Alckmin tenta adiar leilão do Metrô de Belo Horizonte

Vice-presidente eleito foi escalado para convencer o Ministro da Economia Paulo Guedes a suspender certame, marcado para esta quinta-feira, 22
Estação da Linah 1 do Metrô de Belo Horizonte (Sudhertzen)

Defensor de concessões e parcerias público-privadas em seus tempos no governo de São Paulo, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, tenta adiar o leilão do Metrô de Belo Horizonte, de acordo com reportagem da Folha de São Paulo.

Segundo o jornal, o ex-governador de São Paulo encaminhou um ofício ao Ministério da Economia solicitando a suspensão do certame, cujo objetivo é conceder o sistema sobre trilhos da capital mineira, hoje sob responsabilidade da CBTU Minas. O leilão está marcado para esta quinta-feira, 22, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).

A justificativa de Alckmin para que a concessão não ocorra foi afirmar que o leilão terá reflexo em toda a sociedade e que caberá ao governo Lula executar o acordado no contrato. O futuro vice-presidente foi acionado após as tentativas do Partido dos Trabalhadores (PT) de barrar o projeto na Justiça falharem.

O argumento dos integrantes da nova gestão federal é que caberá a ele avaliar a viabilidade do leilão sob risco de insegurança jurídica e prejuízo ao serviço público.

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin quando era governador do estado de São Paulo (CMSP)

Concessão preparada desde 2019

A privatização do Metrô de Belo Horizonte é uma das primeiras metas anunciadas pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), desde que foi eleito pela primeira vez em 2018. Já nos primeiros meses da sua gestão, Zema iniciou tratativas com o governo federal para viabilizar o repasse da Linha 1 à iniciativa privada, além de incluir a construção da Linha 2.

Durante esse tempo, o governo estadual realizou a análise técnica preliminar, os estudos do projeto de modernização e expansão e obteve os recursos para investir no empreendimento. Em dezembro de 2021, a consulta pública foi concluída enquanto o edital foi publicado em setembro deste ano, prevendo um investimento de R$ 3,7 bilhões para uma concessão de 30 anos.

Por todo o esforço realizado, o governo Zema, que foi reeleito em 1º turno em outubro, se nega a cancelar o leilão. À Folha, o secretário estadual de Infraestrutura, Fernando Marcato, afirmou que a equipe de transição de Lula negou que haveria um pedido de suspensão. Ainda segundo ele, caso a concessão seja postergada há risco de o dinheiro reservado para o projeto seja usado para outros propósitos.

O governo mineiro enviou ofício à equipe de transição ressaltando a importância da concessão já que o serviço prestado pela CBTU é precário. Em paralelo, a greve dos funcionários do Metrô de Belo Horizonte continua. O sindicato da categoria reinvidica a manutenção dos empregos e a suspensão do leilão.

 

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11 comments
  1. Tomara que essa privatização ocorra o quanto antes. Como morador da região metropolitana de BH, sabemos o quanto essa expansão do metro e necessaria principalmente proxima a divisa de contagem na região do Barreiro. Os governos petistas tiveram varias gestões tanto na esfera federal quanto estadual para fazer algo a respeito e nunca fizeram então agora não vem melar. Me causa espanto certos comentaristas aqui no site virem arrotar bobagens sobre a privatização, esquecendo que ha uma contra partida por parte de quem vencer a licitação

    1. Cara, se o governo quisesse expandir o metrô de BH, teria feito faz tempo. Aqui em SP pelo menos o governo do Estado tem feito, com dinheiro estadual, a expansão do metrô sem ajuda do federal…

    2. Estas múltiplas concessões em Trens, Metrô e Ônibus em que possuem forte sociedade com as benesses do poder Público terão um impacto financeiro crescente já no próximo ano 2023 independente de quem seja eleito, e será extremamente negativa para os cofres do tesouro estaduais por conta de grandes quantias aplicadas, pois poderá faltar recursos para as obrigações contratuais. Em uma situação mais crítica, poderá ser necessário remanejar verbas de outras áreas como Saúde e Educação para cobrir esses custos.
      Já passou muito da hora de unificar todas as linhas metropolitanas Metrô, CPTM, EMTU numa única empresa, com planejamentos e investimentos unificados.
      Alô! MPE-Ministério Público Estadual e TCE-Tribunal de Contas Estadual vamos fiscalizar com lupa estas concessões, elas são maléficas para o Estado e para a população que não tem benefício algum, e só beneficiam a iniciativa privada!

  2. O ladrão do trensalão se uniu com o do mensalão, Petrolão e lava jato. Agora vão roubar até moedas de cegos e arroz de pombos

  3. Concessão é o mesmo que precarização dos serviços de transporte público que tem um serviço razoável, aí tem gente que fala vai melhorar, aí depois que ver que não é aquele sonho de fadas é o primeiro a reclama do serviço privado. O dinheiro da CPTM e Metrô CBTU, Mobilidade urbana não deveriam visar lucro, a receita vai para o governo que é repassado para a população em forma de saúde, segurança, educação, no momento que não tiver esse dinheiro pois o lucro das empresas privadas vai só para os acionistas uma pessoa além dela ficar dando calote nos impostos. Aí o povo não reclame depois.
    Não sou contra quaisquer empresas privadas operarem linhas de Metrô/Trem metropolitano, desde que o setor privado construa as linhas com o dinheiro da própria receita.
    O que é um absurdo é o poder público pegar dinheiro dos nossos impostos pra construir toda a infraestrutura e entregar nas mãos de empresas privadas como está sendo os casos de Vila Natal e Varginha entre outras.
    No caso da linha 4, o Estado arcou com a parte mais cara e complexa – na construção dos túneis e estações, enquanto a concessionária ficou encarregada com a parte mais fácil e barata – na aquisição do material rodante, trilhos e eletrificação.

  4. Privatização/Concessão somente se justifica se for para a melhoria da população. Melhoria entende-se é um conceito muito amplo. No caso de BH e e outras regiões metropolitanas do país o que precisa urgentemente é ampliar a malha. O governo do Zema parece-me está querendo simplesmente passar esse serviço à iniciativa privada sem que essa se obrigue a nenhuma melhoria. Não sou contra a concessão à iniciativa privada desde que isso signifique necessariamente ampliação da malha e modernização dos serviços que já existem. Belo Horizonte e região metropolitana precisam de mais umas seis linhas de metrô, fora trem metropolitano e trens regionais.

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