O transporte sobre trilhos é evidentemente uma das melhores opções de deslocamento nas grandes cidades brasileiras. Apesar do impacto econômico e social da pandemia, o setor tem se revigorado e apresentou crescimento no último ano.
A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) divulgou nesta semana o balanço do setor metroferroviário para o ano de 2022. Confira os principais destaques:
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A abrangência do estudo considera como modos metroferroviários o metrô, trem urbano, VLT, monotrilho e aeromóvel. Atualmente o Brasil conta com 21 sistemas de transporte sobre trilhos operados por 16 empresas, metade delas de cunho privado.
O transporte de passageiros por dia útil passou de 6,1 milhões em 2021 para 7,8 milhões em 2022, um aumento de 28%. Atualmente o sistema sobre trilhos transporta 2,3 bilhões de passageiros. O patamar pré-pandemia era de 3,3 bilhões.
A extensão da rede metroferroviária no Brasil é de 1.129,4 km de extensão, sendo 704,3 km apenas na região Sudeste. A região Centro-Oeste é a mais carente com 39,1km e a região Norte não possui sistemas sobre trilhos.
O crescimento da rede ao longo dos últimos apresenta variação de 3,85% até -0,88%. De 2021 para 2022 a rede cresceu 2,05%. A rede possui atualmente 629 estações, 47 linhas e 5.145 carros de passageiros.
Dentre os destaque para o ano de 2022 tivemos a entrega das estações:
- Expedicionários (VLT Parangaba-Mucuripe de Fortaleza)
- Boa Esperença, Bonfim, Cajupiranga e São José de Mipibu (Linha Branca de Natal)
- Jardim Camboinha (João Pessoa)
- Operação plena de Vila Sônia (Linha 4-Amarela de São Paulo)
O número de funcionários cresceu no setor no último ano, saindo de 35,6 mil empregados para 38,2 mil empregados, uma variação de 7,3%. Deste valor 29,7 mil são próprios e 8,5 mil são terceirizados
.
Em termos de obras, diversos sistemas no Brasil estão passando por ampliação de sua rede. As principais cidades destacadas são Fortaleza, Natal, Salvador, São Paulo e a região da Baixada Santista.
Após a entrega das obras é previsto que mais 91 km de trilhos sejam incorporados à malha nacional e 77 estações possam servir aos passageiros.
O radar de concessões é um ponto que pode gerar discussões. Neste sentido o relatório destaca seis concessões, sendo elas:
- Sistema Metroferroviário de Porto Alegre
- Sistema Metroferroviário de Recife
- Sistema Metroviário de Brasília
- VLT W3 de Brasília
- Linha 7-Rubi e Trem IntercidadesLinhas 10/11/12*
O pacote de concessão contempla inicialmente as linhas 11/12/13 e linhas 10/14*
Os benefícios sociais do sistema metroferroviário contemplam uma economia de R$ 30 bilhões apenas em 2022. A retirada de veículos das ruas, redução do consumo de combustíveis e redução de horas são os fatores que mais pesam na produtividade do sistema.
Por fim, o relatório destaca a participação feminina no setor metroferroviário. Atualmente 25% do quadro geral é ocupado por mulheres. Deste total, 31% estão alocadas na operação, 29% em estações e 23% em cargos administrativos.
Nas áreas de manutenção elas ainda são minoria, representando apenas 9% do total. Em relação aos cargos de chefia, 14% das líderes são mulheres.
Que matéria espetacular, levantamento maravilhoso.
Um dos maiores absurdos pra mim é uma cidade como Curitiba não ter transporte sobre trilhos, mas é algo que nem surpreende tanto, já que eles foram mais ou menos os “pais” da porcaria de BRT aqui no Brasil. Eficaz na época, mas hoje em dia totalmente descabido em regiões com grande população.
E aqui no Estado de SP, temos o exemplo Campinas também, cidade grande com mentalidade pequena.
Interessante… acho muito difícil a quantidade de passageiros voltar a ser a mesma do período pré-pandemia.