Empresa que atrasa obras da Linha 17 é habilitada a construir estação Ipiranga, da Linha 15-Prata

Consórcio Expresso Ipiranga, do qual faz parte a Coesa Construção e Montagens, teve proposta de R$ 445 milhões habilitada pelo Metrô nesta quinta-feira, 12
Projeto da futura estação Ipiranga da Linha 15-Prata
Projeto da futura estação Ipiranga da Linha 15-Prata (GPO/Sistran)

O Metrô de São Paulo aceitou a proposta do Consórcio Expresso Ipiranga para a construção da estação Ipiranga, da Linha 15-Prata, além de vias e outros sistemas associados. A empresa havia pedido R$ 448 milhões para executar o serviço, mas após negociações baixou sua proposta para R$ 445 milhões.

Com isso, a companhia declarou o consórcio vencedor, passando agora a ocorrer a fase em que será constituída a empresa responsável e a produção do contrato. Cabe, no entanto, recurso administrativo pelos demais competidores, os consórcios EBS (Engibras, S.A. Paulista de Construções e Comércio e Benito Roggio E Hijos), Agis Consórcio Linha 15 – Metrô-SP (Agis Construção e Agis Sistemas Eletromecânicos) e Consórcio Construtor Linha 15 – Prata (Heleno & Fonseca Construtécnica e Nova Engevix Engenharia e Projetos).

O Consórcio Expresso Ipiranga é formado pela Álya Construtora e Coesa Construção e Montagens. A primeira é a nova denominação da construtora Queiroz Galvão enquanto a segunda é parte do antigo grupo OAS, hoje renomeado como Construtora Coesa.

As duas empresas são sócias no Consórcio Expresso Monotrilho Leste, junto da Alstom, e são responsáveis pela implantação das vias da Linha 15-Prata e fabricação dos trens.

A Coesa, no entanto, tem sido questionada há meses pela lentidão nos trabalhos que envolvem a conclusão das obras civis da Linha 17-Ouro. Ela venceu a licitação após uma disputa na Justiça quando conseguiu desclassificar a Constran, primeira colocada no certame.

Placa do Consórcio Monotrilho Ouro: enquanto atrasa obras da Linha 17, Coesa vai assumir outro projeto do Metrô (Jean Carlos)

Após assinar contrato com o Metrô em novembro de 2020, a Coesa deu início ao serviço no mês seguinte, com prazo de conclusão em junho deste ano. Logo ficou claro que faltava fôlego financeiro para ela, que ganhou a companhia da KPE em julho de 2021, outra filial da OAS.

Apesar disso, a evolução da obra na Linha 17-Ouro segue bem abaixo da expectativa a ponto de o Metrô ter admitido que está cobrando o consórcio por meio de processos administrativos.

Proposta acima do esperado

Os mesmos integrantes do consórcio Expresso Ipiranga também concorriam na licitação de obras viárias na Avenida Ragueb Chohfi e regiões das estações Oratório e São Mateus. A empresa foi a única a apresentar proposta, de R$ 250,6 milhões, valor que está 33% acima do orçamento calculado pelo Metrô.

Após serem instadas a reduzir seu preço, a Álya e a Coesa (consórcio Expresso Ragueb) concederam um desconto de apenas 2,8%, o que foi considerado insuficiente pelo Metrô. Com isso, a proposta foi desclassificada e a companhia terá de promover uma nova licitação.

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  1. Isso aí. Enquanto a população é espremida e gasta horas do dia com transporte coletivo, o pessoal do metrô atrasa obras e fecha contratos sempre com os mesmo corruptos.

    País em que o roubo é premiado e o ladrão passa a tomar conta do cofre, esperar o quê?

  2. Vemos neste episódio a repetição do ocorrido com o Grupo Acciona e construtora Mendes Júnior estavam envolvidas nas obras das linhas 2-Verde e 6-Laranja, dois projetos bilionários sobre trilhos eram duas empreiteiras que não concluíram obras do Rodoanel à frente de novas linhas do Metrô, significando que não aprenderam nada com os erros do passado recente!!!
    O Consórcio Expresso Ipiranga é formado pela Álya Construtora e Coesa Construção e Montagens. Aqui vemos a tática de simples substituição de denominações como a construtora Queiroz Galvão enquanto a segunda é parte do antigo grupo OAS, hoje renomeado como Construtora Coesa.
    As duas empresas são sócias no Consórcio Expresso Monotrilho Leste, junto da Alstom, e são responsáveis pela implantação das vias da Linha 15-Prata e fabricação dos trens, sendo que permanece esquecido do gravíssimo episódio da paralização por 111 dias desta Linha que era para estar concluída em 2014 com os prejuízos milionários não devolvidos ao Estado!

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