Metrô usará equipamento para medição das rodas dos trens

Novo equipamento deverá ser instalado nas linhas 1, 2 e 3. As medições automáticas deverão ajudar a manutenção no reparo das rodas e no aumento da disponibilidade dos trens para a operação
Rodas dos trens deverão ser medidas em movimento (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)
Rodas dos trens deverão ser medidas em movimento (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

O Metrô de São Paulo publicou na segunda-feira (25) uma licitação para o fornecimento e instalação de um sistema para medição e registro das rodas dos trens. O equipamento deverá realizar análise da geometria, diâmetro e perfil das rodas de forma dinâmica. Prevê-se que o novo equipamento possa ser instalado nas Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.

A mediação das rodas das composições deverá ser realizada sem que haja o contato físico com o equipamento. O principal objetivo é a coleta de dados e o acompanhamento gradativo do desgaste das rodas ferroviárias. Este desgaste natural pode ocorrer em diversas partes do perfil do trilho, de forma que cada conjunto de rodas apresentam leves diferenças entre si.

Antes das composições passarem pelo equipamento, sua presença deverá ser detectada por sensores especiais. Esses sensores poderão ser semelhantes aos leitores de TAG, itens marcadores que irão identificar no sistema qual trem está passando pela aferição.

Caso não haja a possibilidade da identificação dos trens através de TAGs poderá ser utilizado o registro por horário. Este dado poderá ser usado pelo CCO que poderá realizar a identificação dos trens que passaram pelo equipamento.

Perfil de uma roda ferroviária (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

É previsto que os novos equipamentos possuam um sistema de redundâncias nos sensores, assim, caso um dos itens acabe apresentando falhas, um outro estará de prontidão para continuar a execução dos serviços.

O posicionamento deverá levar em consideração a aproximação e afastamento das rodas ferroviárias, para melhoria na precisão durante a aferição. Para a medição do diâmetro do trem é recomendado que o equipamento cubra todo o perímetro da roda com maior dimensão possível.

Os dados deverão ser coletados diariamente e serão utilizados para a criação de indicadores que tracem uma curva de desgaste nas rodas. Tais parâmetros serão analisados e utilizados para a definição de ações na área de manutenção, prevendo com antecedência quando as composições deverão ser retiradas de serviço para que as rodas sejam reparadas.

As novas máquinas deverão possuir sistema de autolimpeza dos sensores, de maneira que a manutenção local do equipamento possa ser realizada com intervalo mínimo de 60 dias. Além disso, os sensores que serão responsáveis pelas medições deverão ter indicadores que evidenciem falhas que podem ocorrer devido a sujeira, causando obstrução nas leituras e consequente falha na aferição de dados.

As medições deverão ser realizadas com uma precisão de até 0,5 milímetros em uma velocidade máxima de 80km/h. A taxa de acerto deverá ser de pelo menos 99%. Confira abaixo a tabela com as medições que deverão ser realizadas:

Características das rodas que deverão ser aferidas (CMSP)

Os equipamentos deverão estar conectados a rede Ethernet do Metrô repassando por meio de rede dedicada às informações aos centros de controle da manutenção da companhia do metropolitano. O software deverá permitir não só a reconfigurações dos parâmetros como também expansões futuras, além de ser totalmente integrado com o sistema de gerenciamento do Metrô.

Deverão ser fornecidas informações extras sobre o software como códigos, fluxogramas e listagens. Farta documentação técnica deverá ser apresentada e entregue para que o Metrô possa ter total autonomia na manipulação, manutenção e operação do novo equipamento, evitando contratações adicionais neste sentido.

Os novos equipamentos poderão ser instalados ao longo das vias ou nos pátios de manutenção. Os itens deverão estar sujeitos a ação de intempéries, vibrações, choque, etc. Cabe citar que as intempéries de menor impacto como umidade, temperatura ambiente e a presença de poeira não deverão ser agentes causadores de falha.

Em termos de manutenção, o Metrô exige níveis altos de confiabilidade e disponibilidade dos novos equipamentos. O tempo médio entre falhas (MTBF) deverá ser superior a 15 mil horas, enquanto o tempo médio para reparo (MTTR) deverá ser inferior a 60 minutos. A disponibilidade mínima para os equipamentos deverá ser igual ou maior a 99,998%.

Confiabilidade do equipamento garantirá melhoria na manutenção (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

Além de toda a estrutura física que será mobilizada, a empresa vencedora do certame também será responsável por realizar treinamentos técnicos para os funcionários com duração mínima de 60 horas. Os treinamentos serão divididos em dois módulos distintos, sendo um módulo para operação, onde os funcionários terão contato com o equipamento, seus sistemas e a com as rotinas de funcionamento do mesmo, incluindo a manipulação correta dos dados.

Também será fornecido um módulo especial para a manutenção. Os treinamentos deverão capacitar os técnicos do metrô para a realização dos reparos com base em informações técnicas e procedimentos específicos dos sistemas e ferramentas utilizadas no novo medidor de rodas.

A licitação deverá ser processada através de um pregão eletrônico que será realizado no dia 9 de novembro. O julgamento das propostas levará em consideração o menor preço apresentado pelos concorrentes. O orçamento da licitação é sigiloso, portanto os valores só deverão ser revelados no momento da apresentação das propostas.

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