Parte crucial para que a Linha 17-Ouro tenha sua fase prioritária concluída, o contrato de sistemas passou pela primeira revisão de prazo. A BYD SkyRail agora tem até janeiro de 2024 para concluir os trabalhos, que incluem 14 trens de monotrilho – o contrato passou a ter vigência até junho do mesmo ano.
O motivo para o atraso envolve os processos judiciais que afetaram sua execução e foram movidos pelo concorrente, o consórcio Signalling. O grupo, que reúne as empresas T’Trans, Bom Sinal e Molinari, conseguiu interromper a execução dos trabalhos na Justiça por algum tempo, até que o Superior Tribunal de Justiça concedeu liminar liberando a BYD.
Originalmente, o contrato previa 38 meses de execução e 44 meses de vigência, com previsão de conclusão em junho de 2023 e dezembro do mesmo ano, respectivamente.
Por conta da parada, o Metrô acrescentou até 170 dias nas Datas Marco, tabela de escopo de serviços com o prazo máximo para cada item. Apenas a revisão do projeto dos trens e do sistema de portas de plataforma tiveram um acréscimo menor, de 108 dias no prazo.
O item com a meta mais distante é o término do comissionamento do 14º trem de monotrilho. Antes esse prazo era de 1.110 dias a partir da ordem de serviço. Como o contrato foi assinado em 27 de abril de 2020, isso significaria concluir o serviço por volta de junho de 2023. Agora, com 1.280 dias para ser concluído, o 14º trem poderá ser comissionado até novembro do mesmo ano.
Primeiro trem distante no papel
Ponto simbólico do cronograma, a entrega do 2º trem fabricado nas instalações do Metrô deveria ocorrer em até 780 dias após a emissão da ordem de serviço. Calculado com base na assinatura do contrato, isso significaria que o monotrilho chegaria ao pátio Água Espraiada em torno de julho de 2022. Após o aditivo, o prazo pulou para final de dezembro do ano que vem.
O contrato especifica que o 1º trem, conhecido como “cabeça de série”, seja finalizado sem pendências impeditivas em 720 dias, mas não cita claramente a entrega ao Metrô. No novo prazo, a BYD terá 890 dias para concluir essa etapa, por volta de novembro de 2022.
O cálculo coincide com declarações da fabricante chinesa, que planejava enviar a primeira composição até o final do ano que vem. No entanto, o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, citou tempos atrás que o governo tentava viabilizar a chegada do trem em março de 2022, sem explicar a razão da escolha da data em questão, tão distante do cronograma – a BYD, por outro lado, afirmou que estudava essa alternativa.
Pode se afirmar com alguma segurança que a Linha 17-Ouro, no que depende do contrato de sistemas, só teria condições de operar em condições mínimas por volta de 1.100 dias após a ordem de serviço, ou seja no final do primeiro semestre de 2023.
É quando várias etapas importantes como o comissionamento de cinco trens, análise de segurança e integração de todos os sistemas estarão concluídos, de acordo com o cronograma. A BYD pode antecipar essas datas, mas o aditivo sugere que ela precisará de mais tempo.
Ainda assim, o sonho de ver os trens de monotrilho circulando finalmente não depende apenas da fabricante da China. É preciso concluir as obras civis e implantar a subestação de energia que permitirá que o ramal funcione. São contratos paralelos e que não podem atrasar mais.
Ricardo, saudades daquela publicações onde você passava a Regia em todas as obras em andamento. Poderia voltar a fazê-las. 😉