Os passageiros estão retornando ao Metrô de São Paulo, mas em um ritmo mais lento do que o necessário para que a demanda volte aos níveis pré-Covid tão cedo.
Dados divulgados pelo Metrô e as concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade mostram uma recuperação consistente em 2023 em todos os seis ramais metroviários.
Somados, eles apresentaram um aumento de quase 8% na demanda, chegando a 1,19 bilhão de passageiros.
A Linha 4-Amarela liderou em crescimento em relação à 2022, com mais de 190 milhões de usuários transportados, um aumento de 14,2%.
O ramal operado pela ViaQuatro já havia liderado a recuperação em 2022, quando teve um crescimento de 50%, fruto de um impacto maior durante a pandemia. Ainda assim a Linha 4 está 17,1% abaixo do patamar de 2019, último ano não afetado pela crise sanitária.
A Linha 15-Prata, que está ainda em uma fase de implantação e amadurecimento de sistemas, foi a segunda a apresentar o maior crescimento, com 10,8% de alta.
Ao contrário dos demais ramais, o monotrilho da Zona Leste já transporta mais pessoas do que antes da pandemia. Foram 34,5 milhão de passageiros contra 20,7 milhões em 2019.
Na outra ponta, a Linha 3-Vermelha continua a mostrar uma retomada lenta. Foram 313,6 milhões de usuários em 2023, alta de apenas 4,5% em relação à 2022.
A Linha 1-Azul também não foi muito melhor, com crescimento de 7,8% apenas. As duas mais antigas linhas de metrô estão cerca de 26% abaixo da demanda normal do passado.
A Linha 5-Lilás, por sua, vez teve baixo crescimento em 2023 (3,4%), mas é o ramal que está mais perto dos níveis de 2019, com demanda apenas 11,4% menor do que em 2019.
Por fim, a Linha 2-Verde foi a terceira mais movimentada do ano passado e está a 18% do patamar de 2019.
Nota do editor: os dados originais mostrados neste artigo se referiam à Média Diária de Usuários e não ao total de passageiros transportados por linha. Os valores foram corrigidos. Pedimos desculpas pelo erro.
Então a linha 1 transportou ~35 mil passageiros por dia em 2023? 12.750.000 / 365 = ~35.000,00.
Caro Edenilson, seu comentário foi extremamente oportuno já que me fez perceber que usei os dados de média de usuários em dias úteis e não o total de passageiros. Acabei de atualizar os valores e vou alterar o infográfico em breve. A análise acabou não mudando por que a diferença de percentual é pequena, felizmente. Volto a pedir desculpas aos leitores pelo engano.
Efeito home office.
Home office foi um efeito benéfico para reduzir a super lotação, esses números de 2019 não precisam ser atingidos, isso não é uma meta.
Exato. Home office, EAD, atividades remotas em geral (internet banking, compras online, etc) são uma benção pra cidades grandes como SP que não comportam mais tanto trânsito e tanta lotação nos transportes. E poderia ter muito mais, não fosse pelo preconceito de algumas pessoas influentes quanto a essas modalidades de trabalho e de ensino. Se o home office e o EAD continuarem crescendo, cidades muito gigantes como São Paulo podem perder inclusive o sentido de existir.
O legal é que o CBTC vai entrar em operacao antes que a demanda volte aos niveis estratosfericos que havia até 2019.
Mais trens somado a uma demanda menor que a de 2019 significa viagens mais confortaveis.
Usar metro linhas 1 ou 3 no horario de pico é muito melhor do que foi até 2019. Que bom!
Mas na L2, nos próximos anos, o cenário não será tão lindo assim…
E não vai ter pandemia, nem home office e nem CBTC que dê um jeito nisso.
Os resultados da L15 e da L4 são fruto da expansão das mesmas… Foram as únicas que ganharam estações novas no período. O sistema em si só vai voltar aos números pré pandemia com a expansão da rede. E ainda bem, pq os níveis de lotação de 2019 eram desumanos, num ponto que qualquer problema nas linhas gerava um caos.
Exatamente.