Prevista para ser leiloada no dia 25 de março, a concessão de áreas comerciais na Linha 1-Azul do Metrô envolve apenas 1.200 m² de espaço em 19 das 23 estações, por conta de outros contratos. Além disso, a companhia vencedora do certame só terá acesso pleno a esse espaço a partir de 2025 já que o governo planeja liberar as áreas em cinco fases, conforme edital retificado publicado nesta segunda-feira, 22.
A concessão em bloco de espaços destinados a estabelecimentos comerciais é uma nova estratégia do Metrô para atrair empresas maiores e mais experientes. Isso porque esses interessados têm um potencial de explorar de forma mais eficiente essas áreas, o que acaba refletindo em mais recursos para a companhia, já que ela recebe parte dessa receita.
Após um prejuízo bilionário em 2020, a companhia de transporte tem acelerado a busca por novas receitas não tarifárias para reduzir a dependência da arrecadação com venda de bilhetes. Uma dessas iniciativas é a concessão do direito de nomeação de estações (naming rights), cujos detalhes foram revelados em primeira mão pelo site na semana passada.
Já a concessão da áreas comerciais nas estações foi ampliada no ano passado com a licitação que envolveu a Linha 2-Verde, cujas 14 estações passam a ser administradas pela Ductus Empreendimentos, que venceu o certame com uma parcela fixa inicial de R$ 10,6 milhões.
Além de investir R$ 4 milhões em melhorias nos espaços, a empresa fará a manutenção de banheiros públicos. Mensalmente, a Ductus também deverá repassar um valor mínimo de R$ 882 mil ao Metrô ou o equivalente a 58,35% do faturamento bruto obtido, o que for maior – o contrato de tem duração de 30 anos.
Quatro estações suprimidas
Além dos 1.200 m² destinados à atividade comercial, a futura selecionada na Linha 1-Azul terá uma área equivalente para banheiros públicos e recintos de apoio aos lojistas que serão administrados por ela também.
Os valores mínimos da concessão das estações da Linha 1-Azul, no entanto, são maiores que os da Linha 2. O investimento mínimo é quase o dobro, ou R$ 7,6 milhões, e a remuneração mínima mensal, de R$ 923 mil ou o valor resultante da aplicação do percentual de 57,93% sobre o faturamento bruto da concessionária. O prazo do contrato também é de 30 anos.
O contrato de concessão não inclui as estações Paraíso e Ana Rosa (administradas pela Ductus), São Bento, que foi concedida anteriormente, e Sé, onde presume-se, o Metrô pode oferecê-la em edital semelhante envolvendo a Linha 3-Vermelha, já que a Linha 1 se restringe à plataforma inferior, com raros espaços com potencial comercial.
Das 19 estações, Luz, com 380 m², e Santana (254 m²), oferecem o maior espaço enquanto Portuguesa-Tietê e Parada Inglesa têm apenas 1 m² disponível, segundo documento da licitação.