Candidata do Unidade Popular, Carol Vigliar propõe estatizar transporte público

Professora do ensino médio também defende a concessão de passe livre para estudantes e desempregados
Carol Vigliar e vice, Rafaela Carvalho (JAV/SP)

O período eleitoral é um momento importante para a escolha dos mandatários do executivo estadual. O site está realizando uma série de matérias expondo as propostas dos candidatos quanto ao setor metroferroviário.

Os projetos de governo serão analisados seguindo a listagem em ordem alfabética no site do TSE, que se iniciou com o candidato Altino (PSTU). Pelo fato de o próximo candidato, Antônio Jorge do Democracia Cristã (DC), não apresentar propostas sobre transporte, veremos as ideias da candidata Carol Vigliar.

Carolina Rejaili Vigliar é a candidata para o governo do estado de São Paulo pelo partido Unidade Popular (UP). Possui ensino superior completo e atua como professora de ensino médio.

Estatização dos transporte públicos

O plano de governo expõe de forma clara a intenção de realizar a estatização, ou seja, repassar ao controle do estado todos os meios de transporte coletivo. Isso inclui, consequentemente, a reversão dos processos de concessão já realizados.

Atualmente a malha metroferroviária possui quatro concessionárias. A ViaQuatro, a ViaMobilidade 5 e 17, a ViaMobilidade 8 e 9 e a Linha Uni. Todas estas empresas poderiam ser afetadas.

O plano ainda deixa claro o combate às terceirizações e a abertura de concursos públicos com garantia na qualidade através de investimentos.

“Reversão das privatizações de linhas do Metrô-SP e CPTM e da política de mercantilização do transporte. Combate às terceirizações, abertura de concursos públicos e garantia da qualidade com investimentos. Transporte é vital e um direto social. Não aos interesses dos consórcios capitalistas!”

Outra proposta encontrada no plano de governo é a participação popular nos contratos de concessão juntamente com uma auditoria. A divulgação dos custos reais do sistema e do lucro das empresas operadoras também está inclusa. 

“Auditoria com participação popular dos contratos de concessão do transporte urbano no Estado (ônibus, metrô e trem), divulgando os custos reais do sistema de transporte e o lucro das empresas.”

Passe livre é uma das propostas da candidata do UP (Jean Carlos)

Passe livre e fim do lucro no transporte

A proposta de redução do valor da tarifa para o público geral e a inclusão de estudantes e desempregados em um programa de passe livre também é citado. A ideia é de que não só os moradores da região metropolitana sejam beneficiados, mas o estado com um todo.

“Passe Livre para os estudantes e fim do lucro no transporte público: a maioria das cidades de São Paulo não possuem Passe Livre para os estudantes, o que impede o livre acesso da juventude a cidade, a cultura e a educação; São Paulo deve promover essa justa política de transporte para os estudantes em todos os cantos do Estado.”

Opinião do site

A proposta de governo da candidata Carol Vigliar segue a linha estatizante de partidos de esquerda, naturalmente contrários à privatizações e concessões. Como é comum nesse pensamento, não há qualquer esclarecimento sobre como a administração pública arcaria com os custos de salários de empresas estatais ou ainda com o transporte gratuito de parte da população. Seriam necessários imensos subsídios para manter o sistema funcionando e que acabariam afetando as finanças estaduais. Num país capitalista como o Brasil, trata-se de uma visão um tanto quanto utópica acreditar que esse modelo funcionaria.

Ricardo Meier

O documento completo pode ser acessado através do portal do Tribunal Superior Eleitoral.

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4 comments
  1. Tem malucos(as) para tudo. Nessa época (de eleições) os palanques estão disponíveis para eles.

  2. “Como é comum nesse pensamento, não há qualquer esclarecimento sobre como a administração pública arcaria com os custos de salários de empresas estatais ou ainda com o transporte gratuito de parte da população. Seriam necessários imensos subsídios para manter o sistema funcionando e que acabariam afetando as finanças estaduais. Num país capitalista como o Brasil, trata-se de uma visão um tanto quanto utópica acreditar que esse modelo funcionaria.”

    os custos com empresas terceirizadas e com concessionarias é muito maior que o “salários de empresas estatais”. só ver os custos e o subsidio cada vez maior, para um serviço cada vez menor dos onibus da capital. logo, a conta fecha.

    sobre o passe livre, não é utopia. a questão é muito mais politica do que financeira.
    financeiramente falando, basta substituir a tarifa por algum novo imposto e “trocar 6 por meia duzia”. apenas para se ter uma ideia, o custo do transporte de onibus na capital paulista é de 9 bi. o numero de habitantes é de 12 milhoes. uma continha simples, o custo por habitante é de 750 reais. se cada habitante pagasse um imposto nesse valor para financiar o sistema de onibus, seria o equivalente 85 dias de uso de transporte com a tarifa atual (considerando ida e volta) ou um pouco mais de 3 meses do bilhete unico mensal.

    no entanto, a questão é que fazendo isso voce acaba tendo prejuízos políticos. primeiro porque ficaria com a mancha de mais impostos, o que pega mal. segundo que automaticamente vc precisaria rever seus gastos, o que implica na questão acima do esbanjamento do dinheiro publico com concessões e terceirizadas, q sabemos, além de ser uma máfia, ainda envolve financiamento e favores com politicos. e terceiro e mais importante, o custo do transporte iria ser dividido por toda a sociedade, e nao apenas pelos usuários. toda a sociedade se beneficia do transporte, mesmo os q nao o utilizam, no entanto a visão de que “eu pago pro outro usar” iria ser muito mal vista pela população.

  3. É cada promessa de político??? ,tão achando que é circo ??que simplesmente é uma ditadura e o Estado pode fazer o quê quiser??? , não é simples acabar com uma concessão, a justiça estaria do lado da concessionária ,dificilmente a concessionária perderia essa disputa

  4. Acho que nem tão ao mar, nem tão à terra. Não sou a favor de estatizar tudo, mas sou menos a favor ainda de privatizar tudo como muitos políticos pregam por aí. Não podemos esquecer que transporte público é algo essencial e de cunho social. O lucro não pode se sobrepor a isso. E lucro é tudo o que empresa privada procura. Se por um lado o problema de transporte estatal pode ser subsídio (o que acontece também no transporte privado), por outro deve-se levar em consideração principalmente que toda a população seja atendida por transporte de qualidade. E, a meu ver, pouco importa se é público ou privado. O problema é que, se o privado percebe que não tá lucrando com o transporte, ele simplesmente vai deixar de oferecer o serviço.

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