Chegada da Linha 15-Prata em Cidade Tiradentes pode demorar

Cenários apresentados pelo Metrô em documentos sobre a Linha 16-Violeta mostram que demanda pode ser difícil de ser suportada pelo monotrilho
Trem Innovia 300 chega à estação Jardim Colonial (iTechdrones)

Os documentos disponibilizados pelo Metrô de São Paulo para a licitação de projetos da Linha 16-Violeta incluíram vastas informações sobre os estudos de demanda de passageiros na Zona Leste. O próprio reprojeto do novo ramal, que foi estendido até a estação Cidade Tiradentes, demonstra que a mobilidade na região evoluiu e pode provocar alterações importantes no futuro.

Um dos indícios que surgiram nos estudos da Linha 16 envolve a extensão da Linha 15-Prata. Atualmente o ramal de monotrilho opera de Vila Prudente a Jardim Colonial e está em fase de expansão para Ipiranga numa ponta e Jacú Pêssego na outra.

Há ainda um trecho final com quatro estações – Jardim Marilu, Jardim Pedra Branca, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes – que ainda não teve as obras contratadas. É justamente essa extensão que aparece em vários trechos dos documentos do Metrô.

Para levar a Linha 16 até Cidade Tiradentes, o departamento de planejamento do Metrô analisou vários cenários e neles há até trechos que omitem a Linha 15-Prata em Cidade Tiradentes, como mostrou o Via Trolebus dias atrás.

Um dos mapas sugere a Linha 15-Prata apenas em Jacú Pêssego (CMSP)

Trata-se de um dos cenários estudados, denominado “49240”, que mostra a Linha 15-Prata indo de Ipiranga a Jacú Pêssego em 2039. Outros ramais que nem estão perto de serem construídos, como a Linha 20-Rosa e a Linha 19-Celeste, também são citados em seu trajeto em estudo hoje.

Apesar disso, a supressão da Linha 15 em Cidade Tiradentes parece pouco provável. Em outro trecho do documento, o Metrô considera que “a operação do trecho Jacu-Pêssego / Hospital Cidade Tiradentes da Linha 15-Prata está prevista para ocorrer após a conclusão e início de operação do trecho Jardim Brasília-Oscar Freire da Linha 16-Violeta“.

Demanda elevada em Cidade Tiradentes

Ou seja, uma das possibilidades é que o monotrilho só vá seguir no sentido da periferia num momento distante, assim que algumas premissas da expansão metroferroviária estiverem concluídas.

A preocupação é explicada em outra parte do material, em que o Metrô admite que a demanda originada em Cidade Tiradentes pode sobrecarregar a Linha 15. A companhia tem previsto que o ramal de monotrilho deverá atender a um público diário beirando 500 mil pessoas, o que é bastante para um sistema com trens de capacidade média.

Conexão da Linha 15 com a Linha 2: ramal com demanda pendular (Jean Carlos)

Além disso, a Linha 15 tem uma demanda pendular, onde a grande maioria dos usuários seguirá viagem até Vila Prudente e Ipiranga, onde estão as conexões com as linhas 2-Verde e 10-Turquesa. É uma situação que lembra a Linha 3-Vermelha, mas que neste caso terá um alívio da Linha 2 em Penha a partir de 2026. A Linha 16-Violeta em Cidade Tiradentes poderá ter um efeito semelhante ao dividir a atratividade da viagem em direção ao centro com a Linha 15.

A despeito das previsões mostradas pelo Metrô em seus relatórios e estudos, é muito cedo para considerar esses cenários como definitivos. A própria existência da Linha 16 é um mistério já que seu horizonte é tão distante ainda que muita coisa pode acontecer até que o primeiro canteiro de obras seja montado.

Total
0
Shares
Antes de comentar, leia os termos de uso dos comentários, por favor
18 comments
  1. Infelizmente escolheram um modal de média capacidade. Os próprios fabricantes assustaram quando viram que era para 500000 pessoas. Mas provavelmente a capacidade do monotrilho é no máximo 150000. O estranho é a linha 17 continuar com projeto de expansão, pois a capacidade de trens dela é metade da linha 15. Logo, isso mostra que o modal que deveria ser escolhido na linha 15 deveria ser o metrô subterrâneo. O triste é que a população espera 15 a 20 anos para a linha ficar pronta.

  2. eu não sinceramente nao consigo entender. a demanda existe e ela se desloca de uma forma ou outra.

    então na cabeça desse povo, é melhor toda essa massa de usuários se deslocar de ônibus até as estações de trem/metrô do que de monotrilho? ou ir de ônibus até o centro demorando mais de 2 horas?

  3. Isso não faz nenhum sentido, os trens do monotrilho usam CBTC, então o único problema que vejo é que a frota total de 54 trens para 18 estações não seja o suficiente.

    Sendo assim, não é só comprar mais trens e diminuir o intervalo da Linha pra suportar a demanda?

    Será um grande absurdo se mera 4 estações que levariam uns 3 ou 4 anos pra ficarem prontas a partir do início das obras só sejam construídas daqui há décadas quando o Metrô pesado chegar na região.

    Afinal, as Linhas 19 – Celeste e 20 – Rosa estão com maior prioridade de investimento (e com razão), afinal não tem um monotrilho pra aliviar como alternativa nas Zonas Oeste; Sul; Norte; Guarulhos e ABC.

    Mas tem na Zona Leste.

    1. Com 30 segundos de portas abertas nas estações mais movimentadas, fica bastante complicado e até inviável, já com CBTC, programar menos de cerca de uns 105 segundos de intervalo mínimo entre trens. Não apenas por limitação técnica, mas pelos próprios passageiros que teimam e impedir o fechamento de portas e sempre atrasar ainda mais as partidas/viagens dos trens.

      Com 105 segundos (exemplo), teremos 34 trens/hora/sentido, gerando, na Linha 15, uma oferta máxima (passageiros/hora/sentido) entre 29 mil (5 pessoas/m²) até 34 mil (6 pessoas/m²).
      Com 24 mil de carregamento já há 4 pessoas por m².

      Ou seja, bem longe dos 40 mil pass/h/sentido, pois passar de 30 mil já é tiro no pé.

      Entendam: CBTC NÃO faz mágica e nem milagre!
      O sistema apenas melhora a fluidez do carrossel de trens, ajuda a economizar energia elétrica, reduzindo acelerações e frenagens desnecessárias, e consegue reduzir um pouco o intervalo entre trens, ao conseguir aproximar mais os trens, mas eles não vão andar “colados” um no outro, senão não vão andar nem a 20 km/h, e não é isto que se espera em uma operação eficiente e de qualidade.

      Se com ATC/ATO não se consegue, na prática, menos de 120 segundos programados (e, se não me engano, foi um sistema projetado para se chegar a até o mínimo de 90 segundos — headway de projeto), é claro que com CBTC nunca também que vai se conseguir operar a apenas 90 segundos comercialmente (na prática, com passageiros).

  4. “Descobriram” o óbvio, algo que eu (além de muitos outros com um mínimo de conhecimento em calcular oferta/demanda de metrô etc.) já sabia: que nem a Linha 15 e nem a estação Vila Prudente (mesmo com Ipiranga ajudando) vai dar conta dessa demanda imensa.

    E a questão nem está no número de passageiros diários, mas sim no carregamento máximo no trecho crítico da linha nos horários de pico, ou seja, o número total máximo de pessoas carregadas/embarcadas nos trens, por hora de pico, em um mesmo/único sentido de deslocamento de uma linha.

    O monotrilho da Linha 15 quando (ou se) chegar a 30 mil passageiros/hora/sentido de carregamento já estará explodindo de demanda, mesmo com toda a sua oferta no limite.

    Como, então, suportar 40 mil pass/h/sentido de carregamento (demanda prevista da Linha 15 em Cidade Tiradentes)?!

    Uma das extensões mais simples que é possível e muito necessário acelerar (e não continuar postergando) é da Linha 5–Lilás de Klabin até Ipiranga (no mínimo). Esta linha precisa desafogar Vila Prudente, Tamanduateí e a Linha 2 entre Vila Prudente e Chácara Klabin. Mas para fazer isso com efetividade, é preciso ir além de Ipiranga e conectar com a Linha 2 novamente (minha sugestão é em Orfanato, pois é o ponto mais próximo, já que está a apenas 2 km da estação Ipiranga), de modo a atrair também, para a Linha 5, demanda futura da Linha 2 entre Orfanato e Penha (e depois entre Orfanato e Guarulhos/Dutra).

    Sem MELHORAR a REDE como um todo, NÃO há como ter um atendimento digno nas periferias.

    1. Eu juro que não entendo como entusiastas sem nenhuma especialização (tipo eu e você) conseguem ver o óbvio e os engenheiros e arquitetos do governo não conseguem.

      Esquece Ipiranga, o certo seria as Linhas 5 e 6 serem estendidas até Parque da Mooca – São Carlos, a onde as Linhas 10 e 16 já vão se encontrar no futuro.

      E por cima, viria também a Linha 15 até essa estação.

      Se planejado desde o princípio, poderia se fazer uma super estação de Metrô e Trem com 5 linhas, porém sem os gargalos que hoje existem na Luz e Brás por justamente serem obras e conexões que foram sendo montadas igual quebra cabeças, ao longo de anos.

      Se houver um planejamento estratégico pra Parque da Mooca, caberiam as 3 linhas subterrâneas, a de nível de superfície e a área e não teriam 300 metros de chão (e túneis e escadas) pra se andar de uma pra outra.

      Os melhores exemplos estão nas estações planejadas de Chácara Klabin e República.

      É disso que precisamos, não outra Consolação – Paulista ou Santo Amaro, que é o que eventualmente deve acontecer na região toda, quando finalmente perceberem que tem várias linhas próximas, mas que não se encontram.

      1. O mesmo cabe para a nova estação Pari. Na minha visão, ele deve ser o ponto final das Linha 7 – Rubi e 10 – Turquesa no futuro. Planejando desde já, comportaria 3 plataforma individuais para as linha 7, 10 e 11 e promoveria a integração com as Linhas 19 – Celeste e 21 – Grafite sem grandes deslocamentos.

        Essa estação teria a capacidade real de atender os passageiros de várias linhas, coisa que Luz e Brás nunca conseguiram.

      2. Sua sugestão não faz muito sentido, o papel da L5 em Ipiranga é livrar quem tem destino a ZS passar pela Vila Prudente, e o papel da L16 é equilibrar demanda da ZL toda e da cidade tirandentes, logo não existe sentido em conectar todas essaa linhas em São Carlos, o plano atual é bastante suficiente e esquemático, dividindo as demandas pra zonas diferentes da capital, estações de grandes conexões não são necessárias quando o sistema é pensado pra ter linhas concorrentes em nos bairros seguindo pra polos de empregos diferentes.

  5. Eu prefiro 1000x andar num metrô saturado do que andar de ônibus. Tem décadas que a Linha 3 – Vermelha é superlotada e nem por isso as pessoas deixam de utilizá-la porque sabem que ainda assim o serviço prestado é de qualidade e que elas vão atravessar a cidade em pouco tempo. Atrasar essa extensão pra estação Hospital Cidade Tiradentes (que deveria mudar seu nome pra Metalúrgicos, inclusive) é atrasar o desenvolvimento do bairro. O mesmo acontece com a expansão da Linha 2 – Verde até a Dutra, que só deve sair depois da Linha 19 – Celeste.

    1. Lucas,

      A Linha 3 hoje não leva mais de 6 pessoas por m². Poderia se considerar, então, que não está mais superlotada?! Creio que conforto seja algo relativo.

      De qualquer modo, não é viável, tampouco humano, planejar/projetar uma linha para superlotar mais que a própria Linha 3–Vermelha hoje sob a justificativa (paradoxal) de que é para desafogar a tal Linha 3.

      A extensão citada da Linha 2 até Guarulhos sem uma rede preparada para tal, “mataria” a Linha 2 e inviabilizaria a própria integração da Linha 15 (tão necessária/importante) em Vila Prudente.

      Além do mais, um transporte coletivo precisa ter qualidade mínima suficiente para atrair as pessoas, e não repeli-las. Um transporte superlotado e saturado, por melhor que tente ser, é de qualidade ruim por si só justamente por ser extremamente desconfortável.
      O transporte deve promover mobilidade e facilidade de deslocamento, e não sofrimento e desgaste físico e psicológico.

  6. Q novidade q o monotrilho não vai suportar a demanda né kkkkkk um projeto q começou errado tinha q acabar errado!! No alto do meu ensino médio, até eu sei q esse projeto tinha q ser ao contrário né,a linha jade da CPTM tinha q ser na zona leste,digo vila Prudente/cidade Tiradentes e assim a linha 15 ir para o aeroporto,tava na cara q iria acontecer isso!!

  7. Com todo respeito dizer que a mobilidade e demanda de passageiros na Zona Leste na região do Alto Tietê e Guarulhos evoluiu não me parece razoável, os planejadores já tinham sidos alertados em inúmeros sites que suas avaliações em relação a Linha 15-Prata estavam subdimensionadas, uma vez que se encontram represadas a décadas, e só nesta área existem no mínimo 5 intensões não concluídas que são; Extensões das Linhas 2-Verde,13-Jade e 15-Prata, nova Linha 14-Onix e 19-Celeste.

    O projeto da Linha 14-Ônix de característica perimetral na periferia expandida da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, semelhante a Linha 2-Verde do Metrô é conhecido como um meio de transporte sobre trilhos ligando o ABC Paulista em Santo André (Pirelli), até o Alto Tietê e Guarulhos em uma região de altíssima demanda reprimida e várias Linhas saturadas, no eixo formado por vias importantes como a Jacu-Pêssego cruzado e se integrando com no mínimo seis linhas, possuindo duas integrações com estações do Metrô-Sapopemba-15 e Itaquera-3, e quatro com a CPTM- Bonsucesso-13, São Miguel-12, Itaquera-11 e ABC Pirelli-10.

    Com relação a esta Linha 14-Onix um fato omitido apesar de uma previsão de se cruzarem com todas as Linhas do Alto Tietê em um total de 6 conforme demonstrado acima, não estar prevista nenhuma integração com esta Linha-16 Violeta, conforme consta no desenho anexo apresentado.

    Trata-se de um projeto que comprovadamente atende regiões carentes de mobilidade, além de redistribuir as linhas existentes, para isto é fundamental que se utilize na Linha 14-Ônix as composições existentes e padrão da CPTM, uma vez que são estas que estão em seus extremos como em Bonsucesso com a Linha 13-Jade, e ABC Pirelli, na Linha Integradora-710 na qual deveria ser terminal da Linha 20-Rosa, pois possui uma linha central ociosa subutilizada que deveria ser melhor aproveitada.

Comments are closed.

Previous Post

ViaQuatro troca Eletromídia pela JCDecaux para gerir publicidade na Linha 4-Amarela

Next Post

Estação Morumbi da Linha 17 recebe primeira viga-trilho

Related Posts