Como esse blog tem alertado há algum tempo, o ritmo das obras da Linha 6-Laranja, construída pela concessionária Move São Paulo, ainda não mostrou o grande avanço que se esperava de uma PPP (Parceria Público-Privada). Após vencer a licitação em dezembro de 2013, vários obstáculos surgiram pelo caminho como impasses jurídicos sobre a responsabilidade pelas desapropriações e também dificuldades de financiamento por conta do envolvimento de sócias do projeto como a Odebrecht na operação Lava Jato.
O resultado é que apenas agora, quase três anos após o certame, o consórcio detém 90% das imissões de posse dos terrenos necessários para a obra. A mais recente inclusão é um terreno que o governo de São Paulo tornou de utilidade pública e que servirá para a ampliação do pátio de manutenção Morro Grande. Com isso, nada menos que R$ 1 bilhão foi depositado em juízo pelo governo para pagar as desapropriações necessárias.
Tatuzão atrasado
Enquanto esse impasse começa a ser resolvido, o consórcio construtor segue abrindo novas frentes de trabalho. Já há obras mais avançadas nas estações Freguesia do Ó, João Paulo I e Santa Marina. Além disso, vários outros terrenos já estão com obras iniciadas como nas futuras estações Água Branca, Angélica-Pacaembu, Higienópolis-Mackenzie e no próprio pátio.
Mas é no VSE Tietê que as atenções estão voltadas agora. Localizado ao lado da Marginal Tietê, o canteiro já abriga o primeiro dos dois tatuzões que farão a escavação dos quase 15 km de túneis. Apesar disso, o início dos trabalhos, que estava previsto para este mês, só ocorrerá em 2017. Ele ainda precisa ser montado no fundo do poço antes de partir em direção à São Joaquim.
A previsão de entrega da obra, que chegou a ser cotada para 2018 numa primeira fase, agora é estimada para 2021, mas com os recentes atrasos é possível que demore ainda mais. Se isso ocorrer, é mais uma prova que o problema das obras públicas não está ligado exatamente ao tipo de modal ou tecnologia ou a formatação do tipo de licitação, mas sim na enorme, complexa e cara burocracia que envolve projetos, desapropriações, licenças ambientais e licitações.
Ótimo, com novos créditos vindos do exterior (China em especial) que o governo foi buscar, espero que essa e outras linhas deslanchem.