Após amargar um resultado frustrante com a concessão das estações em Mogi das Cruzes, onde não houve propostas de nenhum interessado, a CPTM passou por situação semelhante no projeto de cessão de áreas na Estação de São Miguel Paulista. A concorrência resultou como deserta, ou seja, sem manifestação de qualquer empresa.
Entendendo o projeto
A ideia da CPTM em realizar a concessão dos espaços na estação de São Miguel Paulista, na Linha 12-Safira, tem como objetivo principal a obtenção de maior quantidade de receitas não-tarifárias. Essa modalidade de receita é toda aquela que não é oriunda da compra do direito de viagem, podendo ser proveniente de aluguéis de espaços, venda de ativos, publicidade, etc. A companhia tem se esforçado cada vez mais para angariar recursos e utilizar todo o potencial da rede de transportes para propiciar a empresa melhores condições financeiras.
As áreas em questão acumulavam cerca de 27.757,25 m², sendo que boa parte deste território ocupado pela antiga estação de São Miguel Paulista, que até hoje não foi demolida, a exemplo do que ocorrem com as estações antigas que são reformadas.
A concessão teria um prazo de 35 anos, sendo que cinco deles seriam usados para a construção do empreendimento associado e outros 30 anos para a operação comercial. Durante o período de operação, CPTM obteria receitas provenientes da movimentação financeira do novo serviço que fosse instalado. Os valores eram de no mínimo R$ 92 mil ou 7,7% da receita bruta por mês.
Conclusão
A busca da CPTM por se tornar uma empresa sustentável financeiramente é justa e vai de encontro com uma proposta que tem como premissa a responsabilidade com as receitas da companhia. Apesar da ideia de conceder espaços e aproveitar o potencial latente das estações, o momento atual, marcado por grandes dificuldades por parte de possíveis interessados, atrelados a queda abrupta da demanda de passageiros, faz com que projetos de concessão de espaços acabem sucumbindo por conta de uma das piores e mais frustrantes formas, o desinteresse das empresas pelo projeto. Esperamos que a CPTM possa reformular as ideias que pautaram essa e outras licitações do gênero para que, em um momento oportuno, possam lograr êxito na exploração responsável de seu território.
como bem dito no texto, toda forma de obter receitas não tarifarias são bem-vindas. o grande problema é que isso virou quase que um desespero, uma necessidade, uma sobrevivência. e isso está muito errado.
primeiro começa pela câmara de compensação, onde CPTM e METRO perdem receita tarifaria em prol das concessionarias da linha 4 e linha 5. e com o projeto de mais concessões, esse abismo tende a aumentar. se o governo quer bancar essas concessões, que injete dinheiro do tesouro estadual quando fizer a aprovação de contas na ALESP.
outro ponto é que o transporte público é deficitário por natureza. precisa de um financiamento externo, como já existe em varias outras cidades no mundo. o governo poderia criar formas de obtenção de receita, como por exemplo mudar a forma de rodizio e todo dinheiro arrecadado com o rodizio ir para o transporte publico, ou uma parte dos pedágios de rodovias, ou das multas de transito, ou uma taxa para os carros, etc. enquanto nada disso for feito, as empresas irão apenas enxugar gelo.
O transporte público depois desta pandemia não será mais o mesmo de antes.
A classe média média que estava começando a se interessar por mobilidade pública perdeu o interesse devido a contaminação em potencial e o mau serviço prestado e a possibilidade de home office.
A queda de demanda que foi de cerca de 60% vai se estabilizar por volta de 30% para sempre.
Pior que só vai usar transporte público quem realmente não consegue comprar um carro ou uma moto e infelizmente esta faixa da população usuária por falta de opção não interessa a nenhum governo.
Aliado a falta de recursos devido à falência dos governos, não haverá mais grandes investimentos no setor.
Portanto melhor a começar a economizar pra comprar seu carrinho ou sua moto por que transporte público não vai melhorar mesmo, infelizmente.
Infelizmente a falta de planejamento, aliado aos interesses partidários tem levado empresas como CPTM ou metrô a essa situação. Empresas que só funcionam através de injeção de dinheiro público. Lamentável o que vemos. Exemplo da linha jade, custo muito e transporta pouco. Enquanto isso Guarulhos continua sem metrô e estação como Varginha que possui grande oferta de passageiros continua em obras há de dez anos
Tem razão mas trabalhe com a ideia que não vai melhorar mesmo, não adianta ficar reclamando .trate do seu interesse e compre um consórcio de carro ou moto…
Poxa, a turma acha que estação de trem e igual aeroporto, onde da pra ganhar dinheiro vendendo coxinha a vinte reais . Caiam na real!