Investimentos do Metrô em 2021 não chegam a 20% do planejado

Companhia continua demonstrando dificuldade em cumprir meta em seus projetos de expansão e modernização, com apenas R$ 350 milhões empregados entre janeiro e abril
Estação Jardim Colonial, da Linha 15-Prata (CMSP)

Não bastasse a grave crise financeira que enfrenta, o Metrô de São Paulo também sofre para colocar em prática seus projetos de expansão e modernização. Assim como tem ocorrido nos últimos anos, há um enorme abismo entre o planejamento proposto e o que de fato foi realizado.

Em 2020 foi assim: em vez de cumprir a meta de investir R$ 1,57 bilhão em obras e modernização, a companhia terminou o ano com apenas R$ 1 bilhão empregado. Vale lembrar que o orçamento acima era maior do que isso em janeiro do ano passado, mas acabou reduzido diante das condições enfrentadas nos meses seguintes.

A situação nos primeiros quatro meses de 2021 não é diferente. Dos poucos mais de R$ 1,8 bilhão reservados para investimentos, o Metrô havia utilizado apenas R$ 350,7 milhões até abril, ou 19% do previsto.

A maior parte dos recursos foi usada na expansão da Linha 15-Prata, que conta com uma estação em construção (Jardim Colonial) e trechos de vias atualmente em execução. Até o mês passado, esses projetos consumiram R$ 83 milhões.

A obra da estação Vila Sônia, que deveria ter sido entregue em 2020, também mostra um bom avanço, com 50% dos desembolsos realizados até abril. No entanto, a nova parada da Linha 4-Amarela ficará em compasso de espera até a finalização de sistemas a cargo da ViaQuatro, concessionária que opera a linha.

Dona do maior orçamento de 2021, com quase R$ 604 milhões disponíveis, a Linha 17-Ouro evoluiu em abril, quando o Metrô realizou repasses de R$ 27 milhões aos fornecedores. Entretanto, o projeto tinha apenas 6% da meta concluída até aqui.

Outro projeto de vulto, a expansão da Linha 2-Verde até Penha, teve dispêndio de apenas R$ 55,5 milhões, ou 14% dos R$ 396 milhões orçados para a obra. Esse ritmo deve crescer nos próximos meses graças aos canteiros mais adiantados e outros que estão sendo mobilizados, mas, como mostrou o site ontem, o empreendimento segue ameaçado de paralisação caso a Justiça não libere a execução das obras do Complexo Rapadura.

Entre os projetos de modernização dos ramais, a Linha 1-Azul foi a que mais avançou, atingindo 38% do orçamento destinado sobretudo à implantação do sistema CBTC.

É preciso lembrar que o Metrô não investe nesses projetos com recursos próprios, e sim por meio de financiamentos e repasses do governo do estado e de bancos, portanto, não se tratam de endividamento da empresa.

Veja os projetos e valores do orçamento até abril:

Projeto Orçamento 2021 Realizado em abril Realizado em 2021 % de realização
Linha 1 – Azul R$ 17.790.000 R$ 407.000 R$ 6.823.000 38%
Linha 2 – Verde R$ 4.441.000 R$ 83.000 R$ 372.000 8%
Linha 3 – Vermelha R$ 19.368.000 R$ 219.000 R$ 675.000 3%
Expansão Linha 2 R$ 395.938.000 R$ 18.738.000 R$ 55.503.000 14%
Estação Vila Sônia R$ 112.463.000 R$ 9.478.000 R$ 56.131.000 50%
Linha 5 – PSDs R$ 92.197.000 R$ 8.116.000 R$ 15.320.000 17%
Linha 15-Prata R$ 333.557.000 R$ 22.850.000 R$ 83.023.000 25%
Linha 17-Ouro R$ 603.885.000 R$ 27.186.000 R$ 35.343.000 6%
Linha 19-Celeste R$ 44.718.000 R$ 138.000 R$ 357.000 1%
Projetos de expansão R$ 16.877.000 0 R$176.000 1%
Total R$ 1.822.152.000 R$ 91.012.000 R$ 350.733.000 19%
Fonte: Metrô de São Paulo

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