O governo Alckmin admitiu ao jornal Folha de São Paulo que pode repassar para a iniciativa privada mais uma linha de metrô, a 2-Verde. Segundo o secretário dos Transportes Metropolitanos Clodoaldo Pelissioni, responsável pelo Metrô e pela CPTM, a chance disso ocorrer é grande, desde que sejam resolvidos os problemas com outras linhas como a 6-Laranja, 17-Ouro e 18-Bronze.
“A Linha 2 tem o projeto pronto e algumas desapropriações executadas”, disse Pelissioni à Folha. De fato, a extensão do ramal, que acrescentará 14 km e 13 estações já está licitado desde o final de 2014, porém, passou por dois adiamentos, o mais recente até dezembro de 2017.
Como o blog já havia alertado, a atual licitação pode ser considerada fracassada já que parte dos vencedores está envolvido com a operação Lava Jato e não deve ter condições de assumir um investimento dessa ordem. Com o mercado abalado restaria ao governo buscar um interessado na iniciativa privada. O secretário, no entanto, não revelou qual seria a modelagem ideal visto que a Linha 2 já tem um trecho em operação.
Uma coisa é certa: ele terá de arcar com a construção do novo trecho que a levará até Guarulhos. A obra é de extrema importância para a Zona Leste por ter a capacidade de equilibrar o fluxo de passageiros na região, hoje concentrado nas linhas 3-Vermelha e 11-Coral (CPTM).Uma possibilidade é assumir a operação do trecho atual enquanto constrói a extensão, que pode ser feita por fases para que seja possível ter receita à medida que o trabalho avance.
Um obstáculo para essa concessão é o fato de a Linha 2 hoje ser dependente de pátios e trens das linhas 1 e 3. As três linhas são interligadas e operam frotas parecidas, com bitola maior e alimentação por terceiro trilho. O governo, nesse caso, terá de repassar parte da frota, a princípio, e talvez permitir a manutenção dos trens até que o concessionário construa um novo pátio.
Greve no Metrô
A notícia sobre a possível concessão da Linha 2 vem em uma semana em que os funcionários do Metrô promoveram uma greve parcial na quarta-feira (15) para protestar contra as mudanças na previdência e na legislação trabalhista. O sindicato, bastante crítico à atual administração do PSDB, tem ameaçado entrar em greve por vários motivos que não os salariais, como no caso dos descarrilamentos recentes de trens, alegando que a companhia tem reduzido os cuidados com segurança na operação.
No entanto, a postura de conflito com o governo parece ter gerado efeito contrário no governo que tem dado a entender que ampliará a concessão das linhas tanto do Metrô quanto da CPTM, o que deve reduzir o impacto das ações da organização de classe. No mesmo dia, a ViaQuatro, concessionária da Linha 4-Amarela, operou normalmente, assim como a CPTM, cujo sindicato não convocou a greve, embora tenha apoiado o protesto.
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