Quando escolheu a fornecedora dos dois “tatuzões” que usaria para escavar os 15 km de túneis da Linha 6-Laranja do Metrô, o consórcio Move São Paulo decidiu utilizar equipamentos projetados na França pela empresa NFM Technologies e que foram fabricados na China.
Os dois imensos “shields” foram entregues em 2016, pouco antes da Move São Paulo paralisar as obras do ramal por falta de condições financeiras. Enquanto as tuneladoras permaneciam armazenadas em galpões provisórios no canteiro ao lado da Marginal Tietê, a NFM acabou adquirida pela Northern Heavy Industries Group, da Alemanha, após passar por uma grave crise financeira.
No ano passado, também a NHI enfrentou problemas a ponto de deixar a NFM nas mãos do grupo francês BMS.
Ao assumir o projeto de construção e operação da Linha 6, a Acciona “herdou” os dois tatuzões. Como já havia todo um trabalho iniciado, inclusive de produção das aduelas que compõem os anéis de concreto dos túneis, seria natural seguir com os equipamentos chineses.
No entanto, os problemas com sua fabricante fizeram a construtora espanhola acionar um plano de contingência, segundo revelou o site Engineering News-Record. Trata-se da contratação da Herrenknecht, gigante alemã especializada na fabricação dos ‘Earth Pressure Balance Shields’ (EPB), o nome técnico do tatuzão.
Segundo afirmou ao ENR o diretor do projeto da Acciona, Lucio Matteucci, a Herrenknecht fará a atualização das tuneladoras e terá a tarefa de colocá-las em funcionamento.
Para quem não sabe, a empresa alemã é a fornecedora de “tatuzões” famosos como o que escavou os túneis das linhas 4-Amarela e 5-Lilás e que foi contratada para produzir o shield que será usado na extensão da Linha 2-Verde até Penha.
Apesar disso, a agora chamada NFM Engineering garante que dará suporte aos dois shields da Linha 6.
Matteucci confirmou a informação já divulgada que prevê que o tatuzão que escavará em direção à São Joaquim começará seus trabalhos até o final do ano enquanto o segundo equipamento entrará em operação no início de 2022, rumo ao pátio Morro Grande.
O executivo da Acciona também previu que a obra contará com cerca de 4.000 funcionários até o final de 2021 e que serão distribuídos por 30 frentes de trabalho. A meta da empresa é concluir o ramal de 15 estações em 2025.
Seria bom que o prazo de 2025 se cumprisse e que a linha laranja seguisse em direção à zona leste.
Concordo contigo mas conhecendo as dificuldades e apelações judicias que envolvem estas obras, eu diria que vai se extender até 2030…Espero que seja 2025 mas acho difícil !
Como é um projeto mais maduro, de vários anos, não deve ter problemas na Justiça. E como a Acciona obteve financiamento, só depende dela terminar a obra no prazo. Torçamos.