A CPTM publicou no final de março o resultado para a licitação de prestação de serviços de engenharia para a manutenção de trens da Série 9500. A empresa declarada vencedora foi a Hyundai Rotem, que fabricou as 30 unidades em São Paulo.
A manutenção dos trens da Série 9500 deverá contemplar atividades preventivas, corretivas, ações contra vandalismo e remobilização de trens parados. As composições atualmente circulam nas linhas 7-Rubi e 10-Turquesa.
Relatórios da própria CPTM indicam que algumas composições estão paradas por diversos meses. Pelo menos seis composições estão sem circular há mais de três meses.
O caso mais grave seria o da composição D504, considerada a cabeça de série, ou seja, o primeiro trem a ser fabricado. A composição estaria retida há praticamente dois anos, sendo vista operando pela última vez em maio de 2022.
O contrato prevê diferentes eventos. No Evento A são contempladas as atividades de manutenção corretiva e preventiva com cláusulas de desempenho para os diferentes tipos de falha, tempo de atendimento e disponibilidade.
Uma Falha Nível A ocorre “quando um trem comercial, escalado para a circulação comercial e está em operação comercial, apresentar incapacidade de movimentação própria no sentido de operação, paralisando ou prejudicando a operação devido ao desempenho insuficiente ou ao risco à segurança”
O desempenho esperado em contrato é que o índice de falhas seja menor do que uma ocorrência a cada 1,1 milhão de quilômetros rodados. Caso ocorra falha a cada 750 mil quilômetros ou inferior a empresa é penalizada com multa de 10%
Uma Falha Nível B ocorre “quando o trem comercial, em operação comercial, apresentar falha promovendo interrupções ou atrasos superiores a 6 minutos.”
Neste caso, são consideradas “as falhas nos sistemas que comprometem a segurança e o conforto do trem durante o transporte de passageiros, tais como falhas de freio, ATC / ATO / CBTC, rádio terra-trem, farol, buzina, sistema de porta e sistema ar-condicionado, desde que não se caracterizem como falha NÍVEL A, serão consideradas como falha NÍVEL B independentemente do tempo de atraso.”
O desempenho esperado em contrato é que o índice de falhas seja menor do que uma ocorrência a cada 16 mil quilômetros rodados. Caso seja a cada 12 mil quilômetros ou inferior a empresa é penalizada com multa de 10%
Uma Falha Nível C ocorre “quando o trem comercial, em operação comercial ou manobra para operação comercial ou manobra no lavador de trens, apresentar falha que não seja caracterizada como falha NIVEL A ou falha NIVEL B ou Não Falha.”
O desempenho esperado em contrato é que o índice de falhas seja menor do que uma ocorrência a cada 9 mil quilômetros rodados. Caso seja a cada 6,75 mil quilômetros ou inferior a empresa é penalizada com multa de 10%
Existem também regras para disponibilidade operacional durante o horário de vale e horário de pico. Para os períodos de menor movimento a disponibilidade de trens deve ser maior que 85% e no pico superior a 90%.
O tempo médio para reparo das composições também será médio. Foi estabelecido como meta que os trens devem ser reparados em pelo menos 2h30. Tempos acima destes são passíveis de penalização.
O Evento A1 contempla a realização das revisões de nível F em 30 trens da Série 9500. Esta revisão pesada é realizada a cada 1,2 milhão de quilômetros com tolerância de 60 mil quilômetros. Ela deverá ser iniciada a partir do 9º mês do contrato.
O Evento B contempla o reparo em itens vandalizados e pequenos acidentes, isso também inclui as inundações que por ventura acabam por gerar danos em equipamentos sob estrado.
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O Evento B1 engloba os serviços de reparo de itens existentes. Possivelmente se refere ao processo de remobilização dos trens que estão atualmente sem operar. Segundo o contrato, os trens deverão estar em plenas condições operacionais até o 6º mês do contrato.
O contrato de manutenção da Série 9500 terá duração de 30 meses com possibilidade de prorrogação por igual período. O contrato poderá ser encerrado antecipadamente ou repassado para a futura concessionária da Linha 7-Rubi caso haja acordo entre as partes.
Parabéns pela reportagem, mas faltou informar os valores da licitação. Se tiver esses dados, seria bom uma informar aqui.
Os valores ainda não foram divulgados. Quando houve a publicação dessa informação devemos comunicar por aqui.
Obrigado pelo feedback
E ppp disfarçadamente de licitação , a mesma coisa que fizeram no fonema s atualmente na L11
Não é.
A série 9500 é da CPTM.
Já a série 8000 é da Caf, alugada para a CPTM.
E terceirização da manutenção das frotas da CPTM é feita regularmente desde 2001.
isso ai… põe a estatal pra bancar por 30 meses a revisão de todos os trens que serão transferidos pra iniciativa privada em breve… parabéns pela mamata pra Comporte, Tarcísio
Então você prefere os trens ficarem sem manutenção por dois anos, porque foi concedido para Comporte??
Caro Cleber, o comentário do Gabriel é muito pertinente, visto que em no máximo 3 meses, a linha 7 será oficialmente administrada por uma empresa privada. A cptm está fazendo a manutenção desses trens há alguns anos já, não custaria nada manter por mais 3 meses e deixar para a cia privada fazer a contratação. Mas isso foi mais um presente do pai Tarcísio para os amigos empresários.
Espero que a Comporte seja inteligente já para fazer um contrato nos mesmos moldes que a CPTM fez para fazer a manutenção dos trens após a transição…Senão vai ser o maior rebuliço quando trocar de empresa e ai o resto vcs sabem né.