O Metrô de São Paulo abriu nesta semana o regulamento para selecionar empresas interessadas no processo de desenvolvimento e homologação de pneus para o monotrilho da Linha 15-Prata. O objetivo é habilitar mais fornecedores do produto já que atualmente apenas a francesa Michelin possui esse tipo de pneu.
Com a proposta aberta, a companhia pretende habilitar mais empresas a apta a participarem de futuras concorrências, o que deve proporcionar redução nos custos de fornecimento. Atualmente, por conta da inexistência de similares, o Metrô precisa adquirir os pneus com dispensa de licitação.
Os pneus são apontados por críticos do monotrilho como um dos problemas do modal, por conta de um suposto desgaste excessivo. No edital, no entanto, o Metrô cita que os pneus de carga, que suportam o peso dos vagões, podem rodar cerca de 200.000 km enquanto os pneus-guia, instalados nas laterais, têm durabilidade de 250.000 km.
Embora tenham várias semelhanças com outros tipos de pneus, os produtos voltados ao uso de monotrilhos possuem características que devem ser atendidas pelos potenciais fornecedores. Entenda quais são elas:
Os pneus do monotrilhos são compostos de materiais viscoelásticos com formato de anel, de forma que suas camadas possam suportar esforços internos e externos. Sua câmara interna é preenchida por gás nitrogênio pressurizado.
As principais características dos pneus são a absorção de impactos e vibrações providos pelo contato com a viga trilho, possuem boa resistência ao desgaste e fadiga, permitem tráfego com baixo nível de ruído e baixa resistência ao rolamento.
Os pneus são divididos em dois tipos: O pneu de carga (na parte superior da viga) e o pneu guia, instalados em suas laterais.
O pneu de carga tem como principal função o suporte da carga de todo o trem que entra em contato com a superfície superior da viga trilho. Também executa as funções relativas à tração e frenagem.
O pneu guia ajuda no alinhamento e estabilidade do trem para que fique dentro dos padrões de projeto. A ideia é que esta estabilidade seja mantida independentemente das condições da via, seja em reta, em curva, aclives ou declives.
Segundo o Metrô, o ciclo de vida dos pneus é de 200 mil quilômetros (Pneu de Carga) e 250 mil quilômetros (Pneu Guia). Em termos de idade, um pneu de carga pode durar seis anos em uso, enquanto o guia dura até 10 anos em uso.
Os produtos produzidos deverão ser submetidos a diversos testes e inspeções para verificar a qualidade dos novos materiais.
Após todos os testes, incluindo os dinâmicos que são realizados nos trens, o metrô deverá receber o caderno técnico dos novos produtos. Caso tudo esteja em conformidade a empresa receberá o certificado de homologação.
Cabe citar que, após o recebimento de tal certificado, a empresa não poderá realizar alterações no produto ou no processo de fabricação do mesmo, sendo necessário a comprovação de que as regulações não afetem o desempenho dos pneus.
Que furada!
É sério que somente a Michelin fornece pneus para monotrilhos?
Havendo apenas esse fornecedor, isso deve indicar que poucas empresas se interessam por esse tipo de produto talvez por existir poucas linhas de monotrilho mundo afora.
Será que existe opção na China e no Japão, já que esses são os países que mais usam esse modal?
Existem fornecedores indianos, chineses, alemães, qualquer empresa produtora de pneus pode fabricar pneus para o monotrilho. Só não o fabricam regularmente por questão de escala de produção baixa.
E em ferrovias, algumas tecnologias são exclusivas, como o sistema de alimentação pelo solo dos VLTs da Alstom, por exemplo.