Um dos principais focos da CPTM para a melhoria do serviço ferroviário que é prestado à população está na modernização do sistema de sinalização. Das linhas que herdou de antigas operadoras, uma boa parte contava com um sistema de sinalização bastante rudimentar e que contou com importantes aprimoramentos.
Porém, o dinamismo da metrópole impôs um crescimento da demanda de passageiros, reflexo do gradativo aumento na qualidade do transporte. Eis então a necessidade de um novo aprimoramento. A aposta foi a implantação de modernos sistemas de automatização como é o caso do ATO (Operação Automática de Trens) que foi escolhido para as linhas 7-Rubi, 9-Esmeralda e 12-Safira.
Apesar do contrato ter prosseguido bem nos primeiros anos, atualmente ele se encontra paralisado. Recentemente a CPTM realizou com sucesso o rompimento do contrato de supervisão das obras para a instalação do sistema ATO nestas linhas. Apesar do fim do contrato, não há indicativos de que a instalação do sistema tenha sido totalmente abortada.
O sistema ATO é uma função complementar ao SSC, sigla para Sistema de Sinalização e Controle. Sua função principal consiste na automatização da operação dos trens com base em rotinas pré definidas pelo CCO.
A Operação Automática de Trens é dividida em três blocos distintos e com funções importantes. O ATO de Estação é o principal bloco e concentra a maior parte dos equipamentos. Através de rádio, switches e estações de trabalho nas próprias estações é feita a comunicação com os trens. Essas informações são recebidas pelo CCO que monitora e controla os trens remotamente.
O ATO de Via representa os componentes que são instalados na via férrea, em sua grande parte TAGs. As TAGs são equipamentos “marcadores” que ficam instalados sobre os dormentes. Cada um destes equipamentos possui configuração única acerca de seu posicionamento na via, lado da plataforma, posição na plataforma, etc. Servem como referência para que os trens possam executar as paradas programadas na plataforma.
O ATO de bordo é o conjunto de equipamentos que estão presentes dentro de cada composição. Ele recebe as informações do ATO de via e do ATO de estação executando as rotinas pré programadas pelo CCO. Dentre as ações possíveis de realização pelo sistema estão a abertura e fechamento de portas, definição do nível de desempenho e potência do trem, reversão automática de cabine e funções especiais para o CCO (Trem Direto, Reter Trem, Libera Trem).
No que se refere à instalação do sistema nas linhas geridas pela CPTM, o progresso dos serviços é variável, sendo possível traçar previsões com base em informações recentes, principalmente aquelas ligadas às concessões.
Na Linha 9-Esmeralda o sistema está em melhor estado de conservação e deve ter sua implantação concluída. Segundo os anexos do contrato de concessão das Linhas 8 e 9, que teve como vencedora o consórcio ViaMobilidade, a CPTM deverá ser responsável pela conclusão da instalação. Ao término deste procedimento a ViaMobilidade deverá realizar o ressarcimento para a CPTM de no máximo R$ 37,6 milhões. O sistema deverá ser implantado até a estação Varginha.
Nas linhas 7-Rubi e 12-Safira não é possível observar qualquer tipo de progresso quanto à instalação do sistema. No trecho entre Barra Funda e Jundiaí, alvo de PPP, não há qualquer menção à retomada do sistema ou a qualquer obrigação por parte do poder concedente ou da concessionária quanto à infraestrutura já implantada.
Na linha 12-Safira a situação é bastante semelhante, com o agravante de que algumas estruturas estão em estado considerável de degradação. A CPTM realizou um certame para a modernização do sistema de sinalização neste trecho prevendo a inclusão da tecnologia de circuitos de via em audiofrequência (AFO). A medida permite diminuir o tamanho das seções de vias sinalizadas, propiciando a redução de intervalos de até 3 minutos. Assim como na Linha 7-Rubi, não há menção sobre um possível reaproveitamento do ATO.
Caso semelhante ocorreu com a implantação do sistema CBTC nas Linhas 8-Diamante, 10-Turquesa e 11-Coral. Apesar dos contratos terem sido retomados nas linhas que estão sob gestão da estatal, na Linha 8-Diamante, concedida à ViaMobilidade, o sistema se encontra incompleto, apesar de ter funcionalidade atestada em pequenos trechos entre Barra Funda e Domingos de Moraes.
O contrato de concessão não prevê a conclusão da instalação do CBTC, delegando para a ViaMobilidade apenas a modernização do Domínio 2 do sistema ATC, atualizando os equipamentos a base de relês para aparelhos eletrônicos microprocessados de maior confiabilidade.
Matéria muito bem explicativa!
Mas é possível diminuir os intervalos sem o ATO. Ficam querendo instalar um sistema Metroviário em vias que ainda existem transeuntes entre os trens. Existem muitas outras pendências básicas na CPTM como criação de muros para cercar a ferrovia, diminuir os imensos vãos nas estações! Imagine uma pessoa cai na via e o trem automático inicia a movimentação, Tragédia!
A CPTM tem muito que evoluir ainda. Trens automáticos como no metrô não deveria ser prioridade, explorem mais o ATC criando mais blocos de via para aumentar o número de trens, por consequência aumentar a oferta de lugares!