Lançada originalmente em fevereiro do ano passado, a licitação para produção do projeto básico da Linha 19-Celeste enfim avançou após vários atrasos. O Metrô realizou nesta terça-feira, 13, a sessão pública de recebimento das propostas técnicas da empresas interessadas, com a participação de cinco consórcios.
A licitação prevê a escolha da proposta que reúne o menor preço e também uma pontuação técnica, uma imposição do Tribunal de Contas do Estado após o Sinaenco, sindicato que reúne empresas de engenharia e projetos, reclamar que o Metrô pretendia selecionar o vencedor apelos pelo quesito de valor financeiro mais baixo.
Por essa razão, nesta primeira fase, as empresas entregaram apenas as propostas técnicas, que serão analisadas pelo Metrô nas próximas semanas. Só então a companhia irá marcar uma segunda data para que os consórcios possam enviar as propostas com os valores pleiteados para o serviço- não há previsão de quando isso ocorrerá até o momento.
Apresentaram propostas pelo projeto os seguintes consórcios:
- MNEPIE (Maubertec Tecnologia em Engenharia, Nova Engevix Engenharia e Projetos, Pólux Engenharia, Intertechne Consultores e EGT Engenharia) – 266 folhas;
- Linha 19 Celeste (Promon Engenharia, Copem Engenharia, Tekhnites Consultores Associados, SMZ Consultoria em Automação e Controle, JBM Arquitetura e Urbanismo, Tetraarq Arquitetura e Projetos, Themag Engenharia e Gerenciamento e Núcleo Engenharia e Instrumentação) – 1.365 folhas;
- Sener Setepla – Future ATP – EGIS (Sener Setepla Tecnometal Engenharia e Sistemas, Future ATP Serviços de Engenharia Consultiva e EGIS Engenharia e Consultoria) – 1.530 folhas;
- Systra EBEI Fernandes (Systra Engenharia e Consultoria, Empresa Brasileira de Engenharia e Infraestrutura e Fernandes Arquitetos Associados) 1.539 folhas;
- Linha Celeste (SETEC Hidrobrasileira Obras e Projetos, Quanta Consultoria, Controltec Gerenciamento de Obras, Reconvert Planejamento e Projetos e SMC Serviços Metroviários) – 1.372 folhas.
Extensão operacional de 15,8 km
Entre os participantes, há vários nomes bastante conhecidos do setor e que já executaram projetos do Metrô e da CPTM como Systra, Setepla, Engevix e Egis, além de escritórios de arquitetura como a Tetraarq e Fernandes Arquitetos. Diante do grande escopo da licitação, os consórcios reúnem várias empresas em vez de participações isoladas.
A proposta técnica envolve comprovar experiência na execução desse tipo de projeto, com entrega de atestados e certidões técnicas além de listagem de profissionais e respectivos diplomas e documentos.
O projeto básico é fundamental para produzir subsídios capazes de delinear a futura licitação de implantação do ramal. Com ele saberemos exatamente onde ficarão as 15 estações, métodos construtivos, descrição de sistemas e aspectos gerais de arquitetura que servirão para embasar o projeto executivo, quando são produzidos os documentos usados nas obras.
Com 15,8 km operacionais, a Linha 19-Celeste ligará o Bosque Maia, em Guarulhos, à estação Anhangabaú, onde se conectará a Linha 3-Vermelha. Com uma frota de 31 trens que circularão em intervalos de 1 minuto e 45 segundos, o ramal poderá transportar diariamente 621 mil passageiros, segundo estimativa do Metrô.
O governo Doria tem dito que a licitação da nova linha será uma PPP (Parceria Público-Privada), em que há divisão de investimento entre o estado e o grupo privado vencedor da concorrência. Algo semelhante à Linha 6-Laranja, porém, a atual administração planeja mudanças na modelagem, de forma a ampliar o potencial de receitas acessórias e também reduzir os custos de construção.
No entanto, o horizonte do ramal metroviário ainda é distante. O início de obras, se não houver imprevistos, deverá ficar para o próximo mandato de governador, entre 2023 e 2026, provavelmente.
Se a linha for mesmo em PPP, da pra se dizer que o restante do tracado ate Campo Belo vai acabar inviabilizado, como foi o restante a Leste da L6??
Alguém ouviu falar em investimento federal nesta linha (ou em qualquer outra) como costuma acontecer em grandes metrópoles mundiais? Resta mesmo ao estado utilizar-se de PPPs. Um vergonha, considerando-se o grande número de passageiros e a dimensão da RMSP.