CPTM tem cerca de 20 trens com maior rodagem que a frota da ViaMobilidade

Quatro composições da Série 2000 também estão com as revisões atrasadas. Média de quilometragem da companhia do estado, no entanto, é menor que a da concessionária
Série 2000
Série 2000 (Jean Carlos)

A polêmica a respeito do estado dos trens repassados pela CPTM à ViaMobilidade, como parte da concessão das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda trouxe o questionamento sobre a quilometragem que as composições apresentam e a falta de revisões importantes em 65% das unidades. O assunto motivou o Ministério Público a exigir uma solução do governo do estado para que as repetidas falhas na operação sejam resolvidas.

Mas, afinal, qual é o estado dos trens da própria CPTM? Ela teria de fato ficado com o “filé mignon” da sua frota e repassado composições em precário estado de conservação? O site obteve por meio do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) a quilometragem dos trens da companhia até o final de abril bem como o status das revisões executadas nessa frota.

O cenário é controverso. Se repassou a numerosa frota de trens Série 7000, que acumula alta quilometragem e são “coringas” usados em vários ramais, a CPTM também permaneceu com um número elevado de composições bastante antigas, sobretudo as séries 2000 e 2070, além de alguns trens da Série 2100 – a Série 3000, embora na ativa, não tem sido usada pela companhia.

Ao menos 20 de seus trens têm uma quilometragem superior à frota à disposição da ViaMobilidade, segundo os dados recebidos pelo site. A maior parte deles é de unidades da Série 2000, que foram usadas com bastante frequência na Linha 11-Coral e posteriormente na Linha 12-Safira.

Os trens mais rodados da CPTM e da ViaMobilidade

A composição K-20 é a que mais acumula rodagem, com mais de 3,3 milhões de km rodados até abril no TUE 2019-2020 – alguns modelos possuem composições de quatro vagões (carros) que podem ser operados separadamente, daí a diferença de rodagem.

Apenas para ilustração, a composição mais rodada entregue à ViaMobilidade, o trem Q-024 (Série 700o) apontava em 26 de janeiro 2,16 milhões de km rodados.

Revisões em dia na maior parte do trens

Já em relação às revisões importantes, a situação na CPTM é bastante superior. Apenas quatro das composições da Série 2000 estão sem a revisão G, realizada a partir de 1,2 milhão de km rodados. Segundo a companhia, os demais trens das séries 2070, 2100, 3000, 9000, 8500, 9500 e 2500 estão em dia com o planejado pela manutenção.

Vale lembrar que boa parte da frota é de unidades bastante recentes como a Série 2500, cujos oito trens mal são aproveitados na Linha 13-Jade por falta de uma infraestrutura adequada – um deles, o U504, não havia atingido 100 mil km percorridos até o final de abril.

Alguns trens da Série 2000 ainda não passaram pela revisão RG

Média menor de rodagem

Na média da km percorrida pelas frotas das duas empresas, a CPTM também leva vantagem com trens com cerca de 1,3 milhão de km rodados contra uma média de 1,5 milhão da ViaMobilidade, ou 15% mais.

No entanto, é importante ressaltar que a “balança” penderá para a CPTM a partir do ano que vem, quando a concessionária começar a introduzir em serviço os 36 trens da encomenda feita à Alstom, o que fará com que as composições emprestadas pelo governo voltem para ele – e com o “odômetro” mais alto.

O Q024, trem mais rodado entregue pela CPTM à ViaMobilidade (Jean Carlos)

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4 comments
  1. Mais uma máteria com os fatos que a ViaMobilidade não tinha capacidade tecnica de operar uma ferrovia necessitada de melhorias, cada dia que passa é mais notável o trabalho da cptm em fazer tantos sistemas precários funcionarem bem, diferente da operadora q não conseguiu manter nem a melhor das linhas da cptm, essa concessão custou mto caro pro passageiro viu

  2. Ou seja, a ViaMobilidade pegou uma frota velha e sem revisão mas logo logo já vai melhorar sua média quando receber os trens novos, que são o investimento prometido enquanto a estatal fica parada no tempo. Com todos os problemas na “passagem do bastão”, a cada dia a concessionária evolui.

  3. E os caras ainda reclamam? Sorte a deles eles não terem pego trens sucateados como a CPTM pegou na primeira metade dos anos 90, tão reclamando de barriga cheia e ainda querem moleza? Se virem!!!

  4. as pessoas dão volta danada e buscam meios de justificar o que é obvio de constatar.

    a CPTM operava a linha de forma satisfatória. depois que veio a concessão, a qualidade do atendimento caiu drasticamente. o que mudou ? a concessão. logo, o problema é a concessão. simples. vamos reconhecer isso. já foi falado antes que ia dar merda, e deu.

    quem achou q as linhas 8 e 9 iam virar uma linha 4 não entende nada como funciona. até pq a linha 4 foi 90% construída pelo estado e entregue de mão beijada para a CCR operar.

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