A rede metroferroviária de São Paulo possui algumas transferências caóticas, como muitos sabem. A maior parte segue sem solução à vista, mas pelo menos uma pode ser resolvida até 2018. A estação Santo Amaro, que hoje conecta as linhas 9-Esmeralda da CPTM e 5-Lilás do Metrô será ampliada nos próximos anos, de acordo com a minuta de concessão que o governo do estado pretende lançar no início de 2017.
O objetivo da gestão Alckmin é repassar à iniciativa privada a operação e manutenção das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro, ambas com grandes trechos em construção. Mas o concessionário vencedor da licitação também precisará arcar com outras metas, entre elas resolver o gargalo que existe hoje em Santo Amaro. Como se vê na prática, não se imaginava que o fluxo entre as duas linhas fosse tão grande, causando hoje bastante dissabores nos usuários que precisam percorrer corredores apertados ou, então, fazer uma longa caminhada para chegar à outra plataforma.
A solução para o problema consta do edital da concessão e é um tanto desafiador. Segundo o texto, para dar conta da demanda projetada em 2018 será preciso construir duas extensões da plataforma sobre o rio Pinheiros, hoje feita por uma ponte estaiada. A ideia é construir duas outras pontes paralelas para aumentar o espaço de circulação além de permitir a instalação de mais elevadores e escadas (veja infográfico exclusivo).
Com isso, os passageiros terão sete metros a mais de plataforma em cada sentido – hoje, dependendo do horário, fica quase impossível caminhar no contra-fluxo de um trem que acabou de desembarcar. Não é só. Outro ponto crítico da ligação entre as duas estações também será alterado pelo concessionário, o corredor que liga os dois mezaninos.
Parte da estação Santo Amaro da CPTM, construída em 1988 e em processo de tombamento, esse corredor hoje é estreito e não pode ser ampliado porque ao lado ficam as salas técnicas da estação. Conforme consta no edital, será preciso construir novas instalações na outra ponta da estação, o que inclui também os banheiros, hoje no nível da plataforma. Após isso, será possível alargar a passagem entre as duas linhas, mas a linha de bloqueios também deverá mudar num esquema parecido com o da estação Pinheiros, deslocando essa parte para o outro lado da avenida Nações Unidas.
O edital até prevê quando isso deverá ficar pronto: 2018, ano em que a Linha 5 deverá começar a funcionar até a ligação com as linhas 1 e 2. Mas há desafios, como dissemos. Um deles é construir as duas plataformas auxiliares sobre o rio e ligadas à ponte estaiada. Elas terão suportes próprios e terão de ser construídas observando várias interferências, sobretudo no lado onde está a via da CPTM.
O resultado estético é impossível de ser previsto, mas o prático sem dúvida será positivo para quem utiliza a estação.
Olá, Ricardo!
Por gentileza, você saberia me informar como ficou essa questão da modernização e ampliação da Estação Santo Amaro? Me parece que realmente existe um entrave nesta questão, pois a Estação Santo Amaro esta tombada pelo Patrimônio Histórico de São Paulo e sua configuração não pode ser mudada. Outra questão: A iniciativa privada arcaria com os custos das obras na estação Santo Amaro somente nas dependências do Metrô, ou essas obras poderiam se estender para as dependências da CPTM?