Em nova rodada de propostas, custo para construir 60 casas populares pelo Metrô salta para R$ 25 milhões

Licitação para moradias para famílias que serão retiradas do trajeto da Linha 15-Prata recebeu única proposta do mesmo grupo que havia pedido R$ 22 milhões em agosto
Perspectiva da moradia para as famílias que serão retiradas do trajeto da Linha 15
Perspectiva da moradia para as famílias que serão retiradas do trajeto da Linha 15 (CMSP)

A licitação para construção de 60 habitações populares pelo Metrô a fim de realocar famílias que serão afetadas pela Linha 15-Prata teve mais uma rodada de entrega de propostas em 17 de outubro.

Na nova sessão pública, apenas o consórcio Massapê/SIAL compareceu, como havia ocorrido em agosto. Só que a empresa elevou consideravelmente sua proposta, que era de R$ 21,9 milhões e agora saltou para R$ 25 milhões.

O certame, lançado em 2023, tem sido controverso. A ideia original do Metrô era acelerar a reacomodação das famílias aproveitando um terreno desapropriado para construção do túnel da Linha 2-Verde nas proximidades.

No entanto, a licitação tem se arrastado, com desclassificações e anulações de fases. Em agosto, por exemplo, a sessão acabou tornada sem efeito e os participantes voltaram a ter uma chance de entregar novas propostas.

A área da comunidade e os terrenos onde serão construídas as 60 unidades
A área da comunidade e os terrenos onde serão construídas as 60 unidades (Arte sobre Google Maps)

Mas apenas o Massapê/SIAL apareceu em ambas. O custo, no entanto, tem subido já que a primeira proposta feita pelo projeto era de R$ 18 milhões, feita pela empresa Nova Bahia, que acabou desclassificada.

Custo de cada moradia pode chegar R$ 417 mil

Na época, este site comparou o valor unitário de cada imóvel (casas com dois dormitórios) com apartamentos na região. Enquanto cada unidade custaria R$ 300 mil era possível encontrar imóveis por R$ 450 mil.

Vale dizer que nesses casos há margem de lucro para os vendedores, algo que em tese a construção pelo Metrô não considera. Se a nova proposta for aprovada, cada imóvel construído pelo consórcio custará ao Metrô R$ 417 mil.

Se a alternativa prometia celeridade para resolver a questão dos moradores, isso não se confirmou. Resta saber se os R$ 25 milhões serão realmente a melhor opção para os cofres públicos.

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9 comments
  1. O Metrô ou deveria ter aceitado as propostas anteriores que eram mais baratas, ou deveria ter feito um convênio com a CDHU ou com a COHAB para realocar as famílias das casas desapropriadas, desse jeito que está fazendo aí vai sair muito mais caro!

  2. Tem apartamento na Vila Prudente mesmo que custa em torno de 300 a 350 mil reais. O problema para o futuro contemplado dessa desapropiraçãor é ter que pagar conta de água, luz e condomíno. Além da impossibilidade de expandir seu imóvel na vertical.

  3. Negocio bom esse, construa uma casa de 100 mil, sobre outra casa de 100 mil, num terreno que não é seu e cobre 400 mil por cada uma.

    1. Vários comentários aqui criticando como se fossem os moradores que estivessem cobrando esse valor, e não são eles, é a proposta da empresa. Cabe ao metrô avaliar e buscar uma alternativa mais barata. Ninguém mora em ocupação porque quer e sim porque o poder público falha em cuidar do urbanismo da cidade.

      1. Comentário sensato.

        Favelas existem sobretudo por ausência de boas políticas públicas, o que leva a uma grande e discrepante desigualdade social, econômica e também ambiental nos centros urbanos em especial.

        Além disso, vale ressaltar, para os desavisados, que esse valor por unidade é o que o Metrô pagaria, mas não o valor que o futuro proprietário conseguiria vender no mercado.

  4. E quem comprou sua casa pelas vias normais, além de pagar pela própria casa, ainda paga imposto pra pagar a casa de quem vai ganhar.

  5. Olha o tamanho do terreno pra fazer só 60 unidades. Essa área da pra construir uns prédios maiores com pelo menos o dobro ou triplo de unidades e conseguir atender mais pessoas. E não seria algo que não fosse condizente com a região, haja vista a quantidade de prédios subindo na Vila Prudente.

    Aliás, essa região do Ipiranga tinha que dar prioridade em urbanizar a pequena favela que tem na saída da estação Ipiranga da CPTM. Literalmente a saída fica dentro da comunidade

    Sobre a matéria especificamente, nada novo sob o sol.

    1. Geraldo, sobre a saída da estação Ipiranga estar nessa situação, é ao que acredito que deveria ser a atuação das prefeituras. de tornar o entorno da estação saudáveis para aumentar a atratividade desse transporte. Santo André tem 3 estações, das quais duas praticamente abandonadas pelo poder público.

  6. Geraldo, esse terreno foi utilizado pra passagem do túnel da linha verde, que nesse ponto é relativamente raso. Não é possível construir prédios mais altos do que o indicado no projeto do metrô.

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