A Série 2000, a primeira frota de trens novos adquiridos pela CPTM no final dos anos 90, está começando a sair de circulação. Recentemente duas composições foram flagradas sendo levadas ao pátio de Engenheiro Manoel Feio.
A informação, que foi confirmada pela estatal, corrobora com o aditivo contratual de manutenção da Série 2000 firmado em outubro de 2023 que diminuiu a quantidade de trens a serem reparados de 15 composições para 9 composições, cada uma com oito carros.
O canal Sr. CPTM fez o registro de uma das composições sendo deslocada ao pátio Eng. Manoel Feio da Linha 12-Safira já sem os pantógrafos e rebocado por locomotiva
A baixa operacional das composições é o processo pelo qual o trem é descomissionado e desativado. Ele é precedido de relatório técnico que atesta a inviabilidade operacional dos trens.
Dados obtidos pelo site apontam que as composições (quatro carros) imobilizadas são:
- 2001-C001-C002-2002
- 2003-C003-C004-2004
- 2011-C011-C012-2012
- 2017-C017-C018-2018
- 2019-C019-C020-2020
- 2021-C021-C022-2022
- 2023-C023-C024-2024
- 2029-C029-C030-2030
- 2043-C043-C044-2044
- 2051-C051-C052-2052
- 2053-C053-C054-2054
- 2057-C057-C058-2058
Apesar de remoção operacional, a CPTM confirmou que os demais nove trens da Série 2000, que ao todo somam 72 carros, continuam operacionais e recebendo revisões periódicas, sem desfalcar a operação do trecho Brás-Calmon Viana.
“Os trens da série 2000 permanecem operacionais. Seis composições estão em processo de baixa e foram alocadas no Pátio Engenheiro Manoel Feio para disponibilidade de linha para manutenção de outras séries no Pátio Engenheiro São Paulo.”
Série 2100
O site também questionou a estatal sobre o estado operacional dos trens da Série 2100, também conhecidos como “Trem Espanhol”. A CPTM confirmou que as composições restantes da frota ainda estão em estado operacional, estando a disposição para a operação.
Retorno de trens cedidos
A CPTM deverá receber ao longo dos próximos meses uma série de trens que foram cedidos para a ViaMobilidade. Destes trens, três das oito composições da Série 8500 retornaram para a CPTM.
A estatal ainda receberá de volta oito trens da Série 7500 e 19 composições da Série 7000 revisados.
Com o excesso de trens a CPTM deverá contar 34 trens adicionais para as suas linhas, de tal forma que haja grande quantidade de composições à sua disposição.
Essa grande margem pode abrir a possibilidade de ampliação dos serviços, como resultado da diminuição dos intervalos e expansão operacional das linhas e, em última instância, remoção operacional dos trens mais obsoletos.
Seria legal e bastante informativo fazer um levantamento de quantos trens operam em cada linha, e quantos trend simultâneos operam no pico, pq essa informação tem sido bem difícil de descobrir e organizar
Bom que isso faz pressão para a ViaMobilidade devolver os trens emprestados mais rápido, visto que a ViaMobilidade já recebeu 17 trens dos 8900s.
calma aí calabreso , ( on ironc) não solta trens assim a rodo sem passar por vários testes não importa que empresa que for particular ou publica de transporte ferroviário e padrão de segurança .
A série 2000 anda bem surradinha mesmo. As janelas além de bem vandalizadas estão foscas por ação do tempo, o ar condicionado não tem potência suficiente pra refrigerar os carros, as grades de proteção das lâmpadas deixa o aspecto do salão mais escuro, além do sistema sonoro ter APs desatualizadas, ser baixo e chiar.
Esses trens foram projetados para rodar 30 anos (sem reforma) e estão sendo aposentados com menos de 24 anos.
Na CPTM o desperdício de recursos públicos é constante e o MP não vê.
Não tem essa de desperdício de dinheiro. Esses trens estão chegando ao fim da vida útil, a caixa é de aço carbono que é menos durável que o aço inox, conta com componentes obsoletos, ar condicionado que foi mal dimensionado, sistema de portas que apesar de um funcionamento bonito, não é o mais adequado para a superlotação que existe no Brasil. É um trem que já deu o que tinha que dar, muito devido ao fato de que a empresa terceirizada que faz manutenção nele ser um lixo boca de porco.
A vida útil de um trem é de 30 anos. Se estão aposentando com 23 é sinal de desperdício de recursos.
Das duas, uma: ou a CPTM não conseguiu manter o trem e contribuiu para sua aposentadoria precoce ou a fabricante vendeu um produto de má qualidade (que foi aceito pela CPTM sem contestação) e deveria ser proibida de realizar negócios com o estado brasileiro.
De qualquer forma, a aposentadoria precoce só demonstra a incompetência da CPTM na gestão de frota.
Enquanto isso, a linha 1-azul do metrô continua com aqueles trens horríveis da frota E sem ar condicionado.
De acordo com a história dos trens-unidade de aço carbono no Brasil temos:
Trens originais
TUE ACF (RFFSA) – 62 anos de operação
TUE Série 400 (RFFSA) – 53 anos de operação
TUE Série 100 (EFCB) – 45 anos de operação
TUE ACF (EFS) – 33 anos de operação
TUE Série 200 (EFCB) – 28 anos de operação
TUE Toshiba (EFS) – 27 anos de operação
“TUE Série 2000 (CPTM) – 23 anos de operação”
TA 68 (Metrô Rio) – 23 anos de operação
Trens reformados
TUE Toshiba (Fepasa) – 34 anos de operação
TUE Série 1000 (CBTU) – 26 anos de operação
TUE Série 2100 (CPTM) – 21 anos de operação (e ainda em operação)
Ou seja, a aposentadoria dos primeiros TUE Série 2000 é a mais prematura da história ferroviária brasileira. Nunca se aposentou um trem com tão pouco tempo de uso (exceto pelo Trem Articulado belga do Metrô do Rio mas esse nasceu com defeitos de projeto que anteciparam sua aposentadoria).
A CPTM está jogando dinheiro fora com essa aposentadoria. Com uma reforma, esses trens poderiam rodar por mais 20 anos, economizando recursos de aquisição de trens para outras finalidades.
Deveria vender esses trens para o metrô de BH que roda em sua maioria com sucatas repintadas.