Prazo para consórcio Move São Paulo retomar Linha 6-Laranja termina nesta quinta

Dia 15 de junho foi a data estipulada pela Secretaria de Transportes Metropolitanos para que empresa solucionasse problema de falta de financiamento
Canteiro da Linha 6-Laranja: será desta vez? (Constran)
Canteiro da Linha 6-Laranja: prazo vencido e sem perspectivas de retomada (Constran)

Paradas desde o dia 5 de setembro por iniciativa do consórcio Move São Paulo, as obras da Linha 6-Laranja do Metrô seguem sem previsão. Nesta quinta-feira (15) venceu o prazo dado pelo governo do estado de São Paulo para que a empresa solucionasse o impasse a respeito do financiamento da obra – a Move argumenta que não consegue seguir em frente sem o empréstimo pleiteado junto a BNDES, que prevê juros mais baixos.

O imbróglio é causado porque parte dos sócios da Move, as construtoras Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão, estão envolvidas na Operação Lava Jato e com sérias dificuldades financeiras. Por outro lado, o BNDES, a partir da gestão do presidente Michel Temer, endureceu as condições de financiamento, tornando essa possibilidade remota. Sem crédito, a concessionária teria até sondado o mercado na tentativa de repassar parte do projeto para terceiros, mas desde então não se tem notícia sobre interessados.

Em balanço coincidentemente publicado nesta quinta no Diário Oficial, a Move alega que a paralisação se deveu não apenas à falta de financiamento, mas também ao atraso nas desapropriações, de responsabilidade do governo. Além disso, ela ressalta que a companhia não está envolvida nas investigações da Lava JAto: “Até o presente momento, o
conteúdo das colaborações é objeto de investigação por parte das autoridades brasileiras…a Administração neste momento entende que tais efeitos, se existentes, não deverão afetar significativamente a Companhia”, explica. No mesmo balanço, os auditores contratados para analisar os dados ressaltam o prejuízo acumulado pela Move e que há uma alavancagem de 86% do seu capital além de alertarem para a possibilidade: “esses eventos ou condições, indicam a existência de incerteza relevante que pode suscitar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional da Companhia”, diz a nota.

Questionado a respeito do prazo e do que ocorrerá caso a solução não seja apresentava pela Move São Paulo, o secretário de Transportes Metropolitanos Clodoaldo Pelissioni preferiu não responder ao blog em recente entrevista: “Vamos ver depois”, se limitou a dizer.

Com cerca de 15 km de extensão, a Linha 6 é crucial para melhorar a mobilidade na região noroeste de São Paulo. Ela não só passará por áreas densamente povoadas como também atravessará uma região de difícil locomoção na cidade, cheia de elevações e sem vias diretas para chegar a vários corredores do centro. A expectativa é que movimente cerca de 600 mil pessoas por dia quando estiver pronta.

A situação atual é de canteiros vazios, alguns deles até mal cuidados, além de dois shields desmontados no maior canteiro da obra, ao lado da Marginal Tietê. A Linha 6 é a primeira PPP completa no segmento ferroviário no Brasil. Ela prevê a construção e operação por um parceiro privado e serviu de modelo para outra PPP semelhante, a da Linha 18, outra que ainda não começou.

 

Total
0
Shares
Antes de comentar, leia os termos de uso dos comentários, por favor
2 comments
  1. na minha opiniao, eu acho que o governo do estado de Sao Paulo ja deveria ter repassado a linha 6 laranja para outro consorcio, mesmo que fosse estrangeiro, pois nao adianta o consorcio Move Sao Paulo continuar dando desculpas esfarrapadas com as obras paradas, dessa importante linha do metro de S Paulo.

    1. O valor do orçamento proposto será “desporpinado”? Refeito com novos valores sem as propinas das construtoras envolvidas nas Lava Jato?

Comments are closed.

Previous Post

Série 9500 entra em operação na Linha 7-Rubi

Next Post

Estação Engenheiro Goulart da Linha 12 será reaberta no final de julho

Related Posts