Com um pouco de atraso, após ter sido previsto para final de novembro, o governo do estado publicou oficialmente o edital de concessão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM, para a iniciativa privada.
O aviso de licitação foi emitido na segunda-feira, 2, mas só apareceu na edição do Diário Oficial desta terça-feira, 3.
O leilão, que será realizado na B3, está marcado para o dia 28 de março às 16h, um dia depois da previsão feita pela gestão estadual anteriormente.
Os interessados em participar do certame, no entanto, terão até o dia 25 de março para entregar os envelopes suas propostas. Com isso, já se saberá de antemão quantos concorrentes o leilão terá.
A documentação do edital será disponibilizada ainda nesta terça-feira em sites do governo ou presencialmente na Rua Iaiá, nº 126, 12º andar, Itaim Bibi, São Paulo/SP, Núcleo de Apoio Administrativo, de segunda a sexta-feira, no horário das 09h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00.
A Secretaria de Parcerias em Investimentos abrirá um canal para esclarecimentos da licitação até o dia 11 de março via o e-mail [email protected].
Concessão de 25 anos com investimentos de R$ 14 bilhões
O Lote Alto Tietê é o terceiro leilão das linhas de trens metropolitanos da CPTM após a concessão das linhas 8 e 9 para a ViaMobilidade e da Linha 7-Rubi para a TIC Trens dentro do pacote do Trem Intercidades Eixo Norte.
Com ele, toda a operação na região leste da Grande São Paulo será concedida a um grupo privado que terá como metas modernizar e expandir a malha sobre trilhos, sobretudo da Linha 13-Jade.
O tempo de concessão, no entanto, será menor, de 25 anos, em virtude da idade da frota de trens que será repassada. Se fosse mais longo, o contrato teria de prever a aquisição de material rodante, o que tornaria mais caro e talvez menos interessante à iniciativa privada.
O investimento previsto é de R$ 14 bilhões mas cerca de 70% desse montante será bancado pelo próprio governo.
O plano prevê reformas de estações e também a construção de novas paradas como Bom Retiro e a extensão leste da Linha 13 até Bonsucesso.
Toda a infraestrutura dos três ramais terá de ser atualizada e melhorada, incluindo a eliminação das críticas passagens de nível, que atrapalham a operação.
A previsão é que a concessão entregue mais 22,6 km de vias e que chegue à 2040 transportando 1,3 milhão de passageiros por dia.
Ao menos três concorrentes
Dez novas estações serão implantadas, sendo duas delas (Penha e Gabriela Mistral) sob responsabilidade do Metrô.
Tudo indica que o leilão atrairá grandes grupos empresariais. Segundo o jornal Valor, a CCR, o Comporte em parceria com a CRRC, e um novo player formado pela Transdev, Perfin e construtoras, estariam entre os participantes.
Todos eles participaram das sondagens de mercado, além de bancos como Itaú, Bradesco, Patria, BTG Pactual e BPN Paribas.
Acho que se o sindicato não ficasse convocando tantas greves, sobretudo no Metro, o governo nao teria pego tanto gosto por privatização das linhas.
A maior pressa na privatização foi pra se livrar do problema das greves.
por que ? por acaso empresa privada não faz greve ? não é constitucional? privatização é pura sanha ideológica
Por que será que não vi a citação de César de Souza e Lajeado da linha 11 nessa publicação???
Como destruir o sistema de transporte metropolitano sobre trilhos da maior cidade da América do Sul em um mandato.
Ass. Tarcisio
O governo do estado fez sua parte. A CPTM não.
Em 30 anos o estado investiu (entre empréstimos e recursos do tesouro) mais de R$ 20 bilhões na modernização do trem metropolitano.
Mesmo com esses recursos, a CPTM foi incapaz de contratar, modernizar e manter o trem dentro dos parâmetros que a própria estatal determinou em dois planos diretores (todas as estações reformadas com acessibilidade, intervalos de 3 minutos em todas as linhas, frota de 284 trens e capacidade energética de 263 MW de potência instalada).
A CPTM recebeu R$ 20 bilhões e fracassou, com todos os méritos. Investiu mal, sucateou trens precocemente, não conseguiu se organizar para manter um padrão mínimo de manutenção preventiva em suas estações e trens, terceirizou manutenção e não fiscalizou, entre outros problemas (nem as placas das estações eram trocadas). E o estado ainda paga empréstimos desses projetos mal executados pela estatal.
Diante do fracasso da CPTM, qual é a solução?
Algumas pessoas acham que o estado tem que investir mais R$ 20 bilhões, esperar mais 30 anos e torcer para a CPTM conseguir atingir suas metas.
A população paulista, entretanto, votou em políticos que defendem abertamente a concessão do sistema para que as melhorias sejam implementadas em no máximo 10 anos de concessão. O estado tem o direito de optar por esse caminho, dado o fracasso da CPTM.
Salvo os funcionários da CPTM (que torcem pelo fracasso das concessões por medo de demissão), não faz sentido defender que a CPTM continue meramente gerindo tudo como faz hoje (com incompetência). Como a empresa nunca se preocupou em melhorar sua gestão, a conta chegou.
Ivo, você menciona a CPTM como se fosse uma entidade e não uma empresa cuja diretoria é escolha pelo governo do estado! O governo do estado está longe de ser vítima, a privatização é um atestado de incompetência das diversas gestões. E pra piorar, ignora que no edital o repasse pra concessionária vai ser maior que o atual valor pago pra CPTM operando 7 linhas.