Foram 2.005 dias de espera para que a cidade de São Paulo voltasse a ter um ‘tatuzão’ escavando seu subsolo. Nesta quinta-feira (16), a Acciona, empresa responsável pela construção da Linha 6-Laranja, acionou a primeira de duas tuneladoras que irão abrir cerca de 14,7 km de túneis por onde circulação 22 trens a partir do final de 2025.
A tuneladora sul, máquina de 2 mil toneladas, foi batizada com o nome de “Maria Leopoldina“, esposa de Dom Pedro I, às vésperas do bicentenário da Independência.
Ela terá a tarefa de percorrer 9,5 km em direção à estação São Joaquim, encerrando seu trabalho algumas centenas de metros depois do cruzamento com a Linha 1-Azul, onde será desmontada.
A viagem no subsolo de São Paulo deve levar 22 meses, segundo o diretor da Acciona Lucio Matteucci em entrevista à Revista Ferroviária. Ou cerca de 670 dias de trabalho ininterrupto, o que conferiria um ritmo diário de escavação de mais de 14 metros.
Matteucci, no entanto, cita uma média de 10 a 12 metros por dia de avanço na tuneladora sul. Isso significa que o shield, como também chamado, pode concluir seu trabalho entre fevereiro e julho de 2024. A Acciona, no entanto, faz questão de lembrar que bateu recordes na escavação dos túneis do metrô de Quito, no Equador.
A situação da tuneladora norte, ainda sem nome de batismo, é um pouco mais confortável no papel. Ela será montada nas próximas semanas, assim que sua irmã deixar o VSE Tietê, e deve ficar pronta até março de 2022, quando iniciará sua parte nas escavações.
Ela terá pela frente uma distância menor, de 5.225 metros, ou um pouco menos já que a Acciona deve posicioná-la um pouco mais ao norte graças a dois novos poços abertos recentemente.
Se atingir a média sugerida pelo diretor da construtora, ela chegará a seu destino em outubro de 2023, ou então, atingir a meta em dezembro do mesmo ano. Por escavar rocha, o ‘tatuzão’ norte poderá avançar diariamente entre 8 e 9 metros, segundo a empresa.
Percalços no caminho
Resta saber se o fato de a fabricante dos dois equipamentos ter passado por problemas não possa afetar seu funcionamento. Para contornar problemas desse tipo, a Acciona contratou a Herrenknetch, a mais famosa empresa que fornece tatuzões no mundo. Ela foi responsável pelas tuneladoras das linhas 4 e 5 em São Paulo além da Linha 4 do Metrô do Rio e dará suporte para a construtora espanhola durante a obra.
Por falar nisso, o último giro de uma roda de corte dentro da cidade de São Paulo ocorreu no dia 20 de junho de 2016. Naquele distante dia, o ‘megatatuzão’ usado pelo consórcio responsável por abrir os túneis entre o VSE Bandeirantes a estação Chácara Klablin, da Linha 5, encerrava sua missão no poço Dionisio da Costa.
Com porte semelhante aos modelos da Linha 6, que abrem um túnel duplo para ambas as vias, o shield da Linha Lilás ficou ativo por 1.013 dias, tendo avançado 4.850 metros nesse período. Mas a máquina passou por vários imprevistos como a demora para deixar o ponto de partida e paradas inesperadas por conta de atrasos nas obras da estações.
No fim, ele obteve um ritmo diário de escavação de 7 metros em média. Como se vê, não será muito difícil a Acciona superar esse patamar.
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Grande dia. Inicio das escavações, de facto, da L6 e inauguração da última estação da L4.
Pena que a cidade ficar um bons longos anos sem inauguração subterrânea. Pelo menos temos obras em andamentos. Inaugurações das estaçãoes da L2 e L6 vão coincidir quase nos mesmos períodos. 2025/2026 prometem, se tudo der certo no país onde tudo é motivo para parar tudo.
Li várias vezes para entender do onde para onde e não encontrei.