A licitação para aquisição de 44 trens para o Metrô de São Paulo teve mais um capítulo nesta terça-feira, 21, quando a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) divulgou no Diário Oficial que o novo edital retificado estaria disponível aos possíveis interessados.
No entanto, os documentos não apareciam no site da companhia até o fim da manhã, como prometido. A nota do governo traz apenas uma informação relevante, o prazo de 30 dias para que as empresas retirem ou baixem os arquivos.
Não havia portanto a previsão de quando o leilão ocorrerá. Originalmente, as propostas deveriam ter sido entregues em 21 de março, mas o Metrô suspendeu o certame em virtude de questionamentos enviados por potenciais participantes.
Um deles alertava a comissão de licitação que o edital em seu formato original impedia a participação de grupos estrangeiros na concorrência “mesmo que a empresa tenha interesse em abrir uma fábrica no Brasil”.
O motivo são os critérios estabelecidos para cadstro no FINAME, do BNDES, que viabilizará o empréstimo para pagamento da encomenda de composições que irão operar nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.
“Entendemos que as regras atuais da concorrência internacional priorizam fabricantes que já estão instalados no Brasil, não dando margem para que empresas estrangeiras que tenham interesse em se estabelecer no Brasil participem da licitação”, escreveu a pessoa que enviou a observação aos organizadores do leilão.
O edital estipula que a empresa vencedora deverá manter seus dados atualizados junto ao BNDES em poucos dias após a assinatura do contrato. Segundo o reclamante, um participante estrangeiro não terá tempo hábil para efetuar o registro no FINAME e para isso ele pede que o prazo passe de 15 dias para 12 meses. A companhia admitiu o erro e informou que o edital seria retificado.
Além disso, outros questionamentos apontaram divergências em dados frenagem, coeficiente de atrito dos freios e dimensões de sapatas coletoras dos trens, entre outros. A redação do edital também omitiu um dos trens (número). Os itens também serão corrigidos pelo Metrô no edital atualizado, explicou a empresa.
Encomenda aguardada
O contrato de fornecimento de 44 trens é necessário para ampliar a frota que será usada na expansão da Linha 2-Verde até Penha. Metade das composições será repassada ao ramal enquanto as demais reforçarão as linhas 1-Azul e 3-Vermelha. A princípio, a Linha 2 deverá ficar com os trens novos, que operarão sem condutor a bordo no futuro, mas isso não está claro ainda.
A encomenda é aguardada com ansiedade pela indústria ferroviária já que se trata do maior pedido feito pelo Metrô em muitos anos. Os últimos pedidos de material rodante em São Paulo foram fechados pelas concessionárias LinhaUni e ViaMobilidade, ambas junto à Alstom.
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A CPTM também encomendou 65 trens anos atrás para atualizar sua frota e que foram produzidos pela CAF e Rotem, além de oito composições fabricadas pela CRRC na China e que operam na Linha 13-Jade.
Já o Metrô recebeu os trens da Frota P da Linha 5-Lilás, mas pouco os operou. Antes disso, a Bombardier entregou 27 trens Innovia 300 para a Linha 15-Prata e recentemente a companhia amplicou o acordo em 19 unidades que estão sendo fabricadas na China.
Uma pequena correção, os Trens da Linha 13-Jade são 8.
Verdade, Pedro, obrigado.