A TIC Trens, futura operadora do trem intercidades entre São Paulo e Campinas e da Linha 7-Rubi, já realizou diversas ações para viabilizar a implantação do novo serviço, incluindo consultorias financeiras e jurídicas para obras.
O site obteve acesso à síntese da Ata de Assembleia de Reunião de Cotistas ou Acionistas (A.R.C.A) que foi divulgada no dia 22 de outubro, mostrando as deliberações da empresa.
Revisão de planos
O primeiro item que foi avaliado foi a revisão do plano de negócios da empresa com foco na estrutura de pessoal. Segundo o documento, uma nova curva de OPEX (custo operacional) foi verificada.
Cabe citar que o início da fase pré-operacional, onde efetivamente os funcionários começam a receber treinamentos, ocorrerá a partir de dezembro de 2024.
Mudanças administrativas
Um dos diretores da empresa pediu renúncia do cargo e foi substituído. Mingmin Chen, diretor financeiro, deu lugar à Youngchun Wu. Ambos são cidadãos chineses.
Contratações
A TIC Trens está formalizando contratos de consultoria e assessoria em diversas áreas. O banco Santander foi escolhido para realizar a consultoria financeira em um financiamento de longo prazo necessário para a execução dos investimentos.
Ao mesmo tempo, equipes jurídicas estão sendo contratadas para realizar a elaboração de contratos EPC (construção) para a implantação de sistemas, manutenção e estruturas civis.
A obtenção do REIDI também é citada nas metas da empresa. O Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura permite a desoneração em grandes obras.
Além disso, estudos foram contratados para diagnosticar o meio ambiente, fator importante para obtenção de licenças para o início de obras. Por fim, a contratação do auditor independente, verificador independente e apoio técnico também entraram em pauta.
O cronograma prevê que o serviço expresso de trens rápidos entre São Paulo e Campinas esteja operacional a partir de 2031.
A previsão de início da operação só aumenta. Já está em 2031, para virar 2035 é um pulo…
Não existe a razão que se ter determinado linha dupla que viabilizaria a expansão pós Campinas e existindo local disponível não foi especificado lembrando que as demandas para o TIC até Campinas superestimadas foram para somente após 2040 e não após sua implantação em 2024/32, com 49 mil /dia /ano/12 milhões de passageiros ou ainda mais longe 2050 com 59 mil /dia /ano ou 13 milhões de passageiros, desta forma tem-se a justificativa perfeita por conta de uma manipulação farsante por parte dos governantes de previsão comprovadamente superavaliada das demandas, que justificaria aumento crescente de aportes financeiros pelo Estado.
Causa perplexidade que a especificação do TIC Eixo Norte tenha ocorrido após anos de exaustivos estudos e mudanças no projeto deveria ser apresentado como modelo para os próximos, foi apresentado como alternativa única quando se esperava que no mínimo mais uma alternativa da implantação de um TIC Pendular de tecnologia consagrada mundialmente como o Modelo C. Produzido pela CRRC Puzhen com 3,3m de largura 250km/h podendo até ser “Double Decker” São Paulo até Campinas em ~45 minutos e assentado em vias dupla bitola 1,6m 3kVcc de raio longo implantado no canteiro central de rodovias como é feito no exterior em até 180km/h que permitiria a expansão, ao invés disto as reais condições técnicas, desde o lançamento foi alertado sobre as gravíssimas inconsistências do projeto como a implantação em sinuosa via Singela paralela obsoleta com grandes interferências na Linha 7-Rubi e cargueiros da MRS além de imperfeições e interferências, nos subterrâneos e a dificuldades de escavações por máquinas uma vez que não existem plantas atualizadas, dos transtornos de desapropriações e as possibilidades de romper cabos, aterramento, tubulações em locais com edificações existentes além de minimizar a construção de túneis, drenagens, pontes, viadutos, passarelas, lembrando esta forma especificada no projeto depende da segregação da carga por parte da MRS, ou seja, os projetos precisam estar em completa sinergia, mais um ótimo motivo para se construir o TIC em vias separadas.
De nada adiantará se adquirir trens pendulares de alto desempenho como os ilustrados na foto, se a via por onde irá trafegar embora nova seja inadequada para o seu desempenho, lembrando que composições podem ser substituídas, enquanto as vias não!
Além de demorado e previsão de ser construído em Via Singela com velocidade max. De 140km/h, e da forma como está especificado no projeto dependente da segregação das cargas por parte da MRS, ou seja, os projetos obrigatoriamente deveriam estar em completa sinergia, mais um motivo justificável tecnicamente para se construir o TIC em vias duplas separadas que facilitaria a expansão.
Com essas incertezas, a melhor solução seria, nesse primeiro momento, manter operando o Serviço-710 nos moldes atuais que atualmente possui uma demanda comprovada de 738 mil/dia, e inicialmente com baixo investimento e partir para a reconstrução do TIM-Trens Inter Metropolitanos paradores utilizando as composições reformadas disponíveis existentes que incluirá paradas em Louveira, Vinhedo, Valinhos e Campinas e expresso, com paradas na Barra Funda, Jundiaí e Campinas, com dois anos para ficar pronto e circular em operação assistida no máximo em 2026 com viagens comerciais no ano seguinte, o que comprovadamente seria relativamente econômico e simples.
Esse projeto SP-Campinas foi elaborado de forma capenga, e essencialmente focado no ganho financeiro do concessionário. Pior, com o governo a bancar mais de 80% dos custos dessa obra mal projetada (com o nosso dinheiro).
Sinceramente, do jeito que está, torço para que essa aventura irresponsável não vá pra frente. E que seja futuramente substituída por um projeto coerente, realista, e verdadeiramente voltado ao transporte público.