O Metrô de São Paulo decidiu impedir novamente que o consórcio PSD-SP participe da licitação de instalação de portas de plataforma nas linha 1, 2 e 3. O concorrente havia feito a proposta mais barata mas acabou desclassificado pela companhia em 2019 por conta de aspectos técnicos. Após ganhar uma ação na Justiça, que anulou o contrato com o consórcio Kobra, a empresa voltou a participar da concorrência.
Desta vez, no entanto, o Metrô alegou que o sócio principal do consórcio, o grupo MPE, não pode participar do certame por ser inidôneo, ou seja, foi condenado por via administrativa por outros contratos com o governo do estado e proibido de participar de novas licitações.
Segundo nota enviada pelo Metrô, “A publicação no Diário Oficial informa o impedimento do Consórcio PSD-SP de continuar como participante da licitação para instalação de portas de plataforma, impossibilitando sua contratação“.
A decisão abre espaço para que a companhia volte a selecionar o consórcio Kobra, formado pelas empresas Samjung Tech, Woori Technologies, a Husk Eletrometalúrgica e MG Engenharia e Construção Ltda, e que fez uma proposta de R$ 342 milhões para instalar 88 fachadas em estações mais antigas do Metrô. O valor é cerca de R$ 26 milhões mais alto que o do PSD-SP, que inclui também a empresa chinesa Zhuzhou CRRC Times Eletric Co.
O Kobra chegou a iniciar a execução dos serviços e o Metrô previa a instalação das primeiras portas no ano passado, mas vários processos na Justiça impediram que o trabalho seguisse. No fim, uma ação popular que contestava a escolha de uma proposta mais cara acabou sendo julgada procedente pelo relator Carlos Von Adamek, da 2ª instância.
No início deste ano, a companhia republicou a licitação permitindo que o consórcio PSD-SP pudesse participar. Apesar da decisão do Metrô, o contrato segue com outros processos correndo na Justiça e ameaçando paralisar o serviço no futuro.
A adoção das portas de plataforma era uma bandeira do governo Doria desde o início da gestão e que pretendia instalar o equipamento em todas as estações do Metrô até 2022, final do mandato. O impasse judicial, no entanto, torna essa meta pouco viável. A partir deste ano outras quatro estações das linhas 1 e 3 devem receber PSDs, mas em outro contrato, com a Alstom. Alem disso, a Linha 5-Lilás está na reta final de instalação das portas em cinco estações mais antigas.