Consórcio formado em 2010 para iniciar a implantação da Linha 15-Prata do monotrilho, o CEML (Consórcio Expresso Monotrilho Leste) passou por uma mudança de sócios em seu contrato com o Metrô de São Paulo.
No lugar das construtoras OAS e Queiroz Galvão e da fabricante de trens Bombardier, agora constam a Construtora Coesa, Álya Construtora e a Alstom. Na prática, no entanto, nada muda já que as duas primeiras trocaram suas denominações enquanto a Alstom já havia assumido a rival canadense tempos atrás.
A mudança, no entanto, coloca a Coesa nos dois projetos de monotrilho de São Paulo já que uma outra filial, a Coesa Engenharia, havia vencido a concorrência para obras remanescentes da Linha 17.
A subsidiária foi extinta em 2022, assumida pela Construtora Coesa, nova denominação da OAS. Apesar disso, os trabalhos no ramal de monotrilho da Zona Sul seguem a passos lentos – a empresa informa em seu site que a conclusão ocorrerá em outubro de 2023.
Além delas, há também a Coesa Construção e Montagens que, juntamente com a Álya Construtora, fez a menor proposta pelas obras da estação Ipiranga, da Linha 15. As duas parceiras também foram as únicas a comparecer à licitação que irá promover mudanças no viário da Avenida Ragueb Chohfi, também envolvendo o monotrilho.
Já a Alstom, fabricante francesa de trens, passou a constar como sócia do CEML oficialmente. Até então, ela já atuava no projeto, mas legalmente por meio da Bombardier, que foi adquirida em 2021 e cuja transição foi concluída no ano passado.
Incidente com o monotrilho e nova encomenda
O CEML é o responsável pela implantação das vias da Linha 15, assim como a construção do pátio Oratório e a fabricação dos trens Innovia 300. Foi um desses monotrilhos que em fevereiro de 2020 teve um pneu estourado por conta do contato com o run-flat, um disco metálico que serve para manter o trem em condições de trafegar em caso de esvaziamento.
A ocorrência surpreendeu a Bombardier, que por meio do CEML, solicitou ao Metrô que suspendesse a operação do ramal por segurança. Após meses de testes e análises, a empresa modificou o diâmetro do run-flat para evitar o contato enquanto a OAS e a Queiroz Galvão realizaram correções na superfície das vigas-trilho, conhecidas pelas inúmeras ondulações.
A Linha 15-Prata ficou parada por quase quatro meses, com o Metrô acionando o serviço Paese de ônibus para suprir o transporte para seus passageiros. Os gastos com o Paese bem como a receita financeira perdida com a linha parada motivaram o Metrô a entrar com três processos administrativos contra o consórcio. No entanto, até hoje o resultado desse processo não é conhecido.
Enquanto isso, o CEML recebeu novos aditivos para implantar extensões de vias bem como fabricar mais 19 trens Innovia 300. No entanto, a Alstom optou por montá-los na China em vez de reativar a fábrica da Bombardier em Hortolândia (SP), onde foram montadas 26 das 27 composições originais.