Governador Tarcísio pode ter maratona de inaugurações de metrô em 2026

Várias obras em andamento atualmente têm prazos que coincidem com ano de eleições governamentais. Bom ritmo de alguns projetos amplia chance de entrega
Tatuzão da Linha 6-Laranja
Tatuzão da Linha 6-Laranja (Jean Carlos)

Embora exista uma crença popular que aponte que inaugurações só ocorram em anos eleitorais, na prática essa estratégia nem sempre funciona. Vários políticos tentaram, muitas vezes em vão, programar entregas de estações e linhas de metrô e trens perto das eleições.

Mesmo quando isso funcionou como em 2018, o suposto beneficiário, no caso o ex-governador Geraldo Alckmin (na época no PSDB), não colheu fruto algum de ter aberto trechos das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 15-Prata e inaugurado a Linha 13-Jade.

Outro tucano, João Doria (hoje sem partido) se saiu pior: prometeu inaugurar a Linha 17-Ouro em 2022, assim como o “mágico” corredor de ônibus ‘BRT-ABC’, que substituiu a Linha 18-Bronze. Mas Doria, por outro lado, deixou a Linha 6-Laranja em condições de ser inaugurada pelo seu sucessor, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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O ramal de 15,3 km é hoje o projeto sobre trilhos mais vistoso do país, com investimento bilionário feito em parceria com a empresa espanhola Acciona e outras sócias. Com obras retomadas no final de 2021, a Linha 6 deve começar a funcionar em 2026 se não houver imprevistos. Sim, ano de eleições gerais.

Mas seria injusto creditar essa capacidade apenas ao atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes. Com um mandato de quatro anos, governadores têm menos poder do que se pensa para viabilizar algum investimento em trilhos.

Governador Tarcísio de Freitas em evento (GESP)
Governador Tarcísio de Freitas: cerca de 35 km de metrô em obras (GESP)

Projetos dessa magnitude não saem do nada. Precisam de anos de estudos, licenças ambientais, processos licitários, obras complexas e fabricação e testes de sistemas e trens. Ou seja, alguém ajudou (de forma voluntária ou não) a torná-los realidade.

No caso de Tarcísio, ocorre justamente um alinhamento de datas e também de ações do próprio governador que podem tornar o ano de 2026 recheado de inaugurações. Veja o que está no horizonte:

Linha 2-Verde (extensão até Penha)

Tocada pelo Metrô, a extensão da Linha 2-Verde com mais oito estações foi resgatada por Doria após as licitações terem sido congeladas por Alckmin. Atualmente, o trabalho nos canteiros segue em bom ritmo, porém, o atraso no início das escavações do tatuzão, causado pela dificuldade em liberar o terreno do Complexo Rapadura, já fez o governo prever abrir o primeiro trecho em 2026, e o segundo, em 2027.

Embora parcialmente ainda dentro do atual mandato, a Linha 2 pode ficar para o próximo governo. A razão é que ainda há parte do projeto em estágio inicial. Um exemplo é a compra dos 44 trens necessários para a expansão, que pode ser lançada em breve. Como é um contrato vultoso, não será absurdo se a concorrência se acirrar e demorar a ser resolvida. Junte-se a isso o tempo para fabricar as composições e talvez elas cheguem tarde demais. Além disso, há questões de sistemas que podem complicar um pouco mais a entrega.

Estação Penha: expansão da Linha 2-Verde prevista a partir de 2026 (iTechdrones)

Linha 6-Laranja

A Parceria Público-Privada é, sem sombra de dúvida, o projeto com mais chances de ficar pronto neste mandato. A despeito do atraso após o acidente com o rompimento da adutora da Sabesp, a Acciona soube agir rápido e recuperar os dois tatuzões, que estão em serviço há vários meses. Os canteiros também estão bem adiantados, incluindo o pátio de manutenção. Já a fabricação dos 22 trens é feita pela Alstom na unidade de Taubaté.

O que pode atrapalhar o plano de inaugurar as 15 estações ao mesmo tempo é o imbróglio com a estação 14 Bis, no Bixiga. Após artefatos arqueológicos terem sido encontrados pela Acciona, organizações não governamentais têm buscado paralisar a obra alegando importância histórica do local. Os motivos são diferentes, dependendo do canteiro de obras: em 14 Bis a razão é um antigo assentamento de escravos negros enquanto no poço Almirante Marques (único com avanço zero), nas proximidades, a preocupação externada por eles é a preservação de uma nascente na região.

Talvez a Acciona possa usar um expediente parecido com o da Linha 5-Lilás em relação à 14 Bis. Ou seja, se a liberação do terreno demorar, a construtora poderá encher os poços com um material provisório para que o tatuzão monte os túneis em sua passagem. Posteriormente, esse material e as aduelas são removidas e a estação segue sendo construída. Nesse cenário, a Linha 6 abriria com 14 estações.

A extensão da Linha 15-Prata ocorre em duas frentes (Jean Carlos)

Linha 15-Prata

O monotrilho da Zona Leste tem duas extensões contratadas em ambas as pontas. Após Jardim Colonial, o Metrô já está construindo duas estações, Boa Esperança e Jacu Pêssego, além de um segundo pátio na Avenida Ragueb Chohfi. Aqui o problema no momento é alargar parte da avenida, uma licitação que está suspensa após um recurso administrativo de um consórcio derrotado.

Do outro lado, o Consórcio Expresso Ipiranga assinou contrato para construir a estação Ipiranga além da extensão até perto de Vila Prudente. Não parece ser uma obra complicada, mas há a retirada de famílias de um favela na região que pode atrasar o andamento dos trabalhos. De qualquer forma, o prazo da obra cairá justamente em 2026, o que torna a chance de um atraso grande já que ele está apenas começando.

Retomada das obras civis da Linha 17 deve ocorrer nas próximas semanas (Jean Carlos)

Linha 17-Ouro

O maior ‘abacaxi ferroviário’ dos últimos anos, a Linha 17 voltou a ser uma possibilidade concreta com o anúncio da assinatura do contrato com a empresa Agis para finalizar as obras de sete estações e o pátio Água Espraiada. O Metrô também está próximo de selecionar a empresa que fará a implantação de sistemas de telecomunicações enquanto outros contratos estão execução como o de alimentação elétrica e de sistemas e material rodante, este assinado com a BYD SkyRail.

Em recentes declarações, o Metrô previu a entrega do primeiro trem em 2024, época em que as vias podem já ter alguma condição de recebê-lo. Se tudo der certo, o monotrilho da Zona Sul deve passar 2025 em testes e finalizações, com a inauguração de oito estações no ano seguinte.

Rede com 140 km de metrô

Se de fato conseguir manejar para que as quatro linhas sejam expandidas ou inauguradas dentro dos próximos três anos, o atual governador poderá entregar nada menos que 34 estações e cerca de 35 km de metrô, ampliando a rede para 140 km. Se isso vai lhe garantir outra eleição, já é outra história.

 

 

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  1. Antes mesmo do Tarcisio vencer as eleições ja era visivel que o governador que assumisse teria essas inaugurações pois o prazo de 2026 sempre foi informado tanto na L2 quanto na L6. A L17 realmente só esperando para ver. No final o carioca deu sorte cm esses projetos que serão um ótimo trunfo eleitoral

  2. Além disso, ele tem as expansões das Linhas 9 – Esmeralda até Varginha, esse ano, e da Linha 11 – Coral até Palmeiras – Barra Funda, ano que vem.

  3. O que me preocupa nisso tudo é a falta de viabilização de novas obras após essa maratona de entregas. Não podemos “parar no tempo”. A Linha 20 – Rosa, com certeza não terá início em 2026/27. A Linha 19, embora seja um pouco mais palpável, ainda é um ponto de interrogação. A torcida é pra que obras “menores” sejam iniciadas até lá, como as prometidas extensões das linhas 2 – Verde, 4 – Amarela, 5 – Lilás, 12 – Safira, 15 – Prata e 17 – Ouro.

  4. Ricardo, apenas uma correção. Usar o termo “Escravos” não está mais correto, o certo é “Escravizados”, uma vez que escravos são pessoas que se submetem à condição de escravidão, enquanto escravizados são aqueles que foram forçados à escravidão.

    Os livros didáticos nas escolas já utilizam o segundo termo.

      1. MIMIMI

        Como um site com matérias jornalísticas, o autor tem que ter a mente aberta e estar atento a mudanças, seguindo as atualizações….

        Aqui é uma matéria, não postagem de facebook.

  5. Vamos ver como vai ser o cenário em 2026 no quesito transportes, e se os passageiros/eleitores forem levar em consideração a operação desastrosa da CCR nas linhas 5, 8 e 9, o famigerado BRT no lugar da L18, além da licitação na desleixada EMTU.

  6. O único erro da antiga administração Doria Jr e Rodrigo García (PSDB/SP), foi ter cancelado a linha 18 bronze Metrô nos demais pontos foi impecável na retomada de obras importantes a população de São Paulo e do Brasil.
    Tarcísio de Freitas (REP/SP), precisa manter o que tem e avançar em obras como: extensão até Guarulhos pela linha 2 verde, extensão até TBS, construção da estação Unão de Vl. Nova e Suzano, a conclusão de trecho final da linha 15 prata e ouro.
    Depois pensar nas linhas: 13, 14, 16, 18, 19, 20 e 22.
    Ir por etapas é o caminho, ideal para ter sucesso e relatando a população.

  7. Já eu acho que não dará tempo de inaugurar NADA, talvez só de 2027 pra frente e olhe lá, é muita burocracia idiota e chata que só atrapalha!

    1. Muito difícil de isso acontecer os únicos projetos que podem atrasar a esse ponto é o da L2 pela magnitude, o ritmo anda bem mas o tatuzão vai ter q ser ligeiro pra manter o prazo, principalmente pq ele não seguirá direto de penha a vila prudente, ao invés disso fará duas viagens separadas (Rapadura>Falchi Gianini, Penha>Rapadura).

      A L15 tem ritmo bom de construção e só atrasaria se a Alstom não cumprir o contrato de novos trens e sistemas, e a L17 mesmo com atrasos falta pouquíssimo pra se terminar as obras civis pra viabilizar instalação de sistemas que será relativamente rápido

      A L6 vemos bem que o ritmo está ótimo e pelo menos 50% dos túneis já estão escavados, suficiente pra já garantir que maior parte da linha tem altas chances de ser inagurado em 2026.

      A verdade que esse governo não vai colher nenhum fruto disso pq não viabilizou nada, todos os projetos já estavam em andamento, a única resolução é o caso da L17 de resto nada se atribui a esse governo que na vdd tem uma legado absurdo de fechar os ouvidos ao sofrimento absurdo dos passageiros nas mãos da viamobilidade.

  8. Ainda antes disso deve ter a inauguração das estações Varginha da Linha 9 da Via Mobilidade, expansão da Linha 11 da CPTM até a Barra Funda, além das possíveis inaugurações da Estação Penha da Linha 11 da CPTM, e talvez a Estação Ambuitá da Linha 8 da Via Mobilidade

  9. Além das expansões que o Lucas citou, tem a conclusão do people mover, que depende do GRU e deve levar um ano, as obras de melhoria na luz, a renovação da frota nas linhas 8 e 9 e as portas de plataforma em todas as estações da rede de trens rápidos. O sistema avançou muito nos últimos 10/15 anos. Até o fim desse prazo 26/27 vai ser o sistema mais moderno e integrado do continente (apesar de vários problemas que sempre persistem, é claro).

  10. Só tem um ponto sobre os “abacaxis ferroviários”.
    No estado de São Paulo o maior é a Linha 17 Ouro. Contudo, se comparar os demais estados da federação, atualmente o maior “abacaxi ferroviário” é a Linha Leste da Metrofor.

  11. tambem se nao conseguir inaugurar o que pegou em andamento tipo linha 6 impossivel.pra mim linha 2 só em 2027.vamos ver no final de 2024 vamos ter uma visao melhor se ficam prontas em 2026 ou nao.

  12. O Tarcisio só deu sorte de pegar várias obras atrasadíssimas, fora ter desenrolado a L17 n terá nenhum mérito.

  13. Felizmente, o TURISTA DE FREITAS não terá esse PRAZER da maratona de obras, já que como é de praxe, tem os atrasos de PRAXE…então vai ficar tudo para 2027 e 2028.

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