A Autopass, empresa especializada em meio eletrônicos de pagamento no transporte, anunciou melhorias em seu aplicativo TOP, disponível para smartphones que rodam com os sistemas iOS e Android.
A plataforma, que gerencia com exclusividade a emissão do bilhete QR Code, usado nos trens do Metrô e CPTM além dos ônibus da EMTU, passou a contar com uma interface aprimorada, em que é possível visualizar rotas e trajetos, conferir estações do Metrô, trens e pontos de ônibus.
Segundo a empresa, o aplicativo também traz o endereço de 8 mil pontos de recarga disponíveis para o Cartão TOP.
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A Autopass também diz ter ampliado as funcionalidades financeiras do aplicativo já que ele server como gestor na compra dos bilhetes, mas também para pagamentos de contas, boletos e transações via Pix. A versão de crédito, com bandeira Mastercard, também recebeu melhorias.
Recentemente, a empresa e o Google celebraram um acordo para que os usuários que possuem a “Carteira do Google” possam armazenar até dez bilhetes virtuais QR Code no aplicativo.
Contrato sem licitação
O sistema TOP, que substituiu o BOM no transporte sobre trilhos e de ônibus intermunicipais, foi implantado por meio de uma manobra jurídica da gestão Doria/Garcia.
Em vez de lançar uma licitação para buscar um fornecedor que pudesse substituir os bilhetes magnéticos Edmonson, o governo do estado determinou que o Metrô e a CPTM se tornassem associados da ABASP, uma entidade sem fins lucrativos criada por viações de ônibus que têm concessões junto ao poder público.
A ABASP então contratou a Autopass como fornecedora exclusiva da tecnologia de bilhetagem eletrônica, incluindo o QR Code, que passou a ser emitido em máquinas de autoatendimento e nas bilheterias presenciais. A gestão anterior até anunciou o fechamento desses postos nas estações mas o projeto acabou suspenso.
Ao contrário de sistemas de transporte mundo afora, que investiram na tecnologia NFC (por pagamento por aproximação), o governo paulista obriga os passageiros a gerar um código para validação nos bloqueios.
Em metrôs como o do Rio de Janeiro basta um cartão de crédito ou débito habilitado pelo sistema “contactless” para validar o acesso à estação na própria catraca. O valor pago é debitado diretamente na conta do usuário, sem necessidade de manter um cartão apenas para transporte, como em São Paulo.
O esquema entre o governo e a ABASP concede à Autopass a gestão de toda a arrecadação que não a feita pelo Bilhete Único (da Prefeitura de SP). A empresa privada, então, cobra pelo serviço por cada bilhete vendido e faz a distribuição dos montantes proporcionais devidos às operadoras.
Não há, contudo, informações públicas sobre a movimentação desse dinheiro, nem quanto o governo gasta com o serviço. Este site solicitou à ABASP informações sobre suas atividades como mediadora entre o poder público e a Autopass, mas até a publicação deste artigo não havia recebido resposta.
Um processo no Tribunal de Contas do Estado analisa a legalidade da contratação do serviço sem licitação, mas até o momento não houve uma decisão.
Parabéns pela matéria! Já passou da hora do transporte público cobrar passagem E integração com cartões bancários. Além de serem um retrocesso, esses sistemas fechados de cobrança dão sobrevida aos malfeitos de todo tipo que existem há décadas no transporte.
É uma tristeza não ver um afinco da justiça na investigação sobre a criação do TOP e o fim do BOM. A situação aparentemente é confusa e problemática ao usuário da metrópole paulista.
A ausência de pontos de criação do cartão fora de São Paulo, a ideia de forçar a fabricação do cartão anexo a um cartão bancário, dentre outros problemas, deveria ser alvo de escrutínio total. Só que infelizmente há ausência da imprensa em investigar a fundo a isso. Houve só uma pequena investigação no ano passado após alguns jornalistas notarem as mudanças do sistema, mas dias depois não se houve mais empenho em investigar todo o conjunto do BOM, além de também investigar ações publicitárias e tudo que oculte os problemas do cartão e de quem sofreu com a troca.