Concessionária Metrô BH sugere trecho em via única na nova Linha 2

Empresa propõe que trens circulem apenas por via singela entre as futuras estações Ferrugem e Barreiro, em virtude de operação de carga da MRS na região
Trens da Série 900 do Metrô BH (Metrô BH)
Trens da Série 900 do Metrô BH (Metrô BH)

A Metrô BH, concessionária que assumiu a operação do Metrô de Belo Horizonte, propôs uma solução questionável para viabilizar a implantação da Linha 2 do sistema, um trecho de trilhos em via única.

Parte do acordo de concessão, a construção e operação do novo ramal envolve um trecho de 10,5 km e seis estações que serão conectadas à estação Nova Suíça, da Linha 1, que também será concluída.

A faixa de domínio da extensão já existe, mas as vias estão desativadas, exceto em um trecho onde será construída a estação Barreiro, terminal da Linha 2.

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É entre ela e a estação Ferrugem que a Metrô BH sugeriu implantar um trecho de via singela, ou seja, com trens se revezando em ambos os sentidos.

Concessionária quer operar em via única em trecho de 1,7 km
Concessionária quer operar em via única em trecho de 1,7 km

Segundo um documento enviado pela concessionária ao governo, “a partir da Estação Ferrugem em direção à Estação Barreiro, está sendo considerada e proposta sua implantação em via singela, onde se compartilha a mesma via para deslocamento das composições nos dois sentidos”.

O motivo alegado é que a MRS, concessionária de cargas, só pretende ceder uma via de um pátio de trens onde ficará a estação Barreiro.

Viagens mais demoradas

A distância entre Ferrugem e Barreiro é de 1,7 km e há a previsão de uma estação no caminho, Mannesmann Vallourec, mas que não aparece no mapa disponibilizado pela Metrô BH em seu site.

Operar em via singela mesmo que um trecho final de uma linha implica em viagens mais demoradas já que será preciso aguardar que um trem libere a via para que uma segunda composição possa avançar no sentido oposto.

O intervalo entre trens, portanto, é maior e pode afetar o carrossel exceto se a Metrô BH utilizar uma estratégia semelhante à do Metrô de São Paulo na Linha 15-Prata.

Mapa de estações do Metrô BH
Mapa de estações do Metrô BH: estação Mannesmann Vallourec sumida

Após a inauguração da estação Jardim Colonial, não havia como utilizar as duas vias por falta de área de manobras e a solução foi manter um trem circulando apenas entre duas estações.

A alternativa, no entanto, penalizará os usuários que pretendem embarcar e desembarcar em Barreiro, onde existe um terminal de ônibus.

Segundo o G1, o governo do estado avalia a proposta e solicitou uma análise independente do projeto.

A Metrô BH é controlada pelo Grupo Comporte, que acaba de assinar contrato para assumir o Trem Intercidades São Paulo-Campinas, o Trem Intermetropolitano e a Linha 7-Rubi, da CPTM. Ele tem como sócio a fabricante chinesa CRRC.

 

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15 comments
      1. Pode apostar que vai aparecer um privatista defendendo isso…

        Vale lembrar que dos investimentos totais previstos para a ampliação da Linha 1 e construção da Linha 2, R$ 3,2 bilhões virão do Estado, sendo R$ 2,8 bilhões da União e R$ 400 milhões do governo de Minas Gerais. A empresa vencedora irá arcar com cerca de R$ 400 milhões. Em outras palavras, 88% dos recursos virão do poder público.

        1. Não é problema que o governo banque 88% de uma obra metroviária. A mesma sociedade que tem seu dinheiro roubado (literalmente) pelo governo, é a mesma que se beneficia com a redução no trânsito e na poluição causada pelo metrô.

          O fato é que metrô subterrâneo é uma obra cara demais pra ser paga com barraca de pão de queijo e propaganda de novela da Globo (a Acciona arriscou, mas certamente deve ter recebido alguma garantia contra a bancarrota). A única entidade capaz de bancar essas obras sem se preocupar com o retorno do investimento é justamente o governo.

          Com a concessão, o governo gasta apenas durante a obra, sem precisar absorver, vitaliciamente, a centena de funcionários que serão necessários para realizar a operação do serviço. Os custos ordinários são muitos mais baixos e conseguem se pagar apenas com a bilheteria e a exploração comercial do sistema.

        2. Qual o problema de a iniciativa privada entrar na parceria apenas prestando o serviço. Não pode? Não eh esse o caso, pois além da grana eles vão se responsabilizar pela construção. Não vamos ser infantis de sempre generalizar. Cada contrato tem as suas particularidades.

  1. Estamos vivendo um momento obscuro na área de transporte sobre trilhos. Governantes preguiçosos se apoiam na “redução” de custos e lançam projetos sofríveis. Aqui em São Paulo uma linha de metrô em monotrilho foi substituída por um BRT. Um trem intercidades vai operar em metade do caminho em via singela, um serviço (710) que beneficiou mais de 165 mil pessoas será extinto em função de uma concessão que poderia não ser necessária e obrigações contratuais estão sendo retiradas. E tudo para afagar a tal iniciativa privada, que de iniciativa, não possui nada. Lá na frente o preço será alto, muito alto.

    Por que apenas agora, após a concessão e passados mais de um ano, que se colocou essa possibilidade de via singela em debate? Isso era coisa para ser debatida de forma aprofundada na modelagem do edital e durante o período de audiência pública. Será que os interessados na concessão, chegaram a questionar isso ou apenas agora a Metrô de BH que está entendendo o ativo que arrematou no leilão? Isso reforça que a concessão foi feita de forma apressada sem um estudo aprofundado.

    Se esperou tanto pela Linha 2 e o senhor governador Romeu Zema (NOVO), amante das privatizações, fez um verdadeiro escarcéu para viabilizar a concessão do metrô de BH, passando da CBTU para o governo mineiro, e agora querem fazer um remendo no projeto? Francamente!

    1. Correto James. Estes governantes tem se notabilizados por concessões atabalhoadas e mal planejadas com dispêndios crescentes de dinheiro público repassado como foi o caso do leilão da Linha 7-Rubi com aquele obsoleto e ultrapassado projeto TIC para Campinas com prazo de oito anos, porém fazem propaganda como se fosse um exemplo de mobilidade de grande sucesso.
      Não faz sentido as alegações que concessões sejam tão onerosas que até o crime organizado esteja envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro!
      Este Grupo Comporte, CRRC e CRCC é totalmente despreparado para operar ferrovias, a ponto de incluindo ex-funcionários do Grupo CCR com expertise na gestão e planejamento estratégico no qual o líder Nenê Constantino foi condenado pelo Tribunal do Júri de Taguatinga, no Distrito Federal, pelo assassinato de um motorista de ônibus. À época do crime, o funcionário trabalhava na antiga Viação Planeta, que também pertencia ao empresário e pelo assassinato de Márcio Leonardo da Sousa Brito. O líder comunitário morreu aos 26 anos, em 12 de outubro de 2001, Além da Gol (GOLL4) uma das suas empresas enfrentar uma dívida trabalhista expressiva de cerca de R$ 1,3 bilhão, conforme documentos apresentados à Justiça dos Estados Unidos no processo de recuperação judicial iniciado em 25 de janeiro.

  2. e o detalhe que a maior parte do aporte para a ampliação do metrô de BH vem do estado.

    tudo isso é fruto da forma como nossos governantes encaram os serviços públicos.

    mas eles não são os únicos culpados não. a população que elege esses caras e que nunca cobra o devido retorno dos impostos, e acredita em promessas vazias, é cumplice de toda essa á gestão. o problema é que nós nos ferramos juntos.

  3. lembrando a todos que cada cidade e estado é independente. São Paulo não é RJ nem BH. todo governante faz merd@? com certeza. o enterro da linha 18 pelo BRT horrível continua até hoje assombrando a empresa que fez acordo com o dória, mas cada caso é um caso. simples assim.
    as privatizações em SP tem andando pra frente e dado aquilo que a maioria quer, expansão das linhas.
    “ah mas o serviço 710…” meu, vc, seus pais, seus avós viveram ser ele, desce do trem e troca de plataforma.
    “ah mas é um benefício perdido”, faz parte, se vc deixar de ir pra algum lugar pq não pode ir direto é pq vc não precisa daquilo.
    não vou deixar de pegar a linha pq ela n vai mais fazer a ponta-ponta.
    e nada impede que as gurias concessionárias um dia queiram trazer o serviço de volta.

    mas em Raj e em BH as concessões são bem diferentes e com obrigações diferentes, e são completamente diferentes de SP.
    nada justifica essa comparação.
    obrigações contratuais estão aí pra serem seguidas, se o gov do estado autorizou fazer algo mal feito, a população que vá atrás do gov do local

    1. Que benefício excelente, onde agora você percorre Água Branca – Mooca com 1 trem vai precisar de 3, ou ainda pra quem vai a Luz ter que encarar Linha 11 lotada pra ir só pra percorrer 1 única estação… uau. “se vc deixar de ir pra algum lugar pq não pode ir direto é pq vc não precisa daquilo.” fala isso pros milhares que usam a linha.

      Trem intercidades, coincidentemente do mesmo grupo de BH, via singela em todo trecho, preço ainda mais caro que o ônibus, intervalo de hora em hora. E isso se de fato se concretizar.

    2. que expansão das linhas nós temos em SP graças a privatização?

      todo o dinheiro vem do estado. seja na forma investimento direto, subsídio ou financiamento.

  4. Só faltava essa…
    Será que esse negócio, de se querer implantar trens de passageiros em vias singelas, vai mesmo virar moda???
    Se for pra ser desse jeito, melhor então que não se faça nada.
    Será mais rapido e seguro que continuemos viajando de ônibus. E ao mesmo tempo deixa-se de jogar dinheiro publico pelo ralo.

  5. Como podemos ver, a “Comporte” não tem porte para investir em concessões desse “porte”.

    Só “ganhou” a concessão por concorrer sozinha. E em São Paulo só está servindo de fantoche da empresa chinesa.

  6. Na verdade o grupo COMPORTE não é bom nem para administrar ônibus. Comparar o serviço deles com os serviços dos grupos JCA e Garcia- Brasil Sul chega a ser desumana a comparação. Comparar os serviços da GOL com os da Azul e LATAM ou qualquer outra empresa estrangeira da Europa ou Ásia idem.
    Eles só entraram na ramo ferroviário para que as empresas chinesas possam vender seus trens para o Brasil sem precisar abrir fábricas e transferir tecnologia, pois são sócias deles e irão bancar os investimentos pois hoje a China já fabrica todos os materiais e componentes para os sistemas ferroviários e em números de quilômetros instalados, sistemas e tecnologias praticamente já se tornaram líderes mundiais. Em resumo eles entram com nome, politicagem e administram o caos e as empresas chinesas constroem e entregam o sistema.

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