As polêmicas envolvendo nomes de estação ganharam um novo capítulo. A decisão do Metrô de São Paulo em mudar o nome da futura estação Paulo Freire para Fernão Dias foi suspensa preventivamente por uma ação na Justiça.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, um recurso apresentado pela deputada estadual Ediane Maria (PSOL) foi aceito pela desembargadora Maria Fernanda de Toledo Rodovalho da 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo.
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A decisão, na prática, suspende a mudança do nome da estação até uma análide mais detalhada e é uma situação incomum já que em mais de 50 anos o Metrô sempre teve a prerrogativa de batizar as estações da rede, embora alguns políticos tenham conseguido dobrar a companhia a acrescentar nomes de pessoas e homenagens a times de futebol.
A alteração foi anunciada durante os primeiros meses da gestão do governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas teria sido decidida ainda na gestão passada.
Em março, o Metrô de São Paulo alegou que a mudança envolveu estudos de toponímia que incluíram um levantamento com os moradores locais. A sondagem apontou que 57% do público mostrou preferência pela associação com a rodovia Fernão Dias, enquanto a localização da Avenida Paulo Freire ficou com 29% da preferência – houve ainda 14% que opinaram que a estação deveria se chamar Parque Novo Mundo, em referência ao bairro onde está.
Cabo de guerra ideológico atropela estudo toponímico
A disputa ideológica que “sequestrou” a nomeação da estação ignora o real motivo das escolhas feitas pelo Metrô e a CPTM. Trata-se do estudo toponímico, que busca entender qual seria a referência mais útil ao equipamento público e não batizá-la com o nome de alguma figura histórica.
A toponímia é o nome técnico dado ao estudo do nome dos lugares. Não se trata de mera preferência, mas de uma associação baseada em fatos físicos, culturais e sociais que dão melhor consistência e identificação aos nomes.
Neste sentido, todas as estações passam por um sério estudo de nomes. Esse estudo incluiu entrevistas com populares da região, mas, não se limita apenas a estes. Um artigo publicado por Tacito Pio Silveira na ANTP elenca pontos importantes que devem ser considerados no estudo de nomes de estação. São eles:
1) POPULARIDADE – Encontrar um nome que seja simples e de apelo popular. Simples para facilitar a comunicação com os usuários menos instruídos. Popular para ser facilmente reconhecido por todos nas diversas situações (estações, trens, mapas, diagramas, placas) que o usuário vive no sistema.
2) ESCALA METROPOLITANA – Indicar um nome que seja reconhecido por sua relevância regional e que assim favoreça a formação de uma conscientização da condição metropolitana da cidade. Neste ponto, fica claro que para Reis Filho o sistema do metropolitano é mesmo ‘o’ elemento estruturador da metrópole.
3) CARACTERÍSTICAS DE CONTEÚDO – Escolher um título para as estações que obedeça a características que permitam sua rápida identificação: a) nomes que tenham relação com a história da cidade atual; b) uma referência que tenha significação para o conjunto da população; c) uma menção a edifícios de destaque na cidade (posteriormente consolidado como critério de toponímia e história: HISTÓRICO-GEOGRÁFICO5 ).
4) CARACTERÍSTICAS DE FORMA – A forma breve e simples do nome, com boa sonoridade e de fácil leitura e pronúncia, mesmo para aqueles com dificuldade ou baixo grau de instrução. Evitar palavras estrangeiras ou muito longas, com letras mudas de difícil leitura (Reis Filho, 1972).
O nome “Paulo Freire” faz menção ao educador considerado Patrono da Educação Brasileira. A estação da Linha 2-Verde que é foco da polêmica se localiza ao lado da Avenida Educador Paulo Freire, daí a associação original. Não há e nunca houve qualquer intenção de homenagear o educador, como se quer fazer acreditar agora.
Por sua vez, Fernão Dias faz menção ao bandeirante que na época do Brasil colonial realizou a exploração do território até então desconhecido. Mas seu nome foi sugerido por ser a rodovia BR-381, que liga São Paulo a Belo Horizonte, um ponto de referência mais conhecido na região, embora fique a aproximadamente 1,5 km da futura estação.
Aparentemente, ignora-se qualquer tipo de estudo sério acerca do nome da estação e cria-se um clima de açodamento político fomentado principalmente pela polarização entre as correntes políticas de esquerda e direita no Brasil.
Se por um lado o nome Paulo Freire é visto com infâmia por parte de representantes de correntes políticas da direita, o nome Fernão Dias ganha a mesma conotação perante as lideranças de esquerda.
Neste contexto, a disputa pelo nome da estação se torna um cabo de guerra onde se discute tudo, menos o que será melhor para a população em termos de localização geográfica.
Se o que se discute é a quem homenagear, o sensato seria então propor a revisão do nome da rodovia federal, esta sim uma homenagem, e não de uma estação de metrô que ainda nem existe.
Colaborou Ricardo Meier.
EXCELENTE REPORTAGEM , CONCORDO JÁ SE HOMENAGEIA O EDUCADOR NO PATIO E NA AVENIDA , FICA MAIS FACIL FERNÃO DIAS,OS POLITICOS NÃO SE PREOCUPAM EM GASTAR O DINHEIRO COM A TROCA DE PLACAS E OUTROS DETALHES , O DINHEIRO SAI DO BOLSO DO POVO ATRAVÉS DO POVO.ENTÃO TERIAMOS QUE MUDAR OS NOMES DE NOSSAS RODOVIAS EM NOSSO ESTADO,NOME DE BANDEIRANTES E POLITICO. IDEOLOGIA BURRA.
O nome deve buscar características típicas dos quarteirões do entorno, por exemplo:
* Nome de Localidade que só exista ali;
* Nome de instituição de ensino, FATEC, ETEC ;
* Cemitério;
* Nome de duas avenidas que se encontram;
* Nomes de órgãos, DETRAN, Paço ;
* Aeroporto e Terminais de transporte; e
* Nome de figura histórica.
Também penso assim.
estação com nome do bairro/região evita esses dilemas.
Excelente matéria. Aqui no Brasil tudo se cria uma oportunidade de virar fato político, acirrando ainda mais a disputa ideológica. Quem mora ali na região conhece que essa Avenida é de fato o começo da Rodovia Fernão Dias, que está ali desde sempre. A Mudança do nome para Avenida Educador Paulo Freire ocorreu recentemente pois esse trecho final não é de responsabilidade do Governo Federal, mas sim da Prefeitura que mudou esse nome.
Enquanto nossos políticos pararem de querer lacrar e olhar pros problemas de fato que acontecem, talvez um dia sejamos um país melhor.
“Se por um lado o nome Paulo Freire é visto com infâmia por parte de representantes de correntes políticas da direita, o nome Fernão Dias ganha a mesma conotação perante as lideranças de esquerda”. Só não me lembro de Paulo Freire assassinando indígenas que encontrasse pelo caminho.
Se o problema é ter que colocar o nome da estação igual ao da rodovia, que se mude o nome da rodovia.
para de falar bobagens
Não disse bobagem alguma.
comentário sem noção.
Nem sabe o tanto de problema gerado ao se mudar o nome de uma rodovia do porte da Fernão Dias.
É mais fácil retomar o nome antigo da av. (hoje chamada) educador Paulo Freire.
os gastos seriam muito menor e a assimilação muito maior.
Coisas de um país, ou melhor de um paiseco! Tudo isso é muito vergonhoso! É como se não tivéssemos coisas mais sérias para tratar !
Muito melhor seria simplesmente colocar o nome do bairro. Bem mais intuitivo e não gera confusão ideológica nenhuma.
Também penso assim.
estação com nome do bairro/região evita esses dilemas.
Também penso assim.
Esse costume de se homenagear pessoas em obras públicas só dá problema.
primeiro tem que acabar com esse negócio de governador e ALESP aprovando leis que batizam nome de estações. isso deveria ser exclusivamente feito pro critério técnico do METRO ou CPTM.
segundo, a rodovia Fernão dias é uma continuação da avenida Paulo freire. o local onde vai ficar a estação não fica no trecho onde está a rodovia, mas sim onde está a avenida. o nome desde o inicio foi Paulo freire. então quem veio com questões ideológicas, obviamente foi a equipe do novo governador. se for rebatizar a estação, então que se rebatize com o nome do bairro.
Parque Novo Mundo ou Vila Sabrina tava ótimo, assim acabaria com essa celeuma toda e não desagrada ninguém, simples.
O acúmulo de tempo livre chega a ser impressionante, tanta coisa mais importante para a pouco demandada justiça paulista resolver, estão discutindo nome de uma estação que não tem previsão de sair do papel, ridículo oq alguns deputados muito bem pagos pelo dinheiro público fazem, ao invés de discutir coisas úteis para a população, ficam indo a justiça resolver assuntos inúteis
Já tinham decidido antes que seria Paulo Freire. Tarcísio que resolveu mudar e criar polêmica…
nome do bairro, Ótima solução…o Brasil Tem que para com essa palhaçada de olhar a perfumaria e não se atacar o problema principal…
o importante é fazer metrô..que tem pouca km em relação a outras cidades do planeta…o resto é besteira…
Não tem sentido nenhum alterar para Fernão Dias, concordo em manter como Paulo Freire independente de ideologia. É clara a intenção de alteração por puro viés político. Até menos conflituoso se nomear como Cabuçú que é o rio paralelo.
Nessa linha uma que poderia ter o nome alterado é Dutra, no lugar adotaria Itapegica. Isso para não confundir passageiros mais leigos com a futura estação Presidente Dutra da L13.
Tanto faz o nome da estação, eu tenho a minha preferência, mas acima de tudo eu quero que a estação seja construída logo!!!
O nome de uma estação deveria estar sempre associado ao bairro ou logradouro principal da região atendida. Exatamente para ser uma referência de localização.
Mas não, virou uma farra politiqueira de se alterar nomes pra “homenagear” pessoas, times, datas, e tudo o mais que ocorra a mentes desocupadas com a caneta na mão.
ENQUANTO ISSO há situações de estações de Metrô ou CPTM com terminais de ônibus integrados, porém com nomes diferentes entre si – o que só gera confusão e transtornos a muitos passageiros, e nunca é corrigido.
se nao estivesse o vies ou nao fosse usado por umas das ideologias…va lá..mas todos usam….deveria se priorizar nome od bairro/distrito/vila..e só..nada de nomes de aveninas ou ruas referencias
e nao.. nao podemos mais dar mormal para tais vultos ideologicos de esquerda, se for por ai..temos que proirizar outro mesmos
Cabe citar alguns exemplos:
Estação Santa Cecília – Terminal Amaral Gurgel
Estação Largo 13 – Terminal Santo Amaro
Estação Giovanni Gronchi – Terminal João Dias
Estação Anhangabaú – Terminal Bandeira
Estação Aeroporto Guarulhos – Terminal Taboão
Estação General Miguel Costa – Terminal Luiz Bortolosso
E quando o terminal não é nenhum pouco próximo da estação? A título de exemplos: Carrão, Cecap, Dom Pedro II, Campo Limpo e São Miguel.
Enquanto isso a China teria chamado a estação de Xi Juin Xan já estaria pronta, assim como o restante da linha… trocar o nome significa $$$ do povo na lata do lixo…
reportagem incompleta e tendenciosa que ignora o argumento da própria decisão. o argumento da juíza que analisou o caso é a falta de transparência do metrô nesses estudos. não divulgaram os dados. não divulgaram os métodos utilizados. totalmente sem transparência. se divulgarem e tiver rigor científico no estudo, que seja Fernão Dias. do contrário, que seja paulo freire.
Faltou o jornalista pesquisar quantas pessoas foram consultadas para decidir mudar o nome da estação. porcentagem não significa nada. Traga números absolutos.
Ideologia? E político no Brasil tem ideologia? Eles gostam é de dinheiro, mamata, pixuleco, jóias, cartão corporativo, salário alto, propina e toda sorte de safadezas.
O povo massa de manobra que fica brigando pra defender o seu bandido de estimação.
Chega! Devemos exigir que estações de metrô, trem, Terminal de ônibus, etc.. tenham o nome do bairro onde estão ou da via e ponto. Daqui a pouco protestantes irão pedir a mudança do nome da cidade e do Estado de São Paulo apenas para Paulo e os ateus para Paulicéia, e os católicos para manter São Paulo e no final os políticos estarão levando o deles e rindo de vocês(nós). Chega!!