Trens da Frota F só devem encerrar testes em junho, diz relatório

Oito composições da Linha 5-Lilás, que foram entregues pelo governo à ViaMobilidade em junho do ano passado, ainda passam por testes do sistema CBTC, de acordo com informe do governo Doria
Trem da Frota F na Linha 5 (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

A novela da volta à operação dos trens da Frota F, que fazem parte da Linha 5-Lilás, deveria ter se encerrado em dezembro passado quando o primeiro deles voltou a operar em horário comercial no ramal. No entanto, eles seguem em testes, conforme revelou o governo Doria em relatório divulgado no Diário Oficial na semana passada.

Segundo o informe, os oito trens fabricados pela Alstom e que estavam afastados do serviço desde 2017 “tiveram seus sistemas de Sinalização atualizados para operar em CBTC. Estes trens encontram em fase de testes com previsão de conclusão para até junho de 2021”.

Segundo declaração em rede social do secretário Alexandre Baldy, do Transportes Metropolitanos, em junho de 2020, “A modernização do sistema de controle dos 8 trens Alstom Metropolis, conhecidos como Frota F, foi concluída! Todos os trens estão liberados pelo Metrô e agora passarão por período de testes e ajustes pela ViaMobilidade, concessionária da L5-Lilás. Com isso, a frota da linha está completa com 34 trens que serão usados de acordo com a estratégia de operação da concessionária“.

Desde então, a ViaMobilidade tem realizado avaliações com as composições, mas causa surpresa que mesmo “prontas”, elas precisem de um ano para reunirem condições de operação plena no ramal. Vale lembrar que a Bombardier, agora parte do grupo Alstom, passou outros três anos realizando as modificações necessárias para que os trens da Frota F pudessem trocar o sistema ATC pelo CBTC.

Trem da Frota F à esquerda: composição ficou afastada entre 2017 e 2020

Sem aviso sonoro manuais

Não bastasse o atraso em concluir a modificação de sinalização, as oito composições foram entregues pelo Metrô num estado aquém do ideal. Segundo resposta a usuário em rede social, a ViaMobilidade afirmou ter investido em melhorias como troca de bancos e ar-condicionado e que pretende aprimorá-los no futuro.

No entanto, os trens estão sem o sistema automático de avisos sonoros funcionando, o que obriga os operadores a anunciar estações e outras mensagens de forma manual. De acordo com a mesma mensagem da concessionária, trata-se da “única forma que temos hoje”.

A Linha 5-Lilás possui uma frota de 34 trens, 26 deles da Frota P, fabricada pela CAF e que substituiu as composições da Frota F em 2017, quando o CBTC passou a ser usado no ramal.

A volta da frota original, que era usada desde 2002 (ano de inauguração), é necessária para possibilitar uma redução no intervalo entre os trens durante os horários de pico. Após atingir seu pico diário em novembro de 2019, com 622 mil passageiros, a Linha 5 tem transportado diariamente pouco mais de 300 mil usuários por dia útil.

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6 comments
  1. Sinceramente, não é de se espantar. Se pararmos para imaginar que os trens ficaram quase 4 anos sem circular comercialmente, imaginem como o trem foi degradando com o tempo! É uma máquina, se não é usada, os componentes envelhecem.

    O Frota F ficou tanto tempo parado, que os problemas só foram aumentando. Hoje está uma bola de neve.

    Esses trens são velhos, e pra melhorar só se mandarem pra uma reforma geral.

  2. Via Mobilidade só quer o filé… Façam as reformas necessárias… Se não estiverem satisfeitos, devolvam a concessão… Muito mimimi… só visam o $$$.

    1. Se não tem nada pra falar, fique quieto cara. A questão não é ViaMobilidade.

      A enpresa tem colocado os trens para circular conforme tem recebido os mesmos pelo Metrô.

      Se a questão é financeira sou sim a favor de melhorar a situação financeira de seus funcionários, é inadmissível o salário pago aos Operadores de Trem desta linha. Isso sim é algo a ser melhorado, afinal essa linha tem rendido lucros a concessionária, que por sua vez merecia remunerar os colaboradores que colocam os trens para circular.

      1. mas esse é um dos condicionantes da concessao, os baixos salarios. só olhar o PPR dos gerentes para ver que dar um salario nao é falta de dinheiro.

        1. Mas fica uma questão interessante para analisarmos. O estado tem montado as concessões, com sindicatos que em nada representam os trabalhadores. Na L5-Lilás, a ViaMobilidade começou com o SINDECREP (Sindicato de Rodovias), e só a partir deste ano os Metroviários da Linha 5 terão o início de um acordo coletivo DECENTE. Vamos aguardar, pq apesar de eu não ser a favor de greve, esse ano a coisa pode mudar.

          Finalmente os metroviários (não só Operadores de Trem) farão votações pelo Sindicato dos Metroviários. Aí sim, esses baixos salários estarão com os dias contados.

          Os Condutores de Trem da Linha 5-Lilás merecem respeito pelo trabalho que prestam. E isso se começa com salários decentes.

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