BNDES vai cobrar dívida bilionária da Supervia na Justiça

Seguindo as diretrizes de governança da estatal, banco de fomento irá buscar pagamento de um R$ 1,3 bilhão utilizados para modernizar o sistema ferroviário
BNDES vai cobrar divida da Supervia (Henrique Freire)
Trem da Supervia (Henrique Freire)

O imbróglio operacional e financeiro da Supervia acaba de ganhar um novo capítulo. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), maior credor da empresa, deverá executar uma dívida bilionária diante da falta de acordo com o governo do Rio de Janeiro.

O valor da dívida da Supervia ao BNDES é de R$ 1,3 bilhão. O financiamento, que foi concedido no ano de 2013, foi utilizado para melhorias no sistema ferroviário fluminense.

O valor gerou uma série de benfeitorias como a compra de novos trens, recapacitação da estrutura ferroviária e aumento na qualidade do serviço. A operadora chegou a transportar 620 mil passageiros por dia em 2016.

Trens da Supervia na Central do Brasil
Trens da Supervia na Central do Brasil

O BNDES, por sua vez, é obrigado a cobrar a dívida por questões de governança do banco estatal, segundo o diretor jurídico, Walter Baère.

“O BNDES, por ser uma empresa pública que investe em desenvolvimento, tem como maior preocupação a própria concessão e a melhor prestação do serviço. O banco é obrigado, por questão de governança, a promover a execução”.

O diretor ainda alerta sobre a questão do colapso do sistema ferroviário, algo que apesar de noticiado ainda não ocorreu, mostrando uma resiliência bastante robusta para manter a operação.

O banco tentou ao longo de um ano e sete meses chegar a um acordo entre a concessionária e o governo, algo que não ocorreu. O BNDES até vê alguma saída, como a renegociação da dívida, revisão do contrato e alongamento dos prazos.

Descarrilamentos constantes na Supervia (Agetransp)
Descarrilamentos constantes na Supervia (Agetransp)

Por parte do governo do Rio de Janeiro parece não haver ainda um plano estabelecido, protelando ao máximo a situação precária do subúrbio fluminense.

“Lamentamos muito que o Estado não tenha um plano factível para que haja investimentos, os investimentos que esse modal precisa para retomar, atender com dignidade, com qualidade a população da região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro”, disse Walter Baère.

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3 comments
  1. engraçado que os outros países aliados do governo atual tem as dívidas perdoadas na canetada, agora uma operadora nacional de infraestrutura e serviço essencial tem sua divida cobrada pela justiça.

    1. quais seriam essas dividas e esses países?

      e porque uma concessionária particular, com acionistas majoritário estrangeiros não pode ser cobrado?

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