uma fracassou, a Linha 18-Bronze.
A Linha 4-Amarela, operada pela ViaQuatro, apenas envolveu a parte de sistemas e material rodante, mas até hoje gera disputas a respeito de reequilíbrio do contrato. A Linha 6, por sua vez, acabou parada por quatro anos por conta de problemas financeiros do consórcio Move São Paulo. A obra voltou a andar meses atrás com a nova parceira, a Acciona.
Além disso, ao optar pela PPP, o governo terá de bancar boa parte dos custos de implantação do projeto, além de pagar a tarifa de operação a ser estabelecida. Ao incluir a Linha 7 no pacote, entretanto, a gestão Doria pode amenizar essa participação afinal o ramal tem potencial semelhante às linhas 8 e 9.
Linhas 2 e 20
Na entrevista ao Valor, Baldy citou pela primeira vez a manifestação de interesse privado do grupo Ascendal, revelada em primeira pelo site. O secretário, no entanto, considerou o projeto ainda “muito inicial”.
Sobre a Linha 17, o político goiano fez uma previsão pouco crível, possivelmente antes de a Justiça travar novamente o contrato dos trens com a BYD. Segundo ele, o ramal de monotrilho poderia iniciar uma “operação controlada” em abril de 2022.
Por fim, Baldy estimou que 50% das obras da extensão da Linha 2-Verde até Penha estarão concluídas até o final do ano que vem, algo também bastante improvável, visto que os trabalhos avançaram pouco até agora e existe o impasse no Complexo Rapadura por conta da derrubada de árvores.
Como eu sempre venho falando aqui, o tic não sai. Dai aparece uns e outros defensores do PSDB me criticando sem mostrar argumentos. Eu sempre afirmei e estou certo nas minhas convicções. Agora querem fazer em formato de PPP , com o estado gastando o que não tem para fazer uma linha que vai transportar no máximo 60 mil por dia. Quando notícias de transporte sao publicadas nas midias do mercado financeiro mais que nas midias especialiazada,pode ter certeza que tem mutreta no meio